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17 das fobias mais estranhas do ser humano

04 Nov 2020
By Sara Andrade

Quem tem medo do lobo mau? Muita gente. Quase toda a gente, acreditamos. Mas há medos paralisantes que não são tão consensuais. Como, por exemplo, ter “medo” de umbigos. Hã?!

Quem tem medo do lobo mau? Muita gente. Quase toda a gente, acreditamos. Mas há medos paralisantes que não são tão consensuais. Como, por exemplo, ter “medo” de umbigos. Hã?! 

Medo, não. Fobia. Só quem a tem consegue realmente entender a diferença entre os dois termos. É a linha que separa a sanidade da insanidade, o normal do desviante, o expectável do absurdo. É que fobia não é simplesmente mudar de sentido quando vê uma aranha ou o “fazer-lhe” impressão olhar de cima para baixo em alturas elevadas.

Apesar de, na sua etimologia, que deriva do grego Phobos, significar “medo” ou “terror”, fobia é mais, muito mais, do que um simples receio ou uma reação instintiva a um potencial perigo; é um estado de pânico tal, perante determinada experiência ou objeto, que a ansiedade sentida é exacerbada relativamente ao perigo real que a situação representa. Ou seja, há um manifesto medo irracional que acaba por limitar a experiência de quem o sente, impactando até o seu estilo de vida.

Divididas entre específicas, sociais e agorafobia – dependendo se se trata de fobias a determinados animais, situações no ambiente natural, sangue, feridas ou situações específicas (fobias comuns são o medo de aranhas, cobras e alturas); de fobias ligadas ao julgamento de outras pessoas, julgamento social; e de fobias associadas ao medo de uma situação da qual não se pode fugir, respetivamente – a tendência é para se agravarem, se não forem tratadas, condicionando mais e mais a vida de quem delas sofre.

O tratamento passa, normalmente, por sessões de psicoterapia que vão treinando a mente para resistir ao medo involuntário e superar estas aversões exacerbadas e irracionais. Não estamos a dizer que, mesmo com tratamento, se vir uma cobra, não tenha a reação normal de distanciamento social – mesmo que a cobra esteja a usar máscara –, mas o tratamento permite reduzir e alienar ataques de pânico, aflição exacerbada e potenciais desmaios associados a fobias. Nomeadamente, quando essa fobia se prende com temas e situações corriqueiras que, por norma, não deviam sequer incitar ao receio ou espoletar instinto de sobrevivência. Por exemplo: umbigos.

Onfalofobia: medo irracional de umbigos

Saído ou para dentro, mais ou menos redondo, angular, oval, não importa; estas pessoas não sabem opinar sobre umbigos porque só a ideia de olhar para o umbigo lhes incute pavor. São também indivíduos que abominam tocar ou que lhes toquem nesta cicatriz umbilical, por isso, se este verão se encontrar com alguém assim, prefira o fato de banho ao biquíni. 

Genufobia: aversão a joelhos

Do mesmo realizador que lhe trouxe a aversão a umbigos, conheça agora o pânico a joelhos. As vítimas deste medo receiam fervorosamente os seus joelhos, os dos outros, ou mesmo o ato de ajoelhar. Do latim genu (joelho), é por vezes (tal como a maioria das fobias) espoletada por uma experiência negativa e traumática, e pode ter diferentes níveis de intensidade: há quem só não aguente vê-los a descoberto ao vivo, há quem não suporte sequer vê-los em filmes ou imagens.  

Nomofobia: medo de ausência de comunicação por dispositivo móvel

Somos todos potenciais vítimas desta fobia, que se traduz na angústia e desconforto exacerbado quando se sente impossibilidade de comunicar ou se está incontactável por falta de rede, bateria ou falha de Internet no telemóvel. Termo recente, o prefixo Nomo surge como diminutivo de No-Mobile (sem telemóvel).

Araquibutirofobia: medo que a manteiga de amendoim fique presa ao céu da boca

The struggle is real. Não sofrendo da dita aversão, conseguimos entender este first world problem. Não há exercício melhor para manter fit os músculos da língua do que tentar desprender aquela pasta de frutos secos do céu da boca. Mas não deixaríamos de degustar uma boa manteiga de amendoim por isso – o que, assumimos, não é uma liberdade que se aplique a quem sofre desta fobia. E quem diz manteiga de amendoim, diz texturas semelhantes. Ou até aquelas cascas de pipocas que teimam em se alojar na gengiva já com contrato de arrendamento prolongado.  

Pogonofobia: aversão a barbas

Hipsters, afastem-se. Pogonofóbico no caminho. Se sente um medo patológico de barbas, evite coffeeshops que estejam trending no centro citadino bem como centros comerciais em alturas de Natal: quem sofre desta fobia pode começar com palpitações, tremores, ansiedade, náusea e chegar a ataques de pânico sob o vislumbre de barbas ou outro tipo de pelo facial. As causas podem prender-se com um evento negativo ou traumático no passado, ligado a homens com barba, sendo que a mente inconscientemente, em seguida, cria a resposta fóbica como um mecanismo de proteção. Por exemplo, depois do 11 de setembro de 2001, a fobia a barbas aumentou pela associação aos autores do ato terrorista. Por outro lado, algumas pessoas veem a barba como fator de falta de higiene e associam-na a doença, infortúnio ou sem-abrigos.

Metrofobia: pânico de poesia

Vida triste, a de quem sofre desta aversão. Quem padece deste infortúnio odeia escrever, ler ou ouvir recitar poemas. Não é um simples caso de se aborrecer com este género de escrita, é um receio irracional muitas vezes desencadeado na escola pela obrigação de dissecar poemas, classificando-os em escalas e procurando significados. A fobia pode ser geral, com temerários de todo o género de poesia, ou canalizada para poemas num estilo específico ou sobre determinados temas.  

