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SZA fala sobre o amor-próprio, o novo álbum e os seus segredos de beleza

21 Jul 2021
By Eni Subair

A cantora e compositora norte-americana fala sobre o seu regresso aos palcos, sobre as novas músicas e porque é que todos precisamos de ser muito mais gentis para com o planeta.

A cantora e compositora norte-americana fala sobre o seu regresso aos palcos, sobre as novas músicas e porque é que todos precisamos de ser muito mais gentis para com o planeta.

 

"Uso o aniversário do CTRL como uma oportunidade para chorar e refletir todos os anos", diz a cantora e compositora norte-americana SZA, 30 anos, sobre o álbum de estreia, nomeado para quatro Grammy Awards, editado em 2017. "Nunca imaginei que chegasse até aqui". É esta candura e vulnerabilidade que os fãs adoram e que alimentou o crescimento musical da estrela pop nascida em Missouri, Nova Jersey, e o seu som etéreo distinto, mantendo-a no topo das tabelas quatro anos depois do début. 

A cena musical mudou irrefutavelmente em 2020, dando início a uma época em que as agendas dos artistas pararam. E, em 2021, é seguro dizer que SZA está a compensar todo o tempo perdido. Entre participações em músicas de Doja Cat e Megan Thee Stallion, SZA ouviu os pedidos dos seus fãs por material novo, lançando de forma silenciosa o vídeo (que a própria realizou) para o sucesso do single Hit Different, com Ty Dolla $ign e Jacob Collier - este lançamento deixou as redes sociais e a comunicação social num frenesim. Esta música foi o primeiro lançamento a solo desde o álbum CTRL, altamente aclamado. Logo de seguida veio Good Days, um sucesso global carregado com uma declaração de esperança - uma mensagem necessária nos dias de hoje. Good Days ganhou rapidamente um lugar no Top 10 da Billboard Hot 100, em janeiro passado. 

Meses depois de milhares de utilizadores no TikTok adicionarem as músicas de SZA aos seus vídeos, a possibilidade de ver a nomeada para um Globo de Ouro na vida real é muito mais tangível depois da cantora se ter associado à Grey Goose Essences no início deste mês de julho com o intuito de criar uma experiência musical virtual intitulada In Bloom. 

Com coordenados idealizados por designers negros emergentes, com uma audiência de 14,1 milhões que viram este concerto, transmitido no canal de YouTube de SZA. Filmado com um drone de alta tecnologia, a norte-americana interpretou músicas antigas e algum material novo enquanto estava rodeada de flores num placo cénico que imitava uma floresta, que contou com a curadoria da própria. 

Numa entrevista exclusiva à Vogue, SZA falou sobre como se sente ao cantar novas músicas ao vivo, os planos para o próximo álbum e ainda as tendências de beleza que vai introduzindo na indústria.

O CTRL tomou o mundo de assalto. De que forma é que o seu processo musical mudou de 2017 para agora. Agora, estou mais atenta. Não estou a fazer música para ir para a guerra ou para provar que não sou uma porcaria - estou a tentar impressionar-me a mim própria. Estou à procura de aprender a confiar em mim. [Enquanto fazia o álbum] apercebi-me de quão pouco as pessoas o entendiam e a mim também, e tudo o que estava a acontecer na altura. As coisas ou funcionam ou não, mas isso faz-nos voltar para desbloquear a próxima fase da nossa vida. Penso nisto como o Monopólio: os jogadores mudam enquanto o tabuleiro permanece o mesmo. É emocionante e cansativo ao mesmo tempo.

Como se mantém uma mente clara e aberta quando se faz música nova?‘De que diabos vou falar agora?’ [foi o que pensei pela primeira vez ao fazer este novo álbum]. Tento dar à música o que ela precisa, não o que quero que ela 'tente' ser. Essa é a única forma de fazer um bom trabalho. E não é algo que eu tenha dominado muitas das vezes.

Cantar as músicas novas ao vivo foi um momento emocionante para os seus fãs. Qual era o seu estado de espírito?Próximo do dia da experiência virtual In Bloom, sentia-me muito ansiosa, mas ao mesmo tempo entusiasmada por ter uma nova vibe com novos amigos. Tentei não pensar demasiado. 

Os vídeos para os singles Hit Different e Good Days deram ao mundo a oportunidade de ver o seu lado de realizadora. Qual foi a inspiração por detrás destes vídeos e podemos esperar mais vídeos realizados pela SZA?Sou uma novata - estou a tentar coisas que sempre quis fazer, tal como fizemos o In Bloom. Estou muito feliz por filmar o meu próximo vídeo e crescer ao máximo com cada experiência. 

Começou o ano com um grande sucesso nos seus singles mais recentes. No que é que se está a concentrar neste momento?Quero fazer música que adoro - é só nisso que estou focada de momento. Estou a tentar maximizar o meu amor-próprio porque sei que isso vai permear tudo aquilo que faço. 

Falando de amor-próprio, 2020 viu SZA a partilhar algumas das suas dicas de bem-estar. Como é que essa jornada começou?Desespero. Quando a minha avó morreu, perdi a cabeça e os meus amigos - tive de fazer algo para me estabilizar. O hot pilates tornou-se na minha religião.

SZA durante o concerto In Bloom © Blair Caldwell
SZA durante o concerto In Bloom © Blair Caldwell

Os looks de beleza que escolhe tornam-se sempre em tendências. O que é que a inspira?Energia! Adoro personagens e estou sempre a desenhar novas versões de mim mesma, quase como novas camadas ou novas plantas de mim. Alguns dias visto-me de acordo com a deusa que estou a honrar naquele dia, outros dias visto-me para a felicidade e atiro-me a algo amarelo. E às vezes gosto de combinar os meus cristais ou fingir que estou num filme que ninguém conhece e que sou a personagem principal.

As alterações climáticas e ser mais gentil para com o planeta é algo que a SZA tem falado com muita frequência, especialmente no seio das Black and Brown communities. De que forma é que encoraja as gerações mais jovens a envolverem-se?

Se não tens a certeza por onde começar, começa por ajudar estas comunidades da forma que puderes, tais como patrocinar o jardim local, plantar árvores, voluntariar-se para limpar ou escrever aos funcionários locais. E tente trabalhar com organizações de base em vez de grandes corporações. Muitas cidades enfrentam mudanças e circunstâncias económicas difíceis, diretamente resultantes do racismo sistémico e ambiental. Por exemplo, as atuais crises da água em Memphis, no Tennessee, e Flint, no Michigan, são evitáveis. Os funcionários poderiam tomar medidas agora mesmo e fazer os ajustamentos de segurança necessários. É tudo uma questão de urgência e atenção. Basta retribuir porque as pessoas são o planeta, e todos precisamos uns dos outros. 

Eni Subair By Eni Subair

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