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Tendências 28. 6. 2021

Contracetivos sem mitos

by Joana Rodrigues

 

Ainda tem dúvidas sobre os diferentes métodos contracetivos que pode utilizar para se proteger? Então, está no sítio certo.

© iStock

Alguma vez ouviu dizer que só as mulheres que já tenham dado à luz é que podem colocar um DIU (dispositivo intrauterino)? Ou que, se se esquecer de tomar um comprimido da pílula, a sua eficácia fica comprometida? Estes são só dois dos muitos mitos associados aos métodos contracetivos que estamos cansadas de ouvir. Falámos com Ana Isabel Machado, responsável pela Consulta de Planeamento Familiar do Centro Hospitalar Lisboa Central, para esclarecer as dúvidas que ainda temos.

Pílula

Existem dois tipos: a pílula sem estrogénio, que é de toma contínua sem a semana de intervalo, e a pílula combinada, a que é tomada diariamente por 21 dias, seguida de uma pausa de sete dias. Se este é o seu método contracetivo de eleição, provavelmente sofre a pressão de a tomar todos os dias à mesma hora, acrescida ao medo do esquecimento. Segundo a ginecologista, “a pílula não necessita de ser tomada sempre à mesma hora, contudo é importante adquirir um ritual na sua toma”. Ana Isabel Machado sugere a utilização de “alarmes no telemóvel ou aplicações que lembrem a mulher que é altura de tomar a pílula”, e esclarece que, se houver um esquecimento com menos de 24 horas, deve tomar o comprimido “assim que der conta”, e “continuar a tomar a pílula normalmente”. Quanto ao risco de trombose, a médica assegura que “é baixo”.

Anel vaginal

Deve ser colocado uma vez por mês, e “introduz-se como se fosse um tampão”. Segundo Ana Isabel Machado, “a eficácia só depende da presença do anel na vagina e de estar colocado corretamente”. Se ficar bem colocado, não deve senti-lo durante as relações sexuais. A ginecologista esclarece que, “caso ocorra a saída do anel durante as relações sexuais, não é necessário interromper o ato sexual, devendo ser colocado no final após ter sido lavado com água corrente”.

Adesivo

É provável que não conheça muitas pessoas que utilizem este método, e Ana Isabel Machado esclarece que “não é muito recomendado pelos profissionais de saúde porque não é comparticipado”. Apesar disso, é “um método confiável” e tem a vantagem de a sua eficácia não ser comprometida por “vómitos e diarreias”. Se o adesivo tiver saído há menos de 24 horas, deve tentar colocá-lo novamente ou “aplicar imediatamente o adesivo seguinte”, sem ser necessário utilizar preservativo. Se “o se adesivo tiver deslocado parcial ou completamente há mais de 24 horas”, deve tentar pô-lo de novo ou aplicar o seguinte, e deve usar contraceção adicional durante sete dias.

DIU (dispositivo intrauterino)

Existem dois tipos de dispositivos: o de cobre, que, por não ter hormonas “é o método com menos efeitos secundários”, e o hormonal, que pode provocar “alterações da intensidade do fluxo menstrual, que pode ser ausente ou muito escasso”. Talvez o mito mais comum acerca deste método contracetivo é que apenas quem já deu à luz é que pode colocar um. Mas Ana Isabel Machado assegura que “a colocação deste método é um procedimento fácil mesmo nestas mulheres que nunca tiveram filhos”. O risco de perfuração do útero é raro e, “na maioria dos casos, a perfuração ocorre no momento da inserção”. A profissional de saúde explica que esta complicação “é assintomática” na maioria das situações, e que “é boa prática a realização de uma ecografia de controlo após colocação do dispositivo para aferir se ficou bem colocado”. Desde que bem inserido, o DIU “é seguro em termos de eficácia contracetiva, pelo que não é necessário utilizar preservativo” para prevenir a gravidez.

Implante subcutâneo

Composto apenas por um progestativo (semelhante à progesterona), o implante tem a vantagem de ser “elegível para a grande maioria das mulheres, nomeadamente as que apresentam doença crónica”, ao contrário da pílula combinada. Na maior parte dos casos, o implante pode provocar “alterações do padrão menstrual, nomeadamente ausência de menstruação ou irregularidades menstruais”. Para além disso, este método, que é eficaz durante três anos, não apresenta um risco acrescido de trombose.

Método do calendário

A médica assume que não recomenda este método contracetivo, “porque é um método pouco eficaz”, com uma taxa de falha de 15% a 18% por ano. No entanto, a ginecologista diz que “os profissionais de saúde devem conhecê-lo para aconselharem a mulheres que o pretendam utilizar”. Para um uso mais eficaz, Ana Isabel Machado frisa que “é importante saber reconhecer o período fértil e praticar a abstinência nesse período ou utilizar preservativo”.

Ana Isabel Machado realça que a escolha do método mais adequado deve passar sempre por uma consulta e por “avaliação prévia por médico ou enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia, de forma a serem avaliados os métodos adequados a cada mulher”.

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