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Saint Laurent pintou-se de néon e foi uma ode aos arquivos da marca

27 Feb 2019
By Rui Matos

A Moda também é afirmação e o que Anthony Vaccarello afirmou, ontem, no desfile da Saint Laurent, é que é possível repescar toda a extravagância dos anos 80 sem ser preciso cair em lugares comuns.

A Moda também é afirmação e o que Anthony Vaccarello afirmou, ontem, no desfile da Saint Laurent, é que é possível repescar toda a extravagância dos anos 80 sem ser preciso cair em lugares comuns.

© Getty Images
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Para começar foram os ombros estruturados, depois as silhuetas marcadas, as plumas e as lantejoulas. No segundo ato, os tons néon, que para uns são a melhor coisa dos anos 80 e para outros o pesadelo da década, tomaram de assalto a passerelle. Uma jogada inesperada, mas bem sucedida, para Vaccarello que habitualmente prefere o conforto do preto.

És o néon da noite

© Getty Images
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Nos jardins do Trocadéro, com a Torre Eiffel como pano de fundo, ergueu-se uma caixa de espelhos gigante, iluminada por uma infinidade de luzes de fazer inveja ao monumento que é o ex-libris da cidade. Uma estrutura, que trazia a memória os Infinity Room de Yayoi Kusama, e que tornou incandescentes os últimos 34 coordenados do desfile. 

Sob luz negra, vestidos estruturados, padrões zebra, laços imponentes e plumas ganharam vida e brilharam como se não houvesse amanhã (um efeito conseguido através da penetração dos raios de luz UV nos tecidos de cores fluorescentes). Uma maneira exagerada de lembrar tudo e todos que os anos 80 não querem mesmo ficar esquecidos no passado (e mesmo que tentassem não conseguiriam). A par do pronto-a-vestir, que pisou a passerelle neste segundo ato, estavam os acessórios, como carteiras, cintos, óculos de sol e sapatos, todos em perfeita harmonia com os tecidos mais-do-que-brilhantes que compunham as peças.  

Os arquivos e as musas de Yves Saint Laurent

“O que eu quero? Chocar as pessoas, forçando-as a pensar,” afirmou Monsieur Saint Laurent, à Vogue Paris, depois de apresentar a tão célebre coleção Scandal para a primavera/verão 1971. Nesta coleção, a linha de pensamento foi a mesma, mas Anthony Vaccarello fê-lo inspirando-se em três das musas de Yves: Catherine Deneuve, Bianca Jagger e Betty Catroux. 

A passerelle recebeu assim alfaiataria feminina e ombros marcados (não oversized, mas imponentes). “Tudo começa nos ombros. Não quero falar de silhuetas oversized, porque está toda a gente fazer isso. É uma silhueta reta. Quero dar poder às mulheres e acho que precisam de ombros,” afirmou Vaccarello, no backstage ao WWD. 

Para Anthony, a mulher Saint Laurent, como explicou ao diário britânico The Guardian, “não é uma guerreira, não é maldosa, é apenas confiante”. E, na verdade, há poucas coisas tão fundamentais como a confiança. 

A coleção completa

© ImaxTree

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