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Sabina Jakubowicz em Cannes e agora queremos ser Lara Croft na red carpet

30 May 2022
By Vogue Portugal

A modelo pisou a passadeira vermelha em Alexander McQueen num misto de elegância feminina e guerreira sem medos. É possível ser-se isso tudo? Claro.

A modelo pisou a passadeira vermelha em Alexander McQueen num misto de elegância feminina e guerreira sem medos. É possível ser-se isso tudo? Claro.

Sabina Jakubowicz © Pool

Foi a primeira vez que Jakubowicz percorreu a red carpet do Festival de Cinema de Cannes e não ia deixar nada ao acaso numa oportunidade destas. A começar pela impressão de um vestido que pode parecer um mero little black dress à primeira descrição, mas que ganha contornos muito mais sumptuosos nos detalhes: a lapela de um powersuit acentua um decote que dita tanto a sensualidade como a confiança de quem o veste; os recortes laterais elevam o vestidinho preto ao design aplaudido de uma casa que prova porque é reverenciada, como a Alexander Mcqueen; e os cristais que adornam a peça como gotas de chuva trazem o glamour a uma tela em negro que precisa de pouco - ou melhor, nada - mais para brilhar. Ali, num misto de sofisticação vintage e ousadia contemporânea, as lentes focavam a silhueta e os flashes incessantes capturavam a atitude para sempre.

Só que a força deste look, acompanhado por acessórios clássicos e de linhas minimalistas que o complementam, e nunca o ofuscam, não está (apenas) nas linhas irrepreensiveis que a diretora criativa Sarah Burton desenhou: está na mulher que o veste, poderosa e assertiva no modo como o enverga, sem medos, sem hesitações de autoestima (e, convenhamos, aquela minissaia pede uma atitude assim descomplicada) ou dúvidas sobre a força daquela peça. Não é à toa que até o cabelo, numa longa trança a fazer lembrar essa personagem de arrojo que é Lara Croft, deixa todas as suas feições fortes a descoberto, para que se possa testemunhar o amor-próprio no olhar hipnotizante. Sabina Jakubowicz é a primeira a admiti-lo: adora o modo como o seu estilo evoluiu e não se coíbe de confessar que se sente cada vez mais confiante. Esta sua estreia na passadeira vermelha do Festival foi o argumento perfeito para falarmos com a modelo polaca sobre a experiência, Cannes, filmes e, claro, aquele Alexander McQueen. 

Sabina Jakubowicz © Samir Hussein

Primeira vez a pisar a passadeira vermelha do Festival de Cannes: como foi?

Foi muito emocionante quando soube que ia pisar a red carpet. Claro que me senti um pouco nervosa ao início, mas rapidamente passou porque a equipa da Alexander Mcqueen que estava comigo fez-me sentir muito à-vontade e foram sempre muito prestáveis e profissionais. Momentos depois já me sentia confortável, como se estivesse numa produção de moda, que é o meu habitat natural. Eu até conhecia alguns dos fotógrafos, da Paris Fashion Week.

O que mais a impressionou nesta experiência? E o que mais a surpreendeu, o que foi mais inesperado?

Como é sabido, o Festival de Cinema de Cannes não é apenas sobre cinema, é sem dúvida o evento de moda mais glamouroso da Europa. Foi incrível ver uma seleção tão incrível dos designs mais recentes misturados com peças vintage, usados por personalidades com tanto estilo, bonitas e elegantes. O que mais me surpreendeu foi a incrível fluidez de toda a operação, tudo mérito dos organizadores e das marcas que permitem que te sintas segura, calma e descontraída para que possas aproveitar a noite ao máximo.

O que a fez escolher este look Alexander McQueen?

Fui convidada pela Alexander Mcqueen para a estreia de Three Thousand Years of Longing, por isso, a minha escolha da marca foi óbvia. De qualquer modo, sou uma grande fã dos projetos desta casa de Moda, fiquei mais do que feliz por poder usar um dos designs mais recentes da diretora criativa Sarah Burton, que incorporou bordados de cristal salpicados em tecido preto para criar um visual ao mesmo tempo elegante e sofisticado, glamouroso e sexy.

Sabina Jakubowicz © Stephane Cardinale

Foi um look feito por medida?

Não, não foi feito por medida, no entanto, era uma peça de edição muito limitada da coleção para a primavera’22. Na passerelle, foi apresentado com botas altas cobertas de cristais, mas como o vestido é tão poderoso, decidi combiná-lo com um par de sapatos de salto alto clássico. Eu apaixonei-me por esta peça em particular e comprei-a antes do evento para uma ocasião especial – e foi isso! Para mim, o vestido é, por um lado, um piscar de olhos à década de 1930 e, por outro, tem muito de contemporâneo, resultando na criação de uma peça única, chique e poderosa.

E os acessórios?

Eu preferi manter-me clássica nos acessórios: escolhi brincos com um design único do criador de Alta Joalharia britânico Glenn Spiro e foi um verdadeiro desafio encontrar jóias adequadas porque o vestido em si é ricamente adornado, por isso, queria ter uma peça que não fosse interferir com o resto. Para os saltos, segui a mesma lógica – optei por uns Tom Ford com um toque de brilho.

Conte-nos sobre cabelos e maquilhagem - que visual estava à procura? Há qualquer coisa de guerreira nisso… não?

Eu queria continuar com a linha da marca, a Alexander Mcqueen sempre teve um estilo forte assertivo com um toque feminino. Bom ponto de vista, há uma vibe guerreira em mim e definitivamente no meu visual de red carpet. Eu queria criar uma imagem de uma mulher poderosa e independente, por isso decidi ir para o tipo de penteado "Lara Croft" que personalizou este visual, com o cabelo bem preso num rabo-de-cavalo e uma trança extra longa. Quis completar o look com a maquilhagem que é sem dúvida uma das declarações de make up mais fortes: o look cat-eye, usado por essa icónica mulher, Cleópatra, no antigo Egito.

Trabalha com uma stylist ou é uma solo-woman?

Eu definitivamente prefiro ser eu a escolher - tenho um estilo particular que foi sendo elaborado ao longo dos anos. Também faço a gestão do instagram como uma influencer de moda e crio todas as minhas ideias de styling. Como entusiasta de moda, é importante para mim poder expressar-me, também me traz muita felicidade e liberdade.

Sabina Jakubowicz © Daniele Venturelli

No seu dia a dia, gosta de um visual mais genderless ou é muito feminina, quando se trata de estilo pessoal?

No dia-a-dia, definitivamente diria que gosto de me vestir 100% feminina, no entanto, tenho um hobby ‘meio de rapaz' que são as motas… Mas mesmo aí, tento sempre ter o look mais elegante que funcione com a mota. Eu adoro Moda e sou apaixonada por esse universo. Sou sempre a primeira a conhecer a nova coleção dos meus designers favoritos. Posso passar horas a ler histórias sobre casas de Moda e à procura de peças vintage cool. Basicamente, moda para mim é um estilo de vida e o ar que eu preciso para respirar. Também adoro ver como o meu estilo evolui comigo à medida que envelheço. A cada ano, estou mais confiante e consciente sobre a evolução do design e do estilo. Quando se trata do meu estilo pessoal, eu descrevê-lo-ia como simples, poderoso e elegante. Adoro expressar a minha personalidade forte com um smoking incrível, ou mostrar o meu lado feminino com um vestido simples e com corte irrepreensível. Não há nada mais sexy para mim do que uma mulher confiante e consciente de si.

O que fez em Cannes, no âmbito do Festival?

Um dia antes do festival, estava a fazer fotografias para o meu instagram e infelizmente apanhei uma insolação... devia ter adivinhado, depois de 8 horas a fotografar ao sol! Na manhã seguinte, ainda me estava a sentir indisposta, por isso decidi dormir, recompor-me e preparar-me para a red carpet. Orientei algum self-care com um tratamento de beleza caseiro, um latte bem fresco e uma salada de abacate. Depois a minha equipa veio ajudar-me com os preparativos e fomos para a estreia. Após a exibição do filme, tive o prazer incrível de jantar com a minha família Alexander Mcqueen.

E o que fez em Cannes, fora do Festival?

Estive no sul de França ao longo de apenas quatro dias, mas tive a sorte de ter um dia livre para passar um tempo no meu adorável Cap d'Antibes, na Riviera Francesa, que é para a maioria das pessoas sinónimo de propriedades de luxo, sem se aperceberem a natureza inacreditável que existe por lá. Posso assegurar que um passeio a solo pela costa irá definitivamente surpreender qualquer um. O trilho oferece uma vista deslumbrante da Base de la Garoupe, com os Alpes ao fundo. O caminho basicamente leva-te de um local pitoresco para outro. Nos outros dias, fiquei a fotografar para o meu instagram na propriedade mais bonita da Riviera Francesa, chamada Cap-Estel. Um lugar tão deslumbrante, que  realmente aconselho qualquer pessoa a visitar em França…e depois foi a história do festival e da insolação que já se sabe…

Sabina Jakubowicz © Marc Piasecki

Qual é o seu restaurante favorito em Cannes?

Como uma verdadeira foodie, esta é a pergunta pela qual esperava! Um dos meus restaurantes favoritos no sul de França é o terraço do Eden Roc em Antibes, que é um dos locais mais impressionantes do mundo, mesmo em cima da água. Também adoro Le Maschou na Cannes antiga, onde servem a cesta mais fabulosa de crudités e carne feita em forno de lenha. O outro é o La Maison de Bacon, em Antibes, que serve a melhor bouillabaisse!!

Bebida favorita para saborear na praia?

Eu sou uma amante de coco, por isso vou dizer água de coco e piña colada.