Eisoptrofobia ou catoptrofobia ou espectrofobia: medo de espelhos e de se olhar ao espelho

Quem sofre desta aversão deve ter criado alguma imunidade às selfies das redes sociais, uma vez que se refere a um receio irracional de reflexos. Quem sofre, teme ver no reflexo do espelho fantasmas e outros seres e a paranóia é exponenciada pelas superstições relacionadas com o objeto.

Lachanofobia: aversão a vegetais

Esta fobia não é para vegans. As vítimas deste medo irracional temem vegetais em particular, seja pela forma, cor, textura que lhes causa náuseas e ansiedade. É compreensível: sempre achámos que aquele brócolo que se esconde no fundo da gaveta dos legumes tinha algo a esconder… não estávamos completamente malucos. Ou talvez estejamos. PS: se o vegetal em questão for o alho, saiba que essa pessoa sofre de, especificamente, aliumfobia. 

Filemafobia: pânico de beijar

Como assim, não gosta de beijos? Como se sabe o final feliz de um filme, se sente o carinho do beijinho de boas noites, a cordialidade de um toque de lábios na mão? Não se sabe, porque quem sofre desta fobia fica com a boca seca e as mãos trémulas só de equacionar o ato. Dizem que está relacionada com a filofobia, o medo de se apaixonar. Na filemafobia, não há beijo para ninguém: nem sequer na bochecha. Afinal, há um grupo de pessoas que se andou a preparar intensivamente para os tempos de COVID-19. 

Ancraofobia ou anemofobia: medo irracional do vento

Não sopre ao pé destas pessoas. Quem sofre deste pânico tem receio de tudo o que é ventania e correntes de ar. Ao que parece, the answer, my friend, is not blowing in the wind, desejam fervorosamente estas vítimas.  

Heliofobia: medo da luz solar

Mesmo sem background de formação médica, parece seguro dizer que a probabilidade de défice de vitamina D de quem sofre deste género de fobia é alta. Com um horror ao sol e à luz solar (e quem sabe alguma afeição a vampiros?), é uma patologia particularmente impactante para quem quer levar um estilo de vida normal, tendo em conta a dificuldade em cumprir com horários e deslocações diurnas, que implicam exposição solar, de alguma forma.

Venustrafobia: pânico de mulheres bonitas

Também conhecida como caliginefobia (não confundir com ginofobia, que é o medo das mulheres em geral), é uma aversão dentro das fobias sociais e prende-se com o medo irracional de mulheres bonitas. Os sintomas incluem taquicardia, boca seca, um súbito rubor exagerado nas bochechas bem como uma certa incapacidade de articular frases com significado – já todos o testemunhámos. É normal um moderado nervosismo, fruto da excitação e químicos segregados pelo cérebro, o problema é a versão mais intensa destes sintomas, que causa um desconforto tal que inviabiliza qualquer contacto com mulheres atraentes.

Triscaidecafobia: aversão ao número 13

Se sofre desta fobia, longe de nós alarmá-lo, mas esta é a 13.ª fobia desta lista. Quem teme este supersticioso número, acredita piamente no seu fator de azar, uma crença existente deste a Antiguidade Clássica, sendo considerado pelos numerologistas como um número que atua em desarmonia sobre as leis do universo. Não ajuda ao caso o facto de Jesus ter sido traído por Judas na última ceia, onde estavam 13 pessoas à mesa. Uma das vítimas mais famosas desta fobia é o autor Stephen King, que garantiu numa entrevista que, quando está a escrever, nunca para de trabalhar se esse, ou um múltiplo de 13, for o número da página. “Quando estou a ler, não paro nas páginas 94, 193 ou 382, porque a soma dos algarismos dá 13”. É por estas e por outras que muitos hotéis não têm o andar 13 ou o quarto 13, ou que algumas companhias aéreas baniram a fila 13 dos seus aviões.

Optofobia: medo de abrir os olhos

Metaforicamente, muita gente sofre disto. Na prática, o número decresce, mas é um pânico real. Quem sofre desta aversão, tende a preferir ficar em casa, porque sair à rua e manter os olhos fechados parece-nos tarefa impossível. É, tal como muitas fobias, originária de um episódio traumático. 

Itifalofobia: medo irracional de ereções

As in, medo de um pénis ereto. No caso do homem, a aversão pode ter a ver com a falta de controlo da ereção, ou seja, não prever ou dominar a altura e momento em que o pénis pode repentinamente ficar ereto cria uma crise de ansiedade que pode chegar aos ataques de pânico. 

Fobofobia: medo irracional de ter fobias

É a mãe de todas as fobias – a aversão a ter fobias. Numa espécie de inception fóbica, é ter medo do próprio medo, gerando um ciclo vicioso de ansiedade. É também medo de adoecer, numa versão exacerbada do estado hipocondríaco, levando o indivíduo a tratar-se de doenças que não tem. 

Pantofobia: medo patológico e inexplicável de tudo

É aquela fobia que não descrimina: o pantófobo tem medo de tudo, incluindo de sentir medo, ou seja, a pantofobia engloba a fobofobia, mas não se restringe a ela. As vítimas desta aversão vivem num constante estado de terror, permanecendo numa situação de vigilância contínua. Cada caso é um caso, mas afirma-se que a origem provém de fobias prévias mais específicas, como aracnofobia (medo irracional de aranhas), numa espécie de evolução de fobias menos abrangentes. 

Sara Andrade By Sara Andrade

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