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Roteiro 16. 8. 2019

A Copenhaga de Catarina Mira

by Catarina Mira

 

Catarina Mira assina este roteiro com os locais a não perder na capital da Dinamarca.

Catarina Mira © D.R

Catarina Mira viajou até à capital da Dinamarca para acompanhar, ao vivo e a cores, o vaivém contagiante da Semana de Moda de Copenhaga. Entre os desfiles dos criadores escandinavos com as propostas para a primavera/verão 2020 e as trocas de outfit, houve pausas para momentos de convívio à mesa e visitas a boutiques e galerias. Eis os locais que ficaram na memória da atriz e autora do blog Mira-me.

 

Em Copenhaga o meu quase metro e oitenta de altura não é uma anomalia. Os dinamarqueses são grandes em altura e extensos em modéstia. Faça chuva, neve ou sol, transportam-se de bicicleta elegantemente vestidos em tons sóbrios e resplandecem na arte de não se fazerem notar. Contrariando a minha obsessão por roteiros, desta vez optei por não fazer muitos planos. Trilhei caminhos desconhecidos, obedeci às regas rígidas do ciclismo, meti conversa com locais, comi deliciosas smørrebrød, brindei com cerveja artesanal e a cada gole prometi a mim mesma regressar a esta cidade.

The &Tradition Courtyard Café

Foi aqui que provei pela primeira vez uma smørrebrød (uma sanduiche aberta). A que provei continha queijo mascarpone, amêndoa torrada, cebolinho, abacate e óleo de amêndoa. Iguarias simples mas deliciosas como esta, merecem ser saboreadas sem pressa para que se perpetuem no palato de modo a registarem na memória gustativa os prazeres a repetir.

SMK

A galeria nacional da Dinamarca foi o único museu que visitei. Nos museus, olhando deste século para o anterior, parece sempre tudo tão longínquo. Este é particularmente grande, perdi-me pelas suas galerias do tempo inúmeras vezes mas também me demorei nas obras que mais mexeram comigo. Destaco o quadro A Mountain Climber de J.F. Willumsen, cujas cores vibrantes são capazes de hipnotizar toda uma plateia.

Kafferiet

Fica mesmo colado ao The King's Garden que, por sinal, também aconselho visitar. Aqui, sentei-me a beber um café atrás do outro e fui espectadora do quotidiano dos dinamarqueses. Em todas as línguas existem termos impossíveis de traduzir. Na nossa, a palavra “saudade” e em dinamarquês a expressão “hygge”. Esta última representa a sensação de conforto obtida através da manobra repetida de beber café na companhia de amigos. É um ritual que pode demorar tanto dez minutos como uma tarde inteira.

Granola

Copenhaga é a cidade perfeita para foodies. O Granola tem uma vibe industrial mas acolhedora e é óptimo para um brunch. Tanto os tradicionais Skyr como os ovos acompanhados de pão rye que, desde então, se tornou numa nova obsessão, são deliciosos. Depois de um apetitoso brunch, vale a pena passear pela rua que oferece uma variedade de lojinhas independentes.

 

Atelier September

Um dos breakfasts spots mais aclamados da cidade. Gosto de pensar que o prestígio se deve em parte ao facto de o chefe de cozinha, Henrique Castilho, ser português. Para além do delicioso menu, o cheiro de café moído na hora, a decoração tipicamente minimalista e janelas imensas por onde penetra o astro rei, convidam-nos a ficar e a deambular entre o sonho e a realidade.

Manon le suites

Este foi o hotel onde fiquei hospedada. Por fora prima a sobriedade escandinava mas por dentro, especialmente na zona da piscina, parece que estamos em Bali. A Dinamarca é conhecida também pela sua consciência ecológica e este hotel é a prova disso mesmo. Em vez de copos providenciam garrafas reutilizáveis e todos os produtos de higiene são também amigos do ambiente. Inclusive o desodorizante é um cristal que quando molhado e passado nas axilas atua naturalmente para atrasar o desenvolvimento de bactérias causadoras de maus odores.

Mahalle Nansensgade

Um dos habitantes locais com quem meti conversa recomendou-me este restaurante. O espaço é despretensioso e o menu, embora imóvel, é capaz de nos levar numa viagem até à Ásia, mais concretamente ao Líbano.

 

Porque a saudade é uma memória bonita querendo acontecer outra vez, sinto no peito, que é onde se abriga esse frenesim a que chamamos felicidade, que irei regressar a Copenhaga muitas e muitas mais vezes.

 

Fotografia: Catarina Mira © D.R

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