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Como as crianças da família real inglesa estão a criar tendências

24 Apr 2019
By Emily Chan

Enquanto o mundo aguarda a chegada de mais um royal baby, olhamos para o guarda-roupa das crianças da família real inglesa, em especial para o da princesa Charlotte e o dos príncipes George e Louis, e analisamos o impacto do "efeito Cambridge".

Enquanto o mundo aguarda a chegada de mais um royal baby, olhamos para o guarda-roupa das crianças da família real inglesa, em especial para o da princesa Charlotte e o dos príncipe George e Louis, e analisamos o impacto do “efeito Cambridge” nas marcas de Moda infantil.

© Getty Images

Em abril de 2014, quando o príncipe George participou no seu primeiro compromisso oficial, na Nova Zelândia, todas as atenções estiveram voltadas para a roupa que o futuro rei do Reino Unido, à data com oito meses, estava a usar. Isto porque, até então, só haviam sido partilhadas imagens pessoais do filho dos duques de Cambridge. A peça em questão — um macacão da designer britânica Rachel Riley — esgotou horas depois da aparição pública do bebé. "O interesse foi extraordinário", relembra Riley.

Os macacões fazem parte da coleção Heritage da marca e refletem o estilo de roupa tradicional escolhido para o príncipe George e para a sua irmã e irmão mais novos. “As roupas que fazemos são atemporais”, explica Riley, “têm longevidade.” No batizado da princesa Charlotte, em 2015, o príncipe George usava uma camisa branca com bordados vermelhos e calções, também vermelhos, da marca de Riley — um conjunto muito idêntico àquele que o pai, o príncipe William, usou em 1984, por ocasião da visita ao hospital St. Mary, em Londres, para conhecer o irmão, o recém-nascido príncipe Harry. Seguramente, William e Kate estavam cientes daquele pormenor, uma vez que a designer britânica revelou que todas as peças de roupa dos filhos dos duques de Cambridge são cuidadosamente selecionadas.

Também o guarda-roupa do príncipe Louis assenta em memórias. Em novembro do ano passado, o filho mais novo dos duques de Cambridge — que celebrou o primeiro aniversário ontem, 23 de abril — vestiu um conjunto branco e azul da marca espanhola La Coqueta, lembrando assim uma peça usada pelo príncipe William quando este ainda era bebé. Da mesma forma, fizeram-se comparações entre os vestidos florais da princesa Charlotte e aqueles usados ​​pela princesa Anne e pela rainha Isabel II quando estas eram pequenas. Peças herdadas de familiares também têm visto a luz do dia: veja-se, por exemplo, o macacão azul que o príncipe George vestiu para o aniversário da rainha em 2015 e que já havia sido usado pelo pai.

À semelhança da mãe, Kate Middleton, que reutiliza as suas peças de roupa favoritas, a filha e os filhos dos duques de Cambridge usam frequentemente peças muito idênticas. Basta pensarmos nas camisas brancas com golas azuis do príncipe George e na inclinação da princesa Charlotte para os vestidos com golas peter pan. Há ainda as peças que passam de mão em mão: no ano passado, Charlotte foi fotografada em duas ocasiões a usar um casaco azul do irmão George, pertencente à marca espanhola Fina Ejerique.

O “efeito Cambridge”

Os comentadores da família real inglesa sugerem que as roupas das crianças têm como propósito apresentar os Cambridge como uma família “normal”. E apesar dos melhores esforços do duque e da duquesa nesse sentido, há, sem dúvida, um enorme interesse relativamente às roupas usadas pelos seus filhos. Por isso mesmo, o aumento de vendas, com efeito quase imediato, depois de as crianças serem fotografas a usarem seja que peça foi apelidado de “efeito Cambridge”.

Segundo a empresa de consultoria Brand Finance, em 2015, a contribuição anual do príncipe George (então com dois anos de idade) e da princesa Charlotte (nascida em maio daquele ano) para a economia do Reino Unido foi de 76 milhões de libras e de 101 milhões de libras, respetivamente (cerca de 87 milhões e 116 milhões, em euros). Valores que, projetados a longo prazo, deverão chegar a 2,4 mil milhões de libras e a 3,2 mil milhões de libras (aproximadamente 2,7 mil milhões e 3,6 mil milhões, em euros). O príncipe Louis deve dar à economia inglesa um boost semelhante.

A Amaia Kids, a marca londrina por detrás das roupas do menino das alianças (o príncipe George) e da dama de honor (a princesa Charlotte) do casamento da princesa Eugenie, em outubro passado, também sentiu o “efeito Cambridge” em primeira mão. Tanto o príncipe George como a princesa Charlotte vestem regularmente peças da marca, sendo que muitas delas — incluindo o casaco azul que George usou numa ida ao hospital St. Mary para visitar a sua irmã recém-nascida — são rapidamente procuradas pelos clientes, após as aparições públicas das crianças. A co-fundadora da amrca, Amaia Arrieta, diz que o impacto real vai além das vendas. “Trata-se de reputação", diz à Vogue. “É como entrar no radar de muitas pessoas que, antes, nunca teriam ouvido falar de ti.” A designer concorda que os membros da família Cambridge também inspiraram um renascimento dos estilos tradicionais em matéria de Moda infantil. “Está a acontecer um comeback. As [crianças reais] parecem sempre tão doces e bem aprumadas.”

Suavização dos códigos de vestuário

Assim como os pais, as três crianças usam roupas mais formais para os eventos oficiais e roupas menos formais para o dia a dia. “O William e a Kate vestem os filhos com roupas mais casuais quando estes estão longe dos olhares do público", observa o especialista em Moda da casa real, Michael Talboys. “Aos poucos, o duque e a duquesa vão suavizando a formalidade [do vestuário].”

Recentemente, o príncipe George foi fotografado com um casaco caqui, calças de ganga e um par de ténis Nike durante um evento equestre em Norfolk, com a família, ao passo que a princesa Charlotte usava um casaco azul e uma saia axadrezada. Esta suavização dos códigos de vestuário remete-nos para a infância do príncipe William e do príncipe Harry: fora dos compromissos oficiais, os dois eram frequentemente vistos em t-shirts às riscas e calções.

Resta saber como é que o duque e a duquesa de Sussex vão vestir o primeiro bebé de ambos, especialmente depois dos rumores que dizem que a criança será educada segundo a óptica da neutralidade de genéro. “Será interessante ver o que ele ou ela vai usar. Acho que será bem diferente”, especula Talboys, que diz que as roupas podem ser “mais americanizadas”, contrastando com os estilos formais britânicos associados às crianças de Cambridge. Seja qual for o caso, as roupas do próximo royal baby provavelmente irão criar tantas tendências — se não mais — quanto as dos primos George, Charlotte e Louis.

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