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Velvet above ground

by Vogue Portugal

 

Há alguma coisa mais decadente que um bom veludo?

Que beba um shot de veneno num cálice de cristal quem nunca se sentiu dona do mundo quando estava espojada num enorme sofá de veludo. Pode ter a ver com uma paixão assolapada a séries como Downton Abbey ou The Crown que, de repente, nos fizeram a todos começar a beber chá a meio da tarde e a sonhar acordados com títulos de duquesas e condessas antes do nosso nome próprio, mas a sede por algo fácil que automaticamente grite glamour é tão facilmente saciada por qualquer coisa em veludo que se torna muito absurdo resistir. 

Associamo-lo frequentemente com estas noções magnificentes de aristocracia europeia, mas o veludo viu pela primeira vez a luz do dia no século IX, no Médio Oriente (ou na Índia – há uma batalha silenciosa entre os grandes inventores desta maravilha), esses sapientes de tudo o que é rico. E o veludo é rico. Ganhou o nome (e o estatuto) não por causa do tipo de fibra, mas pela forma como é feito, num tear especializado que enleia duas espessuras do material ao mesmo tempo: são fios de seda uniformemente distribuídos, cortados com precisão num processo demasiado complexo e caro para se tornar acessível a todos. Muito depressa começou a ser produzido no Cairo e a ser exportado para Veneza e pronto, a Europa estava apaixonada. Itália especialmente, com todo o clero sedento de aparato faustoso. Também aqui a revolução industrial deu uma mãozinha, acelerando a produção e permitindo que o tipo de fibras (olá, sintéticos) com que se cose o veludo fosse alargado, e o preço desceu. Mas ao contrário do papel de parede, o veludo não abdicou do trono e nunca perdeu a sua ligação emocional à aristocracia. 

Voltamos a vê-lo em força nos anos 20, com a Art Déco, e nos anos 70 na opulência de Beverly Hills, e agora, em todas as peças de decoração que compramos para que a nossa casa pareça saída do boudoir de Marie Antoinette. A verdade é que o veludo, por toda a graciosidade do toque, por toda a magnificência da forma como a luz lhe toca, alimenta-nos os sonhos de grandeza como mais nada consegue. Em camas de dossel. Em cortinas. Em puffs. Em sofás gigantes e profundos. Simplesmente, em almofadas de penas, qual fetiche de mil e uma noites. Ter veludo em casa é como ter diamantes no corpo – e nunca nos vão ouvir dizer mal de diamantes.

 

Texto adaptado da edição de setembro 2018 da Vogue Portugal.

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