Opinião   Palavra da Vogue  

#VogueBookClub: A Grande Magia, de Elizabeth Gilbert

10 May 2022
By Mariana Silva

Há uma história por detrás do famoso livro Comer, Orar, Amar. E, aqui, essa história é contada.

Há uma história por detrás do famoso livro Comer, Orar, Amar. E, aqui, essa história é contada. 

O sucesso de Elizabeth Gilbert atingiu o seu pico em 2006, quando a escritora lançou Comer, Orar, Amar - uma narrativa que, quatro anos depois, acabaria por ser adaptada ao grande ecrã com Julia Roberts no papel principal. Ainda que não seja a sua primeira obra, foi este livro de memórias que fez o nome de Gilbert soar um pouco por todo o mundo, e se a sua viagem à Índia é uma história que merece ser contada, tudo o que se passou após o lançamento de Comer, Orar, Amar tornou-se igualmente intrigante. 

Esse é um dos temas abordados em A Grande Magia, lançado em 2015. Nele, Elizabeth Gilbert partilha o processo de inspiração por detrás do seu best-seller internacional e fala sobre criatividade de uma maneira muito própria, quase aspiracional. Talvez por isso este livro seja colocado tantas vezes na categoria de auto ajuda. Mas acreditem na minha palavra, não é lá que pertence. Já li demasiados títulos desse género para perceber quando uma frase é baseada em meras divagações, e não é isso que Gilbert faz. Porém, acredito que esta confusão resida no facto de A Grande Magia ter uma audiência tão específica. 

Embora a criatividade seja o tema central da obra de Elizabeth Gilbert, a norte-americana parte da sua experiência profissional - enquanto escritora - para a explorar, o que significa que muitos dos seus exemplos e argumentos acabam por tocar no tema da escrita. Ora, isso pode, à partida, afastar uma grande parte dos leitores, que não identifica com ter de passar oito horas do seu dia em frente ao computador à espera que a inspiração surja e as folhas brancas se preencham. Problemas de primeiro mundo, eu sei, mas não deixa de ser algo com a qual me identifico e que, por isso mesmo, me fez gostar deste livro.

Ainda hoje tenho presente uma das analogias avançadas pela escritora nesta sua obra. Para explicar como a criatividade encontra o seu dono, Gilbert compara as ideias a bolhas de sabão, que flutuam sobre nós. Quando uma bolha de sabão nos escolhe, e uma ideia surge, esta mantém-se ao nosso lado durante algum tempo, até a rebentarmos e sair um produto dela. Mas, por vezes, seja por falta de tempo ou de inspiração, a ideia acaba por fugir e encontrar um novo dono. Isso explicaria, segundo Elizabeth Gilbert, como a própria tem ideias para um livro, que não consegue concretizar, mas que, anos depois, vê serem publicadas por outros. Foi a bolha de sabão que encontrou o seu dono, e a ideia que descobriu o autor que a iria tornar realidade. Afinal, comparar a escrita a magia talvez não seja tão descabido. 

Pontuação:

 O Vogue Book Club é uma rubrica semanal. Neste espaço, um membro da equipa da Vogue Portugal propõe-se refletir, ou apenas comentar, um livro - seja uma novidade literária ou um clássico arrebatador. Pode participar nesta discussão através da hashtag #VogueBookClub.

Mariana Silva By Mariana Silva

Relacionados


Moda  

Open Call | Shades of Doubt

26 Jul 2024

Pessoas  

As celebridades mais bem vestidas do prelúdio dos Jogos Olímpicos de 2024

26 Jul 2024

Curiosidades  

Nos Jogos Olímpicos de Paris, as mulheres portuguesas fazem história

25 Jul 2024

Moda   Compras   Tendências  

Trend Alert | Recortes

25 Jul 2024