Opinião   Palavra da Vogue  

#VogueBookClub: Em Parte Incerta, de Gillian Flynn

16 Aug 2022
By Mariana Silva

Se ainda não viu o filme homónimo, não veja. Antes disso, comece a viagem pelo universo de Amy Dunne na escrita de Gillian Flynn.

Se ainda não viu o filme homónimo, não veja. Antes disso, comece a viagem pelo universo de Amy Dunne na escrita de Gillian Flynn. 

Há duas coisas que sinto que não são valorizadas o suficiente pela maioria das pessoas: cinnamon rolls (são os bolos perfeitos para qualquer ocasião) e o livro Em Parte Incerta. Ainda que não me faltem argumentos para escrever um texto sobre o primeiro, é sob o segundo que nos iremos debruçar hoje - afinal, isto ainda não é um food club. 

Li Em Parte Incerta, da autoria de Gillian Flynn, antes de estar disponível a sua adaptação cinematográfica e ainda hoje agradeço por essa ter sido a ordem com que entrei neste universo. É difícil negar a importância do filme realizado por David Fincher, que conta com Rosemund Pike e Ben Affleck no elenco, para a popularização da história de Amy Dunne, uma verdadeira donzela em apuros que desaparece no dia do seu aniversário de casamento. Porém, nada se compara à forma como Gillian Flynn pinta o retrato deste casamento pouco funcional. 

A grande diferença entre a obra literária e o filme - e aquilo que, para mim, torna um superior ao outro - é a ordem segundo a qual a história é contada. Não querendo estragar a surpresa da narrativa, pois é aí que reside a grande magia de Em Parte Incerta, esta história chega até nós segundo dois pontos de vista: o de Amy Dunne, a mulher desaparecida, e o de Nick Dunne, o marido que se torna no principal suspeito do caso. Enquanto que, no filme, estes dois pontos de vista foram separados, parecendo não coexistir na mesma linha temporal, no livro, Gillian Flynn dedica cada capítulo a uma das personagens, intercalando o ponto de vista dos dois narradores sem retirar poder ao momento de viragem da história. 

Para além disso, por muito que o filme tenha contribuído para difundir os momentos-chave do livro, foi a escrita de Gillian Flynn que nos trouxe maravilhas literárias como o monólogo de cool girl que ainda hoje é citado por milhares de mulheres em todo o mundo. No final do dia, como poderíamos dizer para uma grande parte das obras que foram adaptadas ao grande ecrã, o filme é bom, sim, mas o livro é melhor. 

Pontuação:

 

OVogue Book Club é uma rubrica semanal. Neste espaço, um membro da equipa da Vogue Portugal propõe-se refletir, ou apenas comentar, um livro - seja uma novidade literária ou um clássico arrebatador. Pode participar nesta discussão através da hashtag #VogueBookClub.

Mariana Silva By Mariana Silva

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