“Car je est un autre” Arthur Rimbaud
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Tendências 2. 6. 2022
“Todos desfrutamos do excêntrico”: o rosa choque da Valentino é para todos, de acordo com Pierpaolo Piccioli.
A cor da estação pertence apenas a um homem: Pierpaolo Piccioli, cuja tonalidade de rosa choque mereceu um tom da Pantone próprio. O Pink PP da Valentino tornou-se um fenómeno por conta própria, devido às suas propriedades que induzem felicidade a todos aqueles que a veem, assim como ao clube de fãs composto quase exclusivamente por celebridades. A crème de la crème de Hollywood, desde Anne Hathaway a Glenn Close, já desfrutou do boost de autoconfiança que o Pink PP inspira, enquanto que as supermodelos, incluindo Naomi Campbell e Gigi Hadid, já deram uma verdadeira masterclass em como utilizar a tonalidade com sucesso. Mas como é que se torna uma cor viral? Com muita pesquisa e um toque de magia, como nos revela o diretor criativo da Valentino.
“Pink PP é o resultado de muita pesquisa e de uma necessidade; só precisei de colocar todas as minhas esperanças, sonhos e basicamente tudo o que me faz sentir bem numa só cor,” relata Piccioli à Vogue britânica. O seu diálogo com a Pantone foi simultaneamente muito técnico e extremamente emocional, alimentado pelo desejo de criar uma tonalidade que comunicasse o legado do Rosso (vermelho) Valentino de uma perspetiva moderna. Quando finalmente chegaram ao pigmento perfeito, foi “como se tivesse renascido.”
Piccioli escolheu rosa pela suas qualidades multifacetadas. (Da mesma forma que Valentino significa algo diferente para todos.) “Rosa pode ser delicado, sensual, hedonístico e irreverente,” explica o artista dedicado, cujas combinações cromáticas enchem o coração de todos, incluindo os dos editores de moda mais cínicos. “Esta tonalidade brilha quando a dissociamos de todas as suas implicações culturais, como a sua associação mais tradicional à feminilidade ou ao punk, ou a sua atribuição original a membros do clero. Rosa tem a possibilidade de ser forte de forma involuntária; é a metáfora perfeita para a poesia: delicado e disruptivo.”
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A passerele monocromática de outono/inverno 2022 decorreu num espaço pintado de um rosa vibrante com Zendaya como a personagem titular da primeira fila — já em si um statement. “Este rosa monocromático força a exploração da figura humana; põe a personalidade à frente de tudo o resto,” explica Piccioli em relação às pessoas que utilizam as suas peças. “Não se vê o género, a etnicidade, a idade: apenas o ser humano que está a usar o rosa monocromático. Assim que a nossa visão está acostumada à cor, a forma e pormenores sartoriais tornam-se mais claros.”
Piccioli, um shape-shifter na indústria que é um defensor de diversidade na indústria, tanto em ready-to-wear como nos sagrados corredores da Alta Costura, confessa que a sua tonalidade, que certamente não é para os mais sensíveis, fica bem em todos, porque é intencionalmente excêntrico, declaradamente interessante e culturalmente independente. “Todos desfrutamos do excêntrico, que não tem nada a ver com o estranho,” partilha o designer. “Qualquer pessoa fica bem nesta cor, porque simplesmente ilumina o poder interior da pessoa que a usa. É por isso que sempre tive peças rosa em todas as minhas coleções. Desta vez, ao contrário de qualquer previsão, atrevi-me a pintar tudo de rosa.”
A alegria que o Pink PP trouxe para a indústria da moda não passa despercebida a ninguém. Tal como o Valentino Red, uma cor que já se encontra na história da Moda, o rosa de Piccioli será referenciado num futuro duradouro.
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