Maria Grazia Chiuri. Fotografia: Paola Mattioli.
Maria Grazia Chiuri irá apresentar a sua primeira coleção para a temporada de outono/inverno 2026 durante a Semana da Moda de Milão, em fevereiro do próximo ano.
Maria Grazia Chiuri é a nova diretora criativa da Fendi, anunciou hoje a marca. Chiuri irá apresentar a sua primeira coleção para a temporada de outono/inverno 2026 durante a Semana da Moda de Milão, em fevereiro do próximo ano. A nomeação ocorre seis meses após a saída da designer do cargo de diretora criativa da Dior. Além disso, marca também uma espécie de regresso a casa: Chiuri, que é romana, trabalhou na Fendi durante 10 anos como designer de acessórios entre 1989 e 1999, onde liderou o desenvolvimento da icónica carteira Baguette da marca.
"Maria Grazia Chiuri é um dos maiores talentos criativos do panorama atual da Moda, e estou muito feliz por ter escolhido regressar à Fendi para continuar a expressar a sua criatividade dentro do grupo LVMH, depois de partilhar a sua visão artística ousada. Ao lado das equipas da Fendi e numa cidade que lhe é querida, estou convencido de que Maria Grazia contribuirá para a renovação artística e o sucesso futuro da maison, ao mesmo tempo que perpetua o seu legado!", afirmou Bernard Arnault, presidente e CEO do grupo LVMH.
A Fendi ficou sem diretor criativo na sua linha feminina desde que Kim Jones deixou o cargo, em outubro de 2024. Silvia Venturini Fendi, descendente da Casa e neta dos fundadores Adele e Edoardo Fendi, acrescentou as funções de Moda feminina ao seu papel de supervisionar a Moda masculina e manteve-se ao leme de ambas as linhas durante as temporadas do 100º aniversário da marca, em 2025. Ainda assim, no dia 29 de setembro, Venturini Fendi assumiu um novo cargo e deixou as suas funções de design para se tornar embaixadora e presidente honorária.
“Estou muito feliz por dar as boas-vindas a Maria Grazia à equipa. O papel de um diretor criativo já não é simplesmente desenhar roupas bonitas, mas sim criar uma cultura de marca e refletir o mundo em que vivemos. O seu talento e visão serão fundamentais para fortalecer a herança da Fendi, moldar os futuros talentos da marca e aprofundar o nosso compromisso com o saber-fazer italiano”, acrescentou o presidente e CEO da Fendi, Ramon Ros.
Ros, que assumiu o seu cargo em julho deste ano, pretende impulsionar a inovação da marca. Antes da nomeação de Jones em 2020, a linha feminina da marca era desenhada pelo falecido Karl Lagerfeld, desde 1965 até à sua morte em 2019. Ros espera que Chiuri, que já foi diretora criativa da linha feminina da Dior ao lado de Jones, que ocupava o mesmo cargo na linha masculina, traga uma nova relevância para a Fendi.
“Regresso à Fendi com honra e alegria, tendo tido o privilégio de iniciar a minha carreira sob a orientação das fundadoras da marca, as cinco irmãs. A Fendi sempre foi uma forja de talentos e um ponto de partida para muitos criativos da indústria, graças à extraordinária capacidade destas cinco mulheres de fomentar e cultivar gerações de visão e habilidade. Estou grata ao Sr. Arnault por me confiar a tarefa de ajudar a escrever um novo capítulo na história desta extraordinária empresa fundada por mulheres”, disse Chiuri.

Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli em 2010.
Venturelli/WireImage
A nomeação de hoje também é geograficamente conveniente para Chiuri, já que a Fendi está sediada em Roma. Após a sua saída da Dior em Paris, a designer também passou a residir na cidade, dedicando-se a projetos que lhe são queridos, incluindo a restauração do Teatro Della Cometa, um espaço histórico de espetáculos na cidade.
Quando Chiuri deixou a Fendi em 1999 com o seu então parceiro criativo Pierpaolo Piccioli, foi para outra casa romana: a Valentino. Quando o fundador da casa, Valentino Garavani, se aposentou em 2008, Chiuri e Piccioli foram nomeados diretores criativos em conjunto (após um breve cameo de Alessandra Facchinetti no cargo). Chiuri ficou na Valentino durante sete anos marcados por grande sucesso, antes de ser recrutada pela Dior em 2016 para substituir Raf Simons.
Na Dior, tornou-se a primeira mulher a assumir o papel de designer principal da marca, supervisionando a linha feminina. Mudou a curadoria da marca para transmitir uma mensagem assumidamente feminista, um tom estabelecido pela sua coleção de estreia SS17 com t-shirts que liam "We should all be feminists". Trabalhou com artistas femininas, incluindo Judy Chicago, Faith Ringgold, Eva Jospin e Mickalene Thomas. A designer também dedicou toda a sua experiência em acessórios à marca e trabalhou para expandir a visão da Dior, colaborando com artesãos e criativos além do seu foco tradicionalmente francófono.
De acordo com o HSBC, as vendas da Dior passaram de 2,2 mil milhões de euros em 2017 para 9,5 mil milhões de euros em 2023. Agora, Chiuri tem a oportunidade de dedicar toda a sua experiência na área da Moda ao desenvolvimento da casa onde tudo começou.
Traduzido do original, disponível aqui.
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