Bem-vindo à silly season e ao The [Un]Popular Issue, a nossa edição de verão – uma zona absolutamente segura, onde a impopularidade não é julgada nem desvalorizada e onde a popularidade pode ser questionada. A minha definição de uma sociedade livre é uma sociedade onde é seguro ser impopular. Num mundo de fama, seguidores, likes e paparazzi, precisamos de aspirar a ser algo diferente de simplesmente popular.
“Take the unpopular route. Use the road no one travels by. Think of doing what is uncommon but remarkable. You have absolutely nobody to overtake you on the empty road.” - Israelmore Ayivor

Photo © Carlos Teixeira
Bem-vindo à silly season e ao The [Un]Popular Issue, a nossa edição de verão – uma zona absolutamente segura, onde a impopularidade não é julgada nem desvalorizada e onde a popularidade pode ser questionada. A minha definição de uma sociedade livre é uma sociedade onde é seguro ser impopular. Num mundo de fama, seguidores, likes e paparazzi, precisamos de aspirar a ser algo diferente de simplesmente popular.

Photo © Jamie Nelson
Como é que algumas celebridades, que a pessoa comum acreditaria terem toda a popularidade que um ser humano poderia desejar, ainda admitem sentir-se sozinhas? É bastante ingénuo supor que a popularidade é o remédio para a solidão. A solidão não é necessariamente igual à solidão física, é a incapacidade de sermos nós próprios. Quer se esforce demais para se encaixar ou se esforce demais para se destacar, o resultado é o mesmo, vai acabar com a sua verdadeira importância esgotada. Acha mesmo que pelo facto de milhões de pessoas conhecerem a sua cara ou saberem o seu nome o torna especial? O desejo de ser famoso é tão comum e tão intenso que não querer genuinamente ser famoso provavelmente o tornará famoso, ou pelo menos trará muito mais coolness à sua vida. A popularidade é grosseiramente superestimada. Como alguém disse, é melhor ter uma pessoa disposta a morrer por nós do que mil dispostas a comparecer no nosso funeral.

Photo © An Le
Photo © An Le
Para os antigos gregos, que estavam tão longe das atuais redes sociais, a única maneira de alcançar uma popularidade massiva era fazer algo maravilhosamente digno de ser contado. Hoje em dia, a tecnologia pode poupar-nos todo o incómodo pessoal, porque a popularidade pode não estar diretamente relacionada com mérito. Naquela época, para se ser conhecido, era preciso ser grande. Hoje, para se ser considerado grande, é preciso ser conhecido. O fenómeno cíclico da popularidade é inegável: um padrão ao longo de gerações, nas mais diversas áreas, tem vindo a provar que o que hoje é popular inevitavelmente cairá no esquecimento amanhã, o que transforma a popularidade num pedestal tão frágil como o papel.
Quer ser popular? É fácil... dê-se ao luxo de deixar de viver em função de uma norma instituída, e ame-se a si próprio por ser assim.
Precisamos de mais amor, de mais humor, e sobretudo de não levar tudo tão a sério.
A vida não é um concurso de popularidade.
Happy silly season.
Originalmente publicado no The [Un]Popular Issue da Vogue Portugal, de julho/agosto 2023.For the english version, click here.
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