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Editorial | The Time issue: dez/jan 2021-22

by Sofia Lucas

 

“It is the time you have wasted for your rose that makes your rose so important." - Antoine de Saint-Exupéry, The Little Prince

 

O tempo não só está no centro da organização da nossa vida, como é fundamental na forma como a vivemos. Sabemos que o tempo tem impacto na memória, mas também é a memória que cria e molda a nossa experiência temporal. É a memória que cria as propriedades elásticas do tempo. Não só nos dá capacidade de evocar uma experiência passada, mas de refletir sobre ela com consciência.Por isso mesmo, relembramos muitas vezes, como que em câmara lenta, imagens de momentos marcantes. Sentimos que o tempo acelera à medida que envelhecemos ou perdemos-lhe a noção quando estamos de férias. Nunca teremos o controlo total sobre esta dimensão temporal. O tempo vai deformar, confundir, e entreter, por mais que aprendamos a lidar com as suas capacidades e magia.

 

Porém, quanto mais aprendemos, mais podemos tentar moldá-lo de acordo com a nossa vontade. Podemos desacelerar ou acelerar. O tempo pode ser o nosso maior amigo ou inimigo. Tudo o que existe é o agora. Podemos ganhar experiência com o passado, mas não o podemos reviver nem mudar; e podemos planear o futuro, cuja existência será sempre uma incógnita, até ser presente. Viajar no tempo da nossa vida é uma das maiores dádivas da mente. Isso torna-nos humanos e especiais. O tempo é precioso, e a sua principal medida devia ser o agora. Quanto mais estamos focados no passado ou no futuro mais sentimos a falta do agora. E no fim do dia ou, mais precisamente, no princípio do dia, o mais importante é esse novo começo. Vinte e quatro horas, mil e quatrocentos e quarenta minutos ou 86.400 segundos. Viva-os, sabendo que é esse o seu maior tesouro. Que lhe é dado e retirado todos os dias. 

Publicado originalmente no Time issue da Vogue Portugal, de dezembro/janeiro 2021-22. 
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