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O Instagram atualizou a política de nudez. As responsáveis são três mulheres.

28 Oct 2020
By Mathilde Misciagna

Em 2020 (e sempre), se acha que nudez feminina é ofensivo talvez (certamente) o problema esteja em si. O Instagram atualiza hoje a política de nudez no que toca a fotos de seios. E as responsáveis são três mulheres.

Em 2020 (e sempre), se acha que nudez feminina é ofensivo talvez (certamente) o problema esteja em si. O Instagram atualiza hoje a política de nudez no que toca a fotos de seios. E as responsáveis são três mulheres.

@curvynyome
@curvynyome

O Instagram atualiza hoje a sua política de nudez, nomeadamente em relação às fotos de seios, em resposta a uma campanha de Nyome Nicholas-Williams (#iwanttoseenyome), modelo plus size, que se queixou de discriminação. A plataforma é regularmente acusada de excesso de pudor e, sobretudo, de falta de objetividade na aplicação das suas regras sobre nudez – favorecendo mulheres brancas e magras. Com a nova atualização, o conteúdo em que uma pessoa abraça ou simplesmente segura os seus seios será permitido.

“Olhem o que acontece quando três mulheres se propõem a mudar o mundo!”, escreveu Nyome na sua página de Instagram. E acrescenta “Trabalhámos muito para isto e conseguimos a atenção do Instagram, mas há ainda muito trabalho a fazer. Modelos negras e plus size continuam a ser censuradas de muitas maneiras e mulheres brancas ainda tentaram usurpar a campanha. Há ainda um enorme desequilíbrio racial no algoritmo, em que corpos brancos são promovidos e não precisam de se preocupar com as políticas do Instagram nos seus posts, enquanto que corpos negros ainda têm que justificar a sua presença na plataforma.”

Tudo isto aconteceu na sequência de um post - removido pelo Instagram por violar as políticas de seminudez - em que a modelo em questão, sentada num banco e vestida com calções de ciclista, tapava o seu peito com o braço. Acreditando que a fotografia não era, de forma alguma, provocatória Nyome lançou uma petição que foi assinada por quase 17 mil pessoas e gerou um enorme buzz nas redes e fora delas – graffitis nas ruas de Londres amplificaram ainda mais a causa.

Fez-se barulho. Muito. Alto. E hoje é o dia em que o Instagram e o Facebook mudam a sua política de forma a garantir que todos os corpos – sobretudo negros e plus size – são tratados de forma justa nas plataformas. A alteração deverá fazer com que consigam diferenciar melhor expressão pessoal/arte de conteúdo pornográfico. O Instagram, em declaração ao The Guardian, sublinhou que pretende aproximar a plataforma de um lugar onde todos se sintam seguros, apoiados e livres para se expressarem. 

E pensar que há dez anos existiam vidas sem Instagram. Aquilo que começou por ser uma simples plataforma de partilha de imagens, hoje é tudo e é nada para a maioria dos comuns mortais. É um Linkedin, é um Tinder, é troca de mensagens tal e qual como no WhatsApp, é política, é superficialidade, é o reflexo dos tempos. Com a desculpa de nos proteger, a plataforma iniciou uma caça ao corpo feminino, censurando-o (pelo sim, pelo não). Não há nada de vergonhoso no corpo feminino. Enquanto sociedade, temos tanto medo de corpos, sobretudo se não pertencerem a um standard de Beleza - se é que isso ainda exista. Afinal, o que é um standard de Beleza?

O Instagram é alimentado pelo conceito de perceção e, infelizmente, a perceção em relação ao corpo da mulher ainda não mudou assim tão drasticamente. Talvez não tenha mudado de todo.

Mathilde Misciagna By Mathilde Misciagna

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