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Flores Pelo Brasil: Tivoli Palácio de Seteais mostrou oito designers brasileiros

13 Apr 2023
By Vogue Portugal

Tivoli Palácio de Seteais recebeu projeto brasileiro no qual conceituados profissionais de decoração foram convidados a intervencionar espaços, desenvolvendo expressões artísticas e florais.

Tivoli Palácio de Seteais recebeu projeto brasileiro no qual conceituados profissionais de decoração foram convidados a intervencionar espaços, desenvolvendo expressões artísticas e florais.

Andrea Kapps, Daniel Cruz, Juan Azevedo, Paulo Perissoto, Naiane Carvalho, Dannilo Camargos e Harley Vix são os nosmes que compuseram a equipa de decoradores e floristas brasileiros que acrescentaram ainda mais beleza ao mobiliário de grande riqueza e salões deslumbrantes com tapeçarias e frescos do hotel Tivoli Palácio de Seteais, onde se recriou, em vários espaços do palácio, o ambiente dos casamentos. O trabalho dos artistas pôde ser visto, ao vivo, entre as 14h00 e as 18h00 de quarta-feira, dia 12.

A mostra constituiu mais uma edição da iniciativa Flores Pelo Brasil, cuja estreia aconteceu em 2020, quando, em plena pandemia, se desenvolveu um projeto com o objetivo de dar visibilidade à arte da decoração floral em eventos, numa altura em que o mercado de eventos e restantes atividades festivas e culturais estava parada. Para cada localização e espaço intervencionado, foi desenvolvido um episódio que integra a websérie com o mesmo nome, Flores Pelo Brasil. Espaços icónicos, como a Fazenda Fortaleza em Taubaté, em São Paulo, o Hotel Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, o Belmont Hotel das Cataratas, na Foz do Iguaçu, ou a Caza Wilfrido, no Gramado, foram algumas das instalações hoteleiras que convidaram a equipa de decoradores e floristas a apresentar criações florais nos seus espaços.

Após o sucesso da primeira temporada, Flores Pelo Brasil está de volta para uma nova edição, desta vez através da intervenção e gravação dos episódios em diferentes países europeus. Após a apresentação do projeto no Tivoli Palácio de Seteais, em Sintra, a equipa de decoradores ruma até aos Países Baixos, onde irá dar a conhecer a origem e as diferentes espécies de flores através de uma visita aos diferentes mercados e produtores de flores.

Fotografia de Gonçalo Castelo Soares

HARLEY VIX

Arquiteto e decorador, Harley Vix trabalha em vários sítios, não tendo um específico para trabalhar. “Já fomos a França, já fomos a vários países da América Latina”, diz, a propósito de outros lugares onde já realizou trabalhos. Afirma gostar de uma decoração diferenciada, com um toque contemporâneo – “não sou muito clássico”, diz, embora acrescente que aprecia os tons clássicos. Gosta de trabalhar com apenas uma cor em cada projeto. Acredita que a identidade dos bouquets lhes é conferida pelos noivos: “Eu não imponho, eu trabalho com os sonhos.” No trabalho que apresentou, Harley Vix procurou uma “interferência sem agressão” com um monumento neoclássico. A ideia de leveza predominou na sua intervenção.

PAULO PERISSOTO

“Trabalho com flores já há 30 anos”, conta Paulo Perissoto que, no Brasil, é professor de arte floral. No Brasil existe a Academia Brasileira de Floristas e Paulo é um dos professores dessa academia, além de ter uma escola de arte floral. Trabalha com eventos, faz paisagismo – “é o que eu gosto, nasci e cresci no campo, sempre tive esse envolvimento com a natureza” – e encontrou nas flores um mundo diferente. É a segunda vez que integra o projeto Flores Pelo Brasil. Nesta edição, pretendeu encenar um piquenique, um sítio e um momento em que os noivos e os seus pais pudessem desfrutar de um bom momento em conjunto, “os noivos convidam os pais para passar uma tarde em volta de uma mesa ou sentados no chão”. Procurou fazer uma intervenção mais orgânica e natural. “A essência do florista é observar a natureza e trazer para as suas criações muita realidade”, diz. Apresenta ainda um trabalho que pretende contar um pouco da história do bouquet de noiva.

DANNILO CAMARGOS

Arquiteto, trabalha com cenografia de eventos no Brasil há quase 20 anos. Noutros países, realiza trabalhos nas Caraíbas e na Europa, além de Angola, destacando que “a comunidade angolana atende muito ao nosso trabalho”. Este ano, tem vários casamentos em Portugal, nomeadamente em Coimbra e em Sintra. Em Seteais, Dannilo Camargos produziu dois espaços, um exterior, que representa uma mesa de jantar pós-cerimónia num jardim, “com flores em tons azuis e porcelanas também em tons azuis”, representando a presença forte de Portugal através dos azulejos e dos tons azuis. No interior, no Salão Nobre, os tons que imperam são o laranja, o coral e o rosa claro, “de forma a harmonizar com o mobiliário e os frescos de todo o palácio”. Aqui, representa-se um “jantar bem clássico”, com porcelanas.

DANIEL CRUZ

Começou por trabalhar na indústria farmacêutica, mas, há alguns anos, pediu demissão e passou a dedicar-se aos eventos que ainda hoje, aos 56 anos, produz. Começou por fazer assessoria, organização cerimonial e decoração, já lá vão 29 anos. Desde há 20 anos, dedica-se exclusivamente à decoração. Além dos eventos sociais como casamentos, também dá conta de festas corporativas, tais como lançamentos de telenovelas. Daniel Cruz vem do Rio de Janeiro, mas já trabalhou noutros estados do Brasil, além de eventos, “na Colômbia, no Paraguai, agora em Angola”. Neste trabalho, a sua proposta era florir uma sala onde existe apenas uma mesa com seis lugares, onde irão ficar os pais do noivo, os pais da noiva e os noivos, “uma coisa bem íntima”. Ou, em alternativa, ser uma espécie de encontro pré-casamento, com os mesmo protagonistas. Algumas das peças usadas nos arranjos foram colhidas dos próprios jardins do palácio – “com autorização”, ressalva o decorador – e a mesa foi posta com a loiça e os talheres originais do palácio.

Numa nota à parte, os seis lugares desta mesa na Sala D. João VI pertencem aos seis mais antigos proprietários do Palácio de Seteais: Daniel Gildemester, cônsul Holandês que mandou contruir o palácio para sua residência (1787); Diogo José Coutinho, 5º Marquês de Marialva (1797); D.ª Joaquina de Menezes, Marquesa de Louriçal (1843); D. Nuno Rolim de Moura Barreto, 1º Duque de Loulé (1851); D. Augusto Pedro Rolim Moura, 3º Conde de Azambuja (1876); e D.ª Antónia de Mendonça e Melo (1914).

NAIANE CARVALHO

É florista, tem uma pequena floricultura em Brasília e trabalha com pequenos eventos. Participou em todos os anteriores episódios de Flores Pelo Brasil como florista convidada. Desta vez, assinou dois ambientes: a mesa para dois, com vista para o jardim, e a suíte de Agatha Christie. Nesta última, usou como referência os tons da própria suíte, mais avermelhados, para fazer uma harmonização com a paleta de cores e com os móveis que lá existem. “Fiz vários arranjos no banheiro, na lareira, em toda a suíte”, diz. A Mesa Para Dois, serviço que o hotel disponibiliza para os seus clientes, costuma estar no salão, mas Naiane Carvalho decidiu deslocá-la para o exterior, de modo a acrescentar-lhe vista para o jardim. 

ANDREA KAPPS

Decoradora original do Rio de Janeiro, radicada desde há um mês em Londres, Andrea Kapps foi convidada para integrar este elenco do Flores Pelo Brasil e reencontrou vários amigos brasileiros. No espaço do Miradouro de São Cristóvão, optou por encenar aquilo a que chama “mini wedding” com uma mesa para 12 pessoas. Por ser num espaço ao ar livre, optou por usar guarda-sóis; por estar em Sintra, em jeito de homenagem, decidiu usar uma flor chamada gipsofila, “a mais usada em Portugal”. Na entrada, optou opor usar glicínias como trepadeiras. Usou também os tons brancos em praticamente tudo para poder criar um contraste com o jardim “bem verde, europeu”.

CLÁUDIA PERDIGÃO

Decoradora de eventos residente em Portugal há 36 anos, Cláudia Perdigão começou por fazer decorações de Natal para centros comerciais. A sua empresa tem 30 anos, “fui um pouco pioneira”, afirma. Antes de vir para Portugal, Cláudia já trabalhava com eventos e desde há alguns para cá tem vindo a diminuir os trabalhos de Natal para se dedicar a este mercado. Diz que recebeu o convite para integrar esta edição do Flores Pelo Brasil como uma surpresa muito agradável. Inicialmente, era para fazer apenas a produção, uma vez que era preciso um decorador local que soubesse indicar fornecedores e ajudar. Cláudia acabou por fazer uma das decorações, além de contribuir com parte do acervo usado. “Escolhi a Sala Oval porque habitualmente acolhe eventos mais seletos”, justifica, acrescentando que é ali que decorrem os encontros mais reservados, nomeadamente “o chá das rainhas”. A inspiração para a sala teve a ver com a loiça – “nós temos uma parceria com a Vista Alegre” –, tendo escolhido loiças de Christian Lacroix que têm várias flores representadas. “Fui um pouco ao encontro desse tipo de flores que aparece na loiça para fazer a parte floral.” Cláudia Perdigão reforça que não é florista, é decoradora. “Trabalho com a Alice Santos Florista.” 

JUAN AZEVEDO

Trabalho no Rio de Janeiro com eventos como grandes casamentos, “a gente é uma empresa floral que atende aos decoradores”, explica Juan Azevedo. A empresa de Juan está em contacto com os decoradores e, seguindo diretivas, faz o design floral e os arranjos florais. Juan é florista há dez anos e tem a empresa de flores há oito. Começou por fazer arranjos florais para o Copacabana Palace e aí foi conhecendo decoradores e outras pessoas do meio dos grandes eventos. Os seus trabalhos foram ganhando destaque e, consequentemente, foi conquistando mercado. Em Seteais, Juan Azevedo trabalhou em conjunto com outros decoradores, como Andrea Kapps e Daniel Cruz, decoradores com quem colabora regularmente no Rio de Janeiro.

DANIELA SILVA

Ajuda à produção com fornecimento de flores e logística

Veio parar ao projeto através da Cláudia Perdigão Design. Trabalha para a Alice Santos Florista, empresa de família com cerca de 40 anos. A sogra, que era dona da firma, faleceu na altura da pandemia. Os dois filhos da fundadora e antiga proprietária já trabalhavam na empresa, Daniela entrou através daquele que é seu marido e assumiu uma espécie de papel de Relações Públicas. Todas as flores presentes no projeto foram fornecidas pela Alice Santos Florista. Embora nem todas fossem da empresa, foi esta que tratou da logística, mandando vir mais matéria-prima de fora. Além da angariação e do transporte, também os arranjos ficaram ao cuidado da florista, trabalhando de acordo com as paletas designadas pelos artistas. Por fim, a empresa de Daniela Silva fez ainda assessoria aos criadores, auxiliando em tudo o que foi necessário ao nível logístico. A quantidade de flores é difícil determinar: “Só em hortênsias, foram mais de 500 pés de flor”, diz. “Foi um camião cheio mais uma Citröen Berlingo.” É fazer as contas.

 

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