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Jacquemus: primavera/verão 2021

17 Jul 2020
By Rui Matos

Uma dissertação sobre amor, par Simon Porte Jacquemus.

Uma dissertação sobre amor, par Simon Porte Jacquemus.

Jacquemus, primavera/verão 2021 © Getty Images
Jacquemus, primavera/verão 2021 © Getty Images

Image maker. Antes de qualquer outra coisa, Jacquemus é um verdadeiro image maker. É um mestre de cerimónias e sabe como receber convidados em sua casa. No meio de um campo de trigo ergue-se uma passerelle com 600 metros, há cadeiras espalhadas, há camas, há instalações, há mesas com bebidas, frutas, vegetais e pequenos detalhes que não passam despercebidos a todos aqueles que não largam o telemóvel. Os desfiles de Jacquemus, especialmente aqueles que fogem à tradicional passerelle, são verdadeiros eventos que dificilmente esqueceremos - ainda hoje nos aparecem #throwbacks à primavera/verão 2020, a.k.a o desfile no campo de lavanda. É go big or go home que se diz, não é? “Nada te faz sentir mais livre do que correr num campo de trigo,” escreveu Camille Charrière esta manhã no Twitter. Poucos conseguem-no fazer, mas Simon põe a internet em alvoroço com tudo aquilo que faz. 

“Não é negociável,” começou por dizer ao WWD, sobre o evento que aconteceu ontem à noite, nas redondezas da capital francesa. “Está no coração da estratégia de uma marca como a minha.” Para o criador, é impensável fazer uma apresentação num vídeo. “Para mim, o desfile não pode ser um vídeo. Está no cerne daquilo que fazemos, não é superficial. É importante para que continuemos, é como um restaurante que reabriu,” contou o designer à Vogue US.

L’Amour foi o nome que o designer deu à coleção e, de facto, esta rege-se por este sentimento. O amor pela equipa que durante o confinamento se manteve unida (virtualmente). O amor pelas peças da sua avó. O amor pela cerâmica. O amor por um poema de Miró. “Todas as decisões que tomo em relação à Jacquemus são motivadas em primeiro pelo amor e o senso comum,” pode ler-se na mensagem que o criador deixou no seu Instagram.

O desfile pode ter acontecido a céu aberto, mas de alguma maneira, esta coleção reflete aquilo que temos usados nos últimos tempos por casa. Peças mais descontraídas, cores neutras, cortes leves e muita fluidez. Os vestidos que apresentou gritavam sul de França (e não fosse esta pandemia, seria onde nos encontraríamos este verão). O bordado inglês que usou numa peça vai, com certeza, atrair as compradoras mais bucólicas e as noivas mais fora da caixa. No que aos acessórios diz respeito, os gigantes chapéus e carteiras que outrora encheram os nossos feeds de Instagram, ficaram de fora e para o verão de 2021, passamos de maxi a mini ou regular.

Ver Maisie Williams, Jeanne Damas, Camille Charrière e Isabelle Adjani, quase irreconhecíveis com as suas máscaras sociais, de certa forma trouxe-nos alegria e provou-nos que a Moda ainda desperta sentimentos, mesmo depois de um par de messes assustadores. De forma a continuar o comprometimento mais sustentável para a sua marca, a pre-order das peças que apresentou vai estar disponível no site da marca para que a produção seja o mais fiel possível à demanda, ajudando também a criar uma ligação com os clientes. 

Rui Matos By Rui Matos

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