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A grande odisseia olfativa da Chanel

16 Dec 2022
By Ana Murcho

Chama-se Le Grand Numéro de Chanel e é uma viagem olfativa pela história de todas as fragrâncias Chanel. A nova exposição da maison parisiense é uma experiência imersiva que desafia os conceitos de jornada sensorial.

Chama-se Le Grand Numéro de Chanel e é uma viagem olfativa pela história de todas as fragrâncias Chanel. A nova exposição da maison parisiense é uma experiência imersiva que desafia os conceitos de jornada sensorial.

© Chanel
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Numa das manhãs mais geladas de dezembro, em que os flocos de neve se espalhavam pelas ruas da cidade, Paris vestiu-se de gala para a inauguração de Le Grand Numéro de Chanel, a mais recente extravaganza da maison parisiense. Entramos no Grand Palais Éphémère, que normalmente acolhe os desfiles da marca, e somos confrontados com um espetáculo que mistura música, dança, magia, instalações de arte, mesas de blackjack e realidade virtual, e temos a certeza de que quaisquer expectativas que pudéssemos ter sobre este lançamento foram amplamente ultrapassadas. Mais do que uma simples exposição, esta odisseia olfativa é uma jornada apaixonante pelos perfumes Chanel – e, ao mesmo tempo, um tributo a um imenso legado que remonta a 5 de maio de 1921, quando nasceu o icónico Nº5. “A perfumaria da Chanel tem um propósito existencial. Le Grand Numéro de Chanel é uma viagem emocional, uma oportunidade para descobrir todas as facetas de uma fragrância e o papel que [cada uma] desempenha.” As palavras são de Thomas du Pré de Saint Maur, curador da exposição e Head of Global Creative Resources for Fragrance & Beauty, Fine Jewelry & Watches da Chanel, e resumem na perfeição aquilo que podemos esperar de uma visita ao Grand Palais Éphémère.

Dividida em cinco salas, cada uma dedicada a um perfume, Le Grand Numéro de Chanel começa numa impressionante praça, coberta por um céu de símbolos cintilantes. É neste espaço, para o qual se entra através de uma porta que replica o formato do frasco do Nº5, que encontramos alguns dos ícones da maison, como o leão (referente ao signo de mademoiselle), a túlipa, o duplo C e, como não poderia deixar de ser, o incontrolável número 5. A atmosfera é de festa, algures entre uma tenda de circo e um glamoroso casino. É aqui que tudo começa, é daqui que se parte para a aventura da descoberta de cada fragrância Chanel. Por detrás das cortinas de cada sala estarão as estórias que dão vida a composições complexas, verdadeiras concentrações vitais de energia que evoluem eternamente, como a pele de cada um de nós. 

© Chanel
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Para um grande perfume, uma grande homenagem. As várias divisões dedicadas ao Nº5 começam no exato momento em que o perfumista Ernest Beaux apresentou a Coco Chanel a famosa quinta amostra da intemporal fragrância, estendem-se aos anúncios publicitários que lhe deram vida – incluindo os maravilhosos vestidos de Alta-Costura que Nicole Kidman e companhia usaram nas suas versões televisivas – e passam pelas múltiplas interpretações artísticas que foram feitas a partir deste ícone da cultura pop, casos de Chanel Nª5, de Andy Warhol, ou de Walking Chanel Perfume Bottle, de Laurie Simmons. Pelo meio existe a possibilidade de cheirar a sua versão mais pura, observar uma série de documentos históricos ligados à sua conceção, e ver um dos primeiros frascos criados por Gabrielle Chanel – um elemento que, à semelhança do perfume que resguarda, acabaria por ser revolucionário pela sua simplicidade e pelas suas linhas sóbrias. Do nome ao próprio cheiro (algo que parecesse “um estilo e não uma flor”), o Nº5 foi avant-garde em todos os sentidos. À frente do seu tempo e intemporal, é um ideal de feminilidade e de poder que se estende a todas as mulheres, de todas as idades. Não será exagerado assumir que é ele o maior protagonista de Le Grand Numéro de Chanel porque, no fim de contas, é ele o maior protagonista do majestoso portefólio de fragrâncias Chanel. Tal como refere Hélène Fulgence, Head of Patrimoine da Chanel, o Nº5 era uma coisa que tinha de acontecer: “Quando Ernest Beaux lhe apresentou a quinta amostra, foi uma revelação impressionante; Gabrielle Chanel não escolheu esta nova fragrância, ela reconheceu-a.”

© Chanel
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A sala dedicada a Chance tanto um cabaret como o backstage de uma sala de dança – ou será, em vez disso, um salão de jogos? O perfume mais atrevido e jovial da maison é um convite à diversão e à alegria, num misto de possibilidades infinitas. Aqui é possível tentarmos a nossa sorte numa mesa de blackjack ou assistirmos a truques de magia, sempre rodeados da incrível atmosfera Chance, aquela que nos convida a sermos nós próprios, qualquer que seja a situação. Seguimos caminho para a minicidade azul meia-noite que acolhe Blue, a fragrância masculina por excelência. Podem ser seis da manhã ou seis da tarde, aqui a atmosfera é de horizontes que nunca acabam. Mais uma vez somos confrontados com a multiplicidade dos aromas de Blue, do mais suave ao mais intenso, o que só prova que, para a Chanel, os perfumes transcendem o tangível para se transformarem numa experiência emocional. Coco Mademoiselle recebe-nos numa série de salas irreverentes e inesperadas, que começam numa maravilhosa parede grafitada por onde pendem candelabros de cristal. Todos os detalhes contam, das peças de roupa e acessórios que mademoiselle poderia levar numa viagem – e elas estão aqui, expostas, uma por uma – aos objetos de design que estariam no seu quarto. Coco Mademoiselle é uma heroína romântica, mas também é uma exploradora, uma revolucionária, uma lutadora. Quem seremos nós?

© Chanel
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A última sala recebe Les Exclusifs de Chanel, dezoito obras de arte em forma de fragrância, cada uma delas com a sua personalidade e caráter. É aqui que verdadeiros “psicólogos do olfato” nos questionam sobre os nossos gostos e hábitos, com o intuito de descobrir a nossa fragrância. Como no divã de um psicólogo, é aqui que partilhamos, sem medo, o nosso alter ego. Porque há sempre um Les Exclusifs de Chanel para cada um de nós. “Uma fragrância é uma ligação ao mundo que nos rodeia, uma forma de nos mostrarmos ao mundo; expressa a nossa personalidade tal como as roupas que vestimos ou os nossos maneirismos. Uma fragrância revela mais uma faceta, algo que não pode ser transmitido de outra forma.” A afirmação de Olivier Polge, In-House Perfumer-Creator da Chanel, concluem de forma soberba a sensação com que ficamos depois da visitarmos Le Grand Numéro de Chanel. Uma fragrância nunca é apenas uma fragrância, ainda mais se for uma fragrância Chanel.

Le Grand Numéro de Chanel, Grand Palais Éphémère, Paris, entrada livre.Mais informações em grand-numero.chanel.com

Ana Murcho By Ana Murcho

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