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Loewe: outono/inverno 2021

05 Mar 2021
By Rui Matos

A geometria, num todo, assume o comando da próxima estação fria da Loewe, a casa espanhola que continua a liderar o novo conceito de apresentar coleções.

A geometria, num todo, assume o comando da próxima estação fria da Loewe, a casa espanhola que continua a liderar o novo conceito de apresentar coleções.

Quando pensamos que é um cliché dizer que “a criatividade não tem limites”, basta olhar para aquilo que a Loewe e Jonathan Anderson estão a fazer para apresentar as novas propostas envoltas por uma pandemia global e é seguro afirmar que, de facto, a criatividade não tem limites. Tudo começou com A Show in a Box, transitou para um A Show in a Wall e, agora, A Show in the News. 

Às redações chegou um jornal - a Loewe faz parte do grupo de pessoas que acredita veemente no futuro do papel - com a frase “The Loewe show has been canceled”, em letras gigantes. “Os lockdowns globais e as restrições de movimento que ainda existem tornam limitados os eventos físicos de qualquer tipo, incluindo os desfiles de Moda”, pode ler-se ainda na primeira página deste jornal. A Moda, assim como os jornais, são sobre o momento, servem como um registo do agora, uma cápsula do tempo. Ao lado do lookbook que nos revela a nova coleção, está o primeiro capítulo do recém-publicado The Affair, o novo romance de Danielle Steel. Incluir este capítulo é fazer uma referência às tradições literárias do século XIX, quando figuras como Charles Dickens e  Alexandre Dumas publicavam excertos das suas obras em jornais. 

Danielle Steel é hoje uma das autoras vivas mais bem sucedidas do mundo, com 800 milhões de cópias já vendidas. The Affair, sem ser uma referência direta no trabalho da Loewe ou de Anderson, é passado por entre os corredores da indústria da Moda - a personagem principal é diretora de uma publicação de Moda. O enredo em si não precisa de mais explicações, é sim um exemplo da cultura pop: documentários e filmes têm, na última década, ampliado a percepção pública de uma indústria que foi durante anos considerada exclusiva a um nicho muito restrito. A Moda está mundialmente democratizada, com as imagens a serem consumidas por todos através das redes sociais, e da internet em geral, fazendo assim parte integrante da cultura e da cultura pop.

Com a vida pós-pandemia em mente, Jonathan Anderson idealizou roupas para as pessoas se divertirem em noites que parecem não ter fim. “O meu objetivo é: projetar o futuro e isso acontecerá. Então, aqui estão as roupas para o futuro - now let’s go,” contou o criador à Vogue britânica. Nas propostas que apresentou há uma explosão de tons acrílicos brilhantes que vivem em harmonia com composições gráficas, que adornam as silhuetas ora abstratas, ora ultra-definidas. Há também movimento com as franjas e as abas que se movem a cada passo. Os drapeados e os cortes revelam o lado mais sexy e as linhas sinuosas abraçam, com fluidez, as linhas retas, as curvas e a firmeza.

O tailoring é um dos pontos fortes do outono/inverno 2021. No vídeo que Anderson gravou a apresentar esta coleção, explicou: “Nas últimas três/quatro coleções, o tailoring tem sido uma grande missão para mim.” E é uma missão que está a ser bem conseguida, com propostas que são o sonho de qualquer mulher que não dispense um bom fato de duas peças. Quanto aos acessórios, há o ressurgimento da carteira Amazona, introduzida pela primeira vez em 1975. Já a Flamenco XL surge renovada com cores eletrizantes e a Goya tem uma presença mais acentuada através da seda em que é confecionada.

Rui Matos By Rui Matos

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