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#sillyseason | Piadas Secas com Daniela Melchior
Vídeos 20. 7. 2018
Aos oito anos, decidiu que queria ser atriz. Não que a idade seja importante quando se tem a paixão, o entusiasmo e a certeza de Benedita Pereira. Onze anos depois de ter conquistado Nova Iorque, a atriz plantou a bandeira em Paris, e conversou com a Vogue sobre o seu mais recente projeto.
"Eu andava numa escola de teatro e um dia disse que queria ser atriz. Mas na altura ser atriz significava, essencialmente, ser atriz de teatro. Na televisão, deviam fazer uma novela por ano, havia uma série ou outra muito esporadicamente, o cinema também era pouco, e depois havia o teatro, onde não se ganhava muito dinheiro. Quando eu falei com os meus pais sobre isso, ou ia falando com eles, a minha mãe só me dizia “filha, mas sabes que vais ser pobrezinha?”. Eu disse que não me importava, ia ser pobrezinha, mas ia ser feliz!".
Muita coisa mudou desde que esta menina de oito anos, sem saber bem como nem porquê, decidiu que aquilo que mais queria era ser atriz. Mas a felicidade de ter seguido o chamamento, de ter escolhido aquilo que era a sua única e absoluta certeza, não foi uma delas - e isso é, talvez, a primeira coisa que nos salta à vista quando nos sentamos com Benedita Pereira.
Em 2007, depois de ter deixado a sua marca na geração Morangos com Açúcar como Joana Duarte, e ter participado nos projetos televisivos Ninguém Como Tu e Tempo de Viver, a atriz portuguesa rumou até aos Estados Unidos da América, uma decisão que, como a própria contou em entrevista à Vogue, influenciou a sua carreira e a sua vida para sempre.
Fora do país, "mas sempre com um pé e com um olho em Portugal", Benedita Pereira teve oportunidade de "conhecer e trabalhar com pessoas de todo o mundo, de culturas diferentes e escolas diferentes", participou nas primeiras longas-metragens da sua carreira, e contracenou com um dos nomes mais sonantes da televisão norte-americana.
"O The Blacklist foi algo pequeno, mas foi com o James Spader, que eu adoro", contou a atriz sobre a sua participação na quarta temporada da série norte-americana, mais precisamente no episódio Dr. Bogdan Krilov. "Já adorava a série e foi incrível ver a máquina a funcionar. Percebes que é outro patamar", recorda. "O James Spader é o senhor que tem a palavra final, mas sempre muito simpático. Consegues sentir o poder dele, mas de uma maneira que não é arrogante. Foi uma experiência muito interessante, trabalhar com ele, contracenar com ele, e ver tudo aquilo a funcionar", contou a atriz.
Sete anos depois de estudar e viver em Nova Iorque, Benedita Pereira regressou a Portugal para protagonizar a novela Santa Bárbara. "Tinha muitas saudades. A nossa língua é a nossa língua, o nosso humor é diferente do humor das outras pessoas. Tinha saudades de me sentir confortável. Em Portugal sinto-me em casa", conta a atriz. Do seu regresso, "uma explosão de felicidade", a atriz recorda a evolução. "Vejo que a máquina está a funcionar bem, que as coisas evoluem, que somos influenciados também por aquilo que se faz lá fora. Vamos buscar as boas influências e damos o nosso cunho, a nossa cultura, um bocadinho do nosso humor".
Depois de Nova Iorque, foi a vez de rumar até Paris e viajar no tempo. "É uma personagem histórica, mas eu tinha toda a liberdade de a fazer como eu quisesse, seguindo aquilo que estava no texto. Não há muita informação sobre ela - existem quatro linhas no Wikipedia. Na realidade, ela morreu muito cedo, imagino que pouco depois desta aventura", contou Benedita Pereira sobre Isabel de Bragança, Infanta de Portugal, a personagem da atriz na aclamada série Versailles.
Da peruca inacreditável ao guarda-roupa que, como conta a atriz, suscitou a curiosidade do elenco pelos "pormenores muito distintos, como uma camisa que tinha uma cor diferente daquelas que se usava em França na altura", a personagem de Benedita Pereira, que surge nos três últimos episódios da terceira temporada de Versailles, transmitida pela RTP 1 (o primeiro em que a atriz participa estreia amanhã, 21 de julho, no canal de televisão português), "tem uma certa força e um sentido de humor engraçado, mas ao mesmo tempo é inocente porque é muito nova".
Gravar a série com o maior budget em França, com uma história e uma época tão específicas, como nos contou a atriz, pode ser verdadeiramente desafiante, mas tem também os seus benefícios. "Estávamos a gravar em Versailles numa segunda-feira, quando o palácio estava fechado ao público", recorda. "Depois de filmar a primeira cena da minha personagem, juntei-me a uma visita guiada privada para a equipa". O palácio, como nos conta Benedita Pereira com um brilho no olhar, estava vazio.
Se este cenário já é magnífico por si só, o que se seguiu foi pura magia. "Quando a visita terminou, pensei 'vou até aos jardins e depois vou pedir que me levem de volta para Paris'. Tinha acordado às cinco da manhã e estava de rastos. Quando dei por mim estava a andar sozinha por Versailles! Não havia ninguém, nem um segurança! Foi a experiência mais inacreditável, andar pela Sala dos Espelhos e pelo Quarto do Rei completamente sozinha".
Com o sorriso no rosto e a paixão no olhar, a determinação de Benedita Pereira continua a ser a mesma de quando a menina de oito anos decidiu que era este o caminho a seguir. "Eu tenho mesmo a sensação que não ia ser feliz a fazer outra coisa. Acho que isso é essencial. Sentir que foi o nosso chamamento", confessa. A superação pessoal, o estudo contínuo, o conhecimento sem fronteiras e a empatia, em qualquer língua ou em qualquer sítio, são as bases que Benedita Pereira reconhece como essenciais a qualquer ator ou atriz.
"Estarmos atentos ao mundo também é muito importante. Quanto mais tivermos os olhos abertos, melhor vamos fazer o nosso trabalho, e melhor vamos passar as emoções para o público", conclui. Os nossos, com toda a atenção que merece, estão postos em Benedita Pereira.
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