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Notícias 10. 3. 2023
Na semana conclusiva do fashion month, a capital francesa torna-se o centro do mundo.
A semana de Moda parisiense é mais facilmente comparável a um frenesim de publicidade do que a um evento dedicado à Moda. A capital francesa enche-se de celebridades de todo o mundo, incluindo uma quantidade preocupante de Tiktokers. Mas fora o circo das ruas de Paris, o que realmente nos importa encontra-se atrás de portas fechadas. Os desfiles dos nomes mais importantes da Moda ditam as tendências para a próxima estação fria.
Quando se menciona Moda francesa, nomes como Chanel ou Dior saltam-nos à mente. Mas os desfiles mais esperados deste mês foram aqueles onde se estrearam novos designers. Nina Ricci, Ann Demeulemeester e Off-White sofreram mudanças significantes nas suas equipas . A direção criativa da primeira foi assumida por Harris Reed, o prodígio da Moda gender fluid. Para a sua estreia, o designer britânico não divergiu da sua estética comum. Silhuetas pomposas, cores vibrantes e materiais luxuosos fizeram parte de uma coleção algo que previsível para Reed. Da mesma forma, Ludovic de Saint Sernin criou a sua primeira coleção para a marca Ann Demeulemeester. Com um foco na transparência e silhuetas simples, o jovem designer jogou pelo seguro. Finalmente, e como a cereja no bolo das estreias da semana, Ibrahim Kamara iniciou o seu percurso na Off-White. Encarregado de preservar o legado de Virgil Abloh, o diretor criativo alcançou o inesperado: honrou o passado da marca enquanto sugeria o que será o seu futuro. Kamara combinou as suas raízes culturais com a cultura noturna de Londres, com referências a filmes sci-fi numa mistura tão refrescante como bem-sucedida.
Os novos nomes da semana da Moda de Paris enfrentaram um desafio intimidante. Partilhar um calendário com titãs como Louis Vuitton e Christian Dior é, no mínimo, aterrador. Por falar em gigantes, a coleção da Chanel de outono/inverno 2023 foi dedicada a um dos mais importantes símbolos da maison: a camélia. Num comunicado de imprensa, Virginie Viard explica a sua dedicação ao tema: “a camélia é mais que um tema, é um eterno código da marca, gosto da sua suavidade e força.” Esta preferência foi notável na coleção que apresentou, equilibrando casacos masculinos com vestidos delicados.
Não foi só na Chanel que os códigos de marca se assumiram como inspiração. Nas propostas de outono/inverno da Christian Dior, Maria Grazia Chiuri escolheu reinterpretar o New Look. A silhueta icónica foi modernizada pela designer italiana através de camisas brancas e saias elegantes. O cenário do desfile foi uma fonte de orgulho para todos os portugueses. A artista Joana Vasconcelos criou uma estrutura colorida onde flores compostas a partir de têxteis desceram do teto. A obra envolvente foi suficiente para espantar tanto os privilegiados convidados como aqueles que acompanhavam o desfile nas redes sociais.
Também a coleção de Louis Vuitton ponderou a identidade da maison. O estilo francês foi central num desfile onde o minimalismo foi privilegiado. Elementos fundamentais da Moda francesa, como colares de pérolas e camisolas de malha, foram reconsiderados por Nicolas Ghesquière. Em vez de se centrar numa perspetiva eurocêntrica, o designer francês inspirou-se na diversidade da sua equipa. Os últimos looks da coleção recorreram a estéticas não europeias, procurando questionar: “o que significa ser francês?”.
Na Loewe, John Anderson provou mais uma vez ser o prodígio do grupo Kering. Responsável pelo atual sucesso da marca, o designer britânico voltou a criar uma coleção adorada pelos críticos. Para o outono/inverno 2023, as propostas da marca espanhola exploraram a tensão entre o bizarro e o elegante. Drapeados interessantes desafiam a gravidade, com um efeito líquido. Looks compostos inteiramente de penas assumem uma normalidade desconcertante.
Um dos momentos mais esperados da semana era com certeza o desfile da Balenciaga, o primeiro após o escândalo que decorreu em dezembro do ano passado. Seria esta a coleção que salvaria a marca da sua ruína moral? Aparentemente sim. A abordagem minimalista da coleção, assim como as palavras sentidas de Demna Gvasalia que a acompanharam, reintegraram Balenciaga nas boas graças da indústria da Moda. Vestidos e sobretudos sóbrios substituem peças com sucesso comercial em mente. O designer criou uma homenagem ao legado da marca que, quem sabe, nos poderá informar do futuro da Balenciaga.
A coleção apresentada pela Valentino centrou-se no ícone da gravata preta. Elegantes vestidos, camisas brancas, casacos repletos de plumas: todos se conectaram pela presença de uma gravata. O uso de cores extravagantes, um dos símbolos do design de Pier Paolo Piccioli, diretor criativo da marca, foi ponderado. Pops de cor assumiram o papel de pontuação numa coleção dominada pelo preto e branco.
Após o sucesso viral (e consequente escândalo) da sua última coleção de Alta-Costura da Schiaparelli, Daniel Roseberry apresentou o primeiro desfile de ready-to-wear da maison. O diretor criativo afastou-se da teatralidade que se tornou sinónimo do seu nome, focando-se ao invés em peças elegantes. O drama pode ter estado ausente, mas as referências ao passado de Schiaparelli, e à sua fundadora, são uma constante. Os vestidos e turbantes incluídos nas propostas para o outono/inverno assemelham-se a cópias diretas dos designs de Elsa Schiaparelli.
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