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Stella Maxwell: Getting ready GQ MotY 2018

18 Nov 2018
By Irina Chitas

A história de quando um anjo desceu a Lisboa.

A história de quando um anjo desceu a Lisboa.

© Tomás Monteiro

É engraçado o efeito de entrar no quarto do Hotel Tivoli Liberdade de Stella Maxwell. Vamos tentar pintar o quadro: o agente, já vestido, abre-nos a porta. Através do pequeno corredor já conseguimos ver, lá ao fundo, Stella a terminar a maquilhagem. Está sentada com os pés em cima da cadeira, num fato de treino cinzento, como se estivesse num fim de semana preguiçoso em casa. Só que, do pescoço para cima, já podia estar na gala. Cláudio Pacheco fez a sua magia e as ondas desconstruídas caem-lhe que nem uma cascata pelas costas, loiras. São despojadas, não demasiado cuidadas - não demasiado nada, na verdade, estão no ponto certo. Cláudio tinha-nos contado, momentos antes, que Stella sabia que teria de sair do quarto sexy (a sensualidade é, afinal, uma grande parte do seu trabalho como modelo, mas especialmente como Anjo da Victoria's Scret), mas queria manter a personalidade leve e desregrada. O equilíbrio estava ali, era óbvio para todos nós porque aquele cobertor platinado é exatamente o que achamos que um cabelo acabado de sair da cama deveria parecer (a culpa da nossa obsessão pelo bed hair é de Hollywood, mas também é muito de Stella e ainda mais das mãos geniais de Cláudio).

Na televisão, Viram-se Gregos para Casar 2 acabava de terminar. Pousados em mesas e carrinhos de room service estavam pratos de fruta, estava uma salada com um ar dos céus e um prato vazio que deixava adivinhar o fantasma de uma carbonara. Daniel Kolaric, o maquilhador que Stella pediu que viesse de Londres só para aquelas horas de #glam, terminava agora as sobrancelhas. "Odeio quando me põem as sobrancelhas muito escuras", diz Stella. "Parece sempre que tenho imensa maquilhagem." A verdade é que tem, mas também não deixa de ser verdade que Kolaric fez um trabalho exímio. Não é difícil que Maxwell fique de tirar a respiração - maquilhá-la parece quase uma formalidade, como pôr fixante na tinta de um Caravaggio, não há por onde errar - mas como tem uns traços obviamente bonitos, como é portadora de uma beleza óbvia, há que saber não estragar, não exagerar, e saber quando parar. Por isso o contorno do rosto estava suave, o bronzeador no sítio certo, os olhos alongados pelo negro esbatido e o batom, só um pouco mais escuro que um nude, delineava-lhe os lábios perfeitos.

Até aqui estivemos a ignorar o elefante na sala: o vestido. Quando entrámos estava pousado displicentemente no sofá, como se fosse um qualquer casaco que Stella tinha acabado de tirar e atirado para ali. Só que em vez do casaco, era mais o filho entre um naked dress e uma bola de espelhos. "É Moschino, pedi ao meu amigo Jeremy [Scott]", responde Stella quando lhe perguntamos a marca. Conta-nos que assim que o viu se apaixonou. Já o queria ter usado na after party da Victoria's Secret, mas resolveu guardá-lo para a gala dos GQ Men of the Year. Sorte a nossa.

Stella, quase pronta, pega nele e veste-se na casa de banho, depois de pôr mais um pouco de hidratante no corpo. Quando sai, temos o contraste dos seus dois mundos: aquele de todos os dias, em que sai à rua de fato de treino ou de jeans e um biker jacket, sem se preocupar com mais nada no mundo inteiro, e o de todas as noites, de todos os eventos, em que calculamos que saia das casas de banho dos quartos de hotel para embasbacar quem espera por ela. Fina, esguia, alta, quase nua não fossem as lantejoulas prateadas, vê-se ao espelho. As curvas que o corpo não tem quando está parado fá-las ela: sabe as poses todas e, de repente, diz, mexendo no cabelo, "É muito Brigitte Bardot" e nós conseguimos ver isso, pela maneira como se mexe, como se fixa no seu reflexo. Sabemos que conseguia parar o trânsito naqueles olhos. 

Agora está na hora de tomar decisões. A clutch é Chrome Hearts e as joias também, e Stella opta apenas por uns brincos, discretos no meio de todo o aparato, e um conjunto de anéis que se funde com as linhas do vestido. Há três pares de sapatos no chão: pretos, nude e prateados. A escolha óbvia seriam os Christian Louboutin nudes, mas como Stella acha que não se vão ver por debaixo do vestido, vai para os Casadei prateados, mais confortáveis. Tão altos, pensamos alto. "Achas? Estes até são chill", responde, relembrando-nos que é um anjo e que vive com a cabeça nas nuvens e que vê o mundo lá de cima. Calçada, Stella chega ao Monte Olimpo e de repente já nem achamos que estamos perante um anjo, mas na presença de Afrodite.

Irina Chitas By Irina Chitas

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