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Chanel: Alta-Costura primavera/verão 2021

by Rui Matos

 

A família foi o ponto de partida para a Alta-Costura estival de Virginie Viard, revelando uma coleção mais curta e coesa. Uma história com principio, meio e fim.

De regresso ao espaço de eleição da maison, o Grand Palais, situado numa das principais artérias da cidade francesa, Virginie Viard escreveu mais um capítulo na história Chanel. Foi com a luz muito própria da cidade de Paris, que invadiu os mais de 200 metros de comprimento, através dos tetos de vidro, que assistimos a um reunião familiar muito especial. “Adoro grandes reuniões familiares, quando todas as gerações se juntam. É tão caloroso. Há esse espírito na Chanel, que também é como uma família”, afirma Viard. 

O mundo continua em stand by e este desfile, assim como toda a Semana de Moda de Alta-Costura, foi transmitido online. Mas para contar esta história familiar, Virginie convidou o fotógrafo e cineasta holandês Anton Corbijn - o autor da emblemática biopic Control e de videoclipes das bandas U2 e Depache Mode. “Sabia que não poderíamos organizar um grande show, teríamos que inventar outra coisa, então tive a ideia de um pequeno cortege que desceria as escadas do Grand Palais e passaria por baixo de arcos de flores. Como uma festa familiar, um casamento”, afirma a designer. Mas não esta não é uma boda über-chique como aquelas que são retratadas nas coleções de Alta-Costura, é mais “um estilo boémio - é mais uma casamento numa vila do que no Ritz!”, explicou Viard a Hamish Bowles, da Vogue norte-americana.

As silhuetas desta coleção podem até ser simples: sweaters ou coletes sem mangas usados com calças de cintura subida, cardigans e camisas de cetim com grandes saias, muito semelhantes àquelas que vemos num bailado. Mas a beleza desta coleção recai nos detalhes, afinal é de Alta-Costura que estamos a falar. Os bordados foram feitos pelos ateliers Cécile Henri, Hurel, Montex, Emmanuelle Vernoux e Lesage e as rendas foram pintadas à mão pelo atelier Solstiss, que concedem um toque sedutor e delicado a estas criações, uma condição sine qua non Chanel.

De mão das com silhuetas femininas que apresentou na tarde de 26 de janeiro, está o lado masculino, que apresentou através de coordenados mais austeros compostos por coletes e calças, relembrando a estética da fundadora da maison que adorava o menswear, chegando mesmo a apropriar-se das roupas dos seus amantes, como Boy Capel e o Dude de Westminster. Como seria de esperar, o grand finale ficou entregue à noiva que surgiu num cavalo cinza num vestido digno dos anos 20 em cetim cristalino com a parte da frente aberta e uma cuada de tule com três metros bordada pelo atelier Lesage.

Pénelope Cruz, Vanessa Parradis, Charlotte Casiraghi e Lily Rose-Depp foram quatros das sortudas que se sentaram para assistir a esta reunião familiar que teve continuidade na famosa Rue Cambon 31, mais propriamente nos renovados salões de Alta-Costura que o arquiteto de interiores Jacques Grange terminou recentemente.

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