12 filmes de época para ver (e rever) neste outono

Os filmes de época são um verdadeiro refúgio. De dramas históricos com guarda-roupas ousados, intrigas românticas complexas e um olhar perspicaz e profundamente moderno sobre a sociedade, este género de filmes convida-nos a sonhar sobre realidades longínquas e tempos passados. Assim, eis 12 filmes para adicionar à lista e ver (ou rever) nesta estação fria. 

Pride and Prejudice (2005)

Pride and Prejudice, baseado num dos romances mais famosos de Jane Austen, conta a história das irmãs Bennet e da sua mãe que as quer ver casadas a todo o custo. Um retrato mordaz da sociedade britânica do final do século XVIII, o filme narra a relação entre Elizabeth e o misterioso Mr. Darcy, interpretados por Keira Knightley e Matthew Macfadyen. Num misto de sentimentos, a dupla enfrenta preconceitos e mal-entendidos antes de confessarem o amor que sentem um pelo outro. 

Marie Antoinette (2006)

Foi preciso esperar por Sofia Coppola para tirar o pó da mítica Marie Antoinette. A realizadora escolheu Kirsten Dunst – com quem já tinha trabalhado em Virgin Suicides (1999) – para encarnar a rainha livre e impertinente de uma forma tão inovadora quanto moderna. Coppola dá asas à criatividade nos vários elementos do filme: de uma banda sonora pop a um guarda-roupa que conta com um par de ténis rosa e sapatos de seda assinados por Manolo Blahnik. Inspirada pela biografia de Antonia Frases, o filme traça os contornos de uma Marie Antoinette que desfruta dos prazeres da vida em Versalhes e recusa a etiqueta rígida da corte – sempre de forma carismática.

Lady Macbeth (2016)

Nesta tragédia vitoriana, William Oldroyd dá uma nova vida a um dos clássicos mais proeminentes da literatura inglesa: Macbeth, de William Shakespeare. Protagonizado por Florence Pugh, o filme destaca temas como a paixão, a violência, o racismo e as diferenças que se fazem sentir entre classes sociais.

The Favourite (2018)

The Favourite, de Yórgos Lánthimos, segue a rainha Ana da Grã-Bretanha durante o início do século XVII, em plena guerra entre Inglaterra e França. Na corte, o cenário é de instabilidade: a monarca sofre de uma saúde frágil e prejudica os que a rodeiam com os seus múltiplos caprichos e mudanças de humor. O filme brilha devido à fantástica performance de nomes como Emma Stone e Olivia Colman e foi reconhecido com vários prémios, incluindo o Óscar de Melhor Atriz para Colman. 

Portrait of a Lady on Fire (2019)

Portrait of a Lady on Fire é uma espécie de consagração para a sua realizadora, Céline Sciamma. Com uma história sublime, o filme reconstitui o momento em que Marianne, pintora, conhece Héloïse, uma mulher que acabou de sair do convento. Numa melodia feminista que conta com as atrizes Adèle Haenel e Noémie Merlant, o filme é uma narrativa fascinante do início ao fim, captando as nuances de uma história de amor e da paixão e raiva que a define.

Little Women (2019)

Inspirado no romance de Louisa May Alcott – publicado em duas partes em 1868 e 1869 – Greta Gerwig reforça a importância das personagens femininas que rodeiam a história da protagonista. Além disso, conta nomes como Emma Watson, Saoirse Ronan, Florence Pugh e Eliza Scanlen nos papeis das irmãs March, mas também Laura Dern no papel de mãe, Timothée Chalamet como Laurie e Meryl Streep na pele da tia amarga e presunçosa.

Emma (2020)

Com cenários deslumbrantes e um guarda-roupa imperdível, Emma, de Autumn de Wilde, foi pensado para a Geração Z. Anya Taylor-Joy encarna a sua personagem de forma perspicaz e brilha ao lado de um elenco eclético que inclui Mia Goth, Bill Nighy e Johnny Flynn. O filme segue múltiplos triângulos amorosos numa narrativa onde o sonho e a realidade, por vezes, se confundem, dando origem a um melodrama excêntrico que honra o espírito original da obra de Jane Austen.

Ammonite (2020)

No seu cerne, Ammonite é um romance que brilha pelo seu guarda-roupa de época e elenco de luxo, protagonizado por Kate Winslet e Saoirse Ronan. Sob a direção de Francis Lee, as atrizes interpretam, respetivamente, uma célebre especialista em fósseis e uma jovem mulher em convalescença, durante os anos 1840. Num cenário marcado pela beleza da natureza à beira-mar, a narrativa explora o que se esconde por detrás do amor e da sensualidade. 

Lost Illusions (2021)

Entre os filmes de época mais divertidos dos últimos anos, Lost Illusions prova que o repertório francês está também repleto de excelentes surpresas. O jovem poeta Lucien de Rubempré, imaginado pela pena de Balzac entre 1837 e 1843, é interpretado por Benjamin Voisin. Uma obra assinada pelo realizador Xavier Giannoli, o filme conta também com Vincent Lacoste, Cécile de France e Xavier Dolan, e muniu a história de sensibilidade e modernidade.

Persuasion (2022)

Oito anos depois de rejeitar o pedido de casamento de Frederick Wentworth, um oficial da marinha sem dinheiro, Anne Elliott reencontra-o completamente transformado. O jovem com um futuro incerto regressa da guerra com uma elevada posição militar, uma pequena fortuna e o sonho de formar uma família. No entanto, já não deseja Anne da mesma forma. Esta história de amor é a de Persuasion, o romance de Jane Austen publicado postumamente, em 1817. Tal como em Emma e Pride and Prejudice, a autora aborda o amor tempestuoso entre duas personagens onde tudo os impede de estar juntos. No elenco, Dakota Johnson e Henry Golding dão vida às personagens originalmente imaginadas por Austen.

Lady Chatterley's Lover (2022)

Publicado pela primeira vez na Europa na década de 1920, o livro Lady Chatterley’s Lover – o mais ousado de D. H. Lawrence – descreve o intenso romance entre a esposa de um baronete inglês e o seu guarda-caça. Adaptada por Laure de Clermont-Tonnerre para a Netflix em 2022, esta história é levada aos grandes ecrãs pela deslumbrante interpretação de Emma Corrin, que confere à personagem Connie uma inteligência feroz e uma energia desmedida que transcendem o contexto da época. Jack O'Connell, por sua vez, encarna um Mellors encantador e surpreendentemente delicado. Juntos, proporcionam uma releitura absolutamente brilhante.

Emily (2022)

Em Emily, Emma Mackey leva-nos até ao campo inglês da era vitoriana, pela vida de uma das autoras mais renomadas da literatura britânica: Emily Brontë. Famosa pelo seu clássico Wuthering Heights, a escritora assume-se como protagonista de um filme biográfico, escrito e realizado pela australiana Frances O'Connor. Determinada a reviver a história de Emily Brontë, que, para muitos, foi tanto uma lenda quanto um mistério mesmo séculos após sua morte em 1848, a cineasta imaginou como seria a vida de uma mulher cujas aspirações ultrapassavam os códigos da sociedade da época. Desde a sua infância numa casa paroquial em Yorkshire à companhia das suas irmãs (nomeadamente de Charlotte Brontë, de quem era muito próxima), passando pelos seus primeiros poemas e peças de teatro. Tudo isto numa Inglaterra idealizada que tanto gostamos de ver retratada na sétima arte. 

Traduzido do original, disponível aqui.