As razões para o inesperado ressurgimento da Alta-Costura
Estamos perante o potencial regresso das calças de cintura descaída
Tendências 17. 1. 2019
Paris - entre toda a sua excentricidade e glamour muito característico - é palco da Semana de Moda de Alta-Costura, onde, duas vezes por ano, os membros da Fédération de la Haute Couture et de la Mode apresentam as propostas para a estação que se aproxima. Nestas passerelles é a criatividade e o trabalho técnico que reinam e, como seria expectável, ao longo dos anos a haute couture proporcionou vários momentos que merecem ser recordados.
Russian Collection, Yves Saint Laurent, outono/inverno 1976
“Uma coleção revolucionária que mudou o curso da Moda no mundo,” foi assim que o New York Times se referiu à estação fria do criador francês. Yves sempre foi disruptivo, as suas coleções bebiam de diversas inspirações, desde os Souks de Marraquexe aos padrões africanos. Para a estação fria de '76, Saint Laurent viajou até à Ópera e às bailarinas de ballet russas para criar uma coleção muito própria, mas ao mesmo tempo muito ampla pela diversidade de inspirações e cultura que cada coordenado encerrava em si.
Mugler, primavera/verão 1997
O designer francês já vestiu as suas modelos com looks inspirados em veículos (primavera/verão 1992) e, na Alta-Costura para o outono/inverno 1995, foram os robôs que tomaram conta da sua inspiração. Mas, em 1997, o livro A Metamorfose de Kafka foi o ponto de partida para uma coleção dramática com silhuetas bem demarcadas e muitos apontamentos fortes que fizeram desta passerelle uma das mais memoráveis do criador.
Dior, primavera/verão 1998
A magia está também intrínseca nestes desfiles e John Galliano sabe uma ou duas coisas nesse departamento. Não muito tempo depois de entrar pela porta grande da Maison, o criador viajou até aos bailes imponentes do século XX para apresentar as propostas para o verão de 98, um desfile que aconteceu na escadaria da Opéra Garnier, em Paris.
Jean Paul Gaultier, outono/inverno 2002
Nem só de vestidos megalómanos se faz uma passerelle de couture, a alfaiataria é também reconhecida e Gaultier sabe muito bem como trabalhar esse formato. Em 2002, o francês vestiu mulheres com looks tipicamente masculinos, como forma de desafiar os estereótipos de género. Para acompanhar esta apresentação, quem esteve dentro da sala de desfiles recebeu headphones para que pudesse ouvir excertos da obra erótica The Story of O.
Maison Martin Margiela, outono/inverno 2012
Ser-se extravagante é condição comum no universo da Alta-Costura e a Maison Martin Margiela é perita em surpreender. As coisas não foram diferentes em 2012 quando a Casa apresentou máscaras que cobriam a face toda com joias, um trabalho manual exímio.
Viktor & Rolf, outono/inverno 2015
Depois de descontinuar a linha de pronto-a-vestir, para se focar inteiramente na linha de Alta-Costura, a dupla pegou em obras de arte e transformou-as em roupa. Wearable Art, como não poderia deixar de ser, foi o título desta coleção que recebeu louvores por parte da crítica e de todos aqueles que assistiram ao desfile.
Chanel, outono/inverno 2015
Karl Lagerfeld surpreende a cada nova estação, seja pela forma como reinterpreta o tweed, seja pelos cenários que ergue no Grand Palais. Em 2015, montou um casino, que se viria a tornar num dos momentos mais memoráveis da haute couture. Enquanto Lara Stone, Julianne Moore e Kristen Stewart jogavam poker, os modelos da nova coleção eram apresentados. Mais tarde, o designer alemão afirmou que a ligação que o casino tinha com a sua profissão prendia-se com o facto de sentir que estava sempre a apostar ao desvendar novas silhuetas.
Iris Van Herpen, outono/inverno 2016
Combinar haute couture com tecnologia é uma das mais valias de Van Herpen, que surpreende a cada estação com as suas propostas esteticamente aprazíveis. Em 2016, inspirou-se na cimática - estudo da representação visual das ondas sonoras - e o resultado foi surpreendente pela forma como a designer se propôs a apresentar o tema. Não é de admirar que Iris tenha feito um estágio com Alexander McQueen, o mestre do dramatismo.
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