All Fours de Miranda July (2024)
Para a primeira leitura do Vogue Book Club, a escolha do mês foi "All Fours" de Miranda July.
Numa narrativa inquietante, All Fours, o segundo romance de Miranda July, aborda temas como identidade, amor e transformação, e explora as expectativas impostas pela sociedade na experiência feminina perante o envelhecimento. Ao acompanhar a protagonista de 45 anos ao longo de uma viagem pelos Estados Unidos com destino a Nova Iorque, o livro – que, em 2024, foi finalista de ficção nos National Book Awards e Women’s Prize – desafia e questiona dinâmicas sociais.
Inaya Mussa, Jornalista
Sem ter lido qualquer crítica ou ter pesquisado os temas do livro, All Fours foi sem dúvida surpreendente – tanto pela positiva como pela negativa. Reconheço que, em termos de escrita e conteúdo, este é um livro à frente do seu tempo, cuja força narrativa é de louvar. No entanto (e, possivelmente, pela fase da vida em que me encontro), achei a personagem principal um pouco irritante, principalmente à medida que me ia distanciando do seu comportamento. Ainda assim, All Fours não deixou de ser uma leitura viciante, e dei por mim a querer saber o que iria acontecer a seguir.
Mariana Pimenta, Editora de Moda
À partida, esperava que este livro fosse uma simples história sobre uma viagem. Não foi o caso: o que encontrei foi uma mulher que se sentia sufocada pelo seu papel e que decidiu fazer uma viagem para descontrair (mas durante a qual acabou por descobrir mais do que esperava). Entre descrições vagas e encontros sexuais crus e desconfortáveis, esta foi uma leitura frustrante – principalmente porque, a meu ver, a personagem principal tomou uma série de más decisões. No entanto, agora percebo que foi importante para compreendermos a tempestade emocional que se deve ao questionamento de dinâmicas familiares, da sua sexualidade e o que significa ser mulher hoje em dia.
Rita Petrone, Jornalista
All Fours foi uma viagem entre o sarcástico e o bizarro. A história aborda temas da realidade feminina de uma forma íntima e, por vezes, desconfortável – o que acaba por tornar o livro uma reflexão necessária sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea. Ainda assim, é inegável notar que a personagem principal – uma mulher de 45 anos em perimenopausa que procura (re)descobrir-se – e a forma de como lida com as situações com que se depara ao longo do livro, tornou a experiência de leitura bastante frustrante. Ao longo do que apenas se pode chamar de surto psicótico, Miranda July leva-nos numa viagem que questiona estereótipos de uma forma nua e crua. Acima de tudo, achei o livro uma obra sobre temas relevantes e cruciais, mas cuja personagem principal me deixou bastante desiludida e desinteressada.
Leitura do próximo mês

Kitchen Confidential: Adventures in the Culinary Underbelly de Anthony Bourdain (2000)
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