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Schiaparelli: Alta-Costura outono/inverno 2020

08 Jul 2020
By Rui Matos

E uma vez mais, Daniel Roseberry fez-nos sonhar.

E uma vez mais, Daniel Roseberry fez-nos sonhar. 

Quando Daniel Roseberry assumiu o cargo de diretor criativo na Maison francesa, escreveu no seu Instagram: “[Elsa] Schiaparelli era a mestre do modernismo, o seu trabalho refletia o caos e a esperança da era turbulenta em que vivia. Hoje, fazemos perguntas semelhantes: O que é a arte? O que é a identidade? Como é que nos vestimos para o fim do mundo?” Um ano depois de ter escrito isto, Roseberry nem imaginaria o quão relevantes estas questões seriam em 2020, no meio de uma pandemia global.

Neste mês de julho, o circo da Moda é feito atrás de um ecrã. Esta couture week é para ser vivida ao tempo de cada um, afinal está tudo à distância de um clique às horas que bem nos apetecer. Mas se há coisa que se mantém intacta é o sonho e a fantasia, e nestas componentes a Schiaparelli leva a medalha de ouro - ou não fosse a Maison que torna todos os nossos sonhos em realidade.

Collection Imaginaire, como lhe chamou, “é a história de uma coleção que poderia ter acontecido”, afirmou o designer, que desenhou os esboços na Washington Square Park, em Nova Iorque, onde passou estes últimos meses. Estes desenhos fizeram sucesso não só em Paris, como no mundo inteiro e, por isso mesmo, ficou determinado que estes desenhos iriam ser exibidos e posteriormente alguns samples destas peças vão fazer um digressão para que as clientes Schiaparelli os possam ver e, posteriormente, encomendar. 

“Esta coleção é um tributo ao impulso de criar. É também por isso que o mundo Schiaparelli é sempre tão reflexivo do nosso tempo. O compromisso da Elsa para com o surrealismo, o seu fascínio por inverter a realidade do quotidiano nunca foi tão oportuno. Esta coleção está cheia de homenagens ao seu trabalho e às suas obsessões, mas é feita à minha maneira” escreveu o criador nas notas de imprensa. E por muito que Roseberry se inspire no trabalho e nas ideias da fundadora da Maison, tudo aquilo que apresenta é atual e muito contemporâneo, é como se nada daquilo alguma vez tivesse sido feito. Na indústria, é cada vez mais difícil arrancar esse tipo de emoções, mas o norte-americano consegue fazê-lo tão bem que, por momentos, nos esquecemos de tudo aquilo que está a acontecer fora da redoma de vidro da Moda.

Rui Matos By Rui Matos

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