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Pular a cerca

02 Feb 2018
By Patrícia Domingues

Aos 24 anos, Petra Collins já pôs Selena Gomez a comer batom, desfilou para a Gucci e foi bloqueada no Instagram por ser feminista. Cool mais cool, lamento, mas não há.

Aos 24 anos, Petra Collins já pôs Selena Gomez a comer batom, desfilou para a Gucci e foi bloqueada no Instagram por ser feminista. Cool mais cool, lamento, mas não há. 

Petra Collins
Petra Collins

Quando começou a tirar fotografias? Comecei a fotografar aos 15 anos, depois de uma lesão provocada pela dança.

A Wikipedia diz que Richard Kern é o seu mentor. Quem foram as suas influências quando começou e quem são agora? O Richard é um dos meus amigos mais próximos e um mentor ao longo dos anos. Acho que continuo a ter as mesmas influências. Olho mais para filmes do que para fotografia – sempre fui obcecada por Wim Wenders e Lauren Greenfield – pelos seus filmes mas também pela a sua habilidade de traduzi-los em fotografias.

Qual foi o seu primeiro grande trabalho? Não me lembro do meu primeiro trabalho, mas o que foi mais proeminente para mim foi o lançamento do meu primeiro livro. Foi tão empoderador ser capaz de ter um livro publicado (do qual fiz a curadoria) cheio de artistas femininas que admiro.

Já colaborou com a Gucci, desde desfilar nas passerelles a fotografar e protagonizar as suas campanhas. Como é que isso aconteceu? Fui escolhida para desfilar depois do Alessandro ver o meu trabalho. Conhecemo-nos durante o meu fitting e tivemos uma ligação imediata. Temos referências parecidas, gostos, ideias e foi entusiasmante perceber o que podíamos fazer juntos que combinasse tudo isso.

O seu background de dança ajuda-a a perceber como deve fotografar os corpos? Sim. Ensinou-me a ver o corpo como humano em vez de como objeto. Um corpo que é complexo e que pode mover-se e adaptar-se a diferentes ambientes.

Começou como fotografa mas ultimamente tem-se dedicado mais a filmes. Porque aconteceu esta mudança? Sempre fui obcecada com cinema. A fotografia foi a minha forma de entrar no meio como jovem mulher, porque não tinha necessariamente recursos para fazer filmes. Agora que já fotografo há 9 anos sinto que é altura de voltar ao meu primeiro amor, que é o cinema.

Fetish foi considerado o vídeo pop mais hardcore do verão. Como é que esta colaboração – e esta amizade – começou? Haha fantástico. A Selena veio ter comigo para fazermos esse vídeo depois de postar uma WCW no Instagram minha (o que me surpreendeu totalmente). Ela mostrou-me a música e eu imediatamente imaginei o vídeo. Não tinha a certeza se ela ia estar na mesma onda que eu mas acabamos por perceber que nos inspiramos e somos obcecadas pelas mesmas coisas.

Qual é o seu fetiche atual? Beber água.

O seu foco é, normalmente, raparigas adolescentes. Ainda vê a girlhood como um tópico central do seu trabalho? Quais os assuntos que mais lhe interessam? Eu vejo-a transitar para a womanhood. A razão para ter sido um grande tema do meu trabalho deve-se ao facto de eu ser adolescente na altura – era uma rapariga. E é importante para mim fazer trabalho que seja autêntico, por isso à medida que fui crescendo também o meu tópico mudou.

Sei que adora a Rihanna. Como é que ela a inspira? A Rihanna é uma das minhas artistas musicais preferidas porque ela é poderosa e forte. Sempre adorei as suas letras porque são viradas para um sexo positivo sem pedir desculpa.

Como é que o feminismo afecta o seu trabalho? O feminismo é a minha forma de ver o mundo – eu simplesmente opero dessa forma.

Fale-me sobre o The Ardorous. The Ardorous é um coletivo/plataforma só para mulheres que comecei na escola secundária. Eventualmente transformou-se no meu livro Babe.

“As roupas são uma forma de expressão”, disse. Como vê a Moda? Quais os seus designers preferidos? Eu adoro Moda. Adoro a possibilidade de me sentir diferente simplesmente por vestir isto ou aquilo. A Moda é uma ferramenta de poder. Se te sentires bem naquilo que vestes vais estar bem. Adoro a Gucci de Alessandro Michele e Simone Rochas.

Li numa entrevista sua : “Mesmo tendo sido educada através de uma visão body positive, é muito difícil aceitarmo-nos”. Como lida com a ansiedade ou com os body issues? Qual o melhor conselho que já recebeu? Acho que não teve a ver com conselhos, mas sim educar-me a mim própria sobre o porquê de me sentir dessa forma em relação ao meu corpo e o que me estava a fazer implementar esses pensamentos negativos.

O seu novo livro Coming of Age foi apresentado como uma das coisas mais pessoais que já fez. Eu queria fazer algo para raparigas/mulheres/qualquer pessoa pudesse olhar e ser inspirado. Queria contar a minha história através da minha perspetiva como se não tivesse sido contada antes. Não deixei de fora nenhuma das coisas más da minha vida, o que o torna ainda mais poderoso.

Em que está a trabalhar agora? Em realizar um filme!

 

Artigo adaptado da edição de novembro 2017 da Vogue Portugal. 

Patrícia Domingues By Patrícia Domingues

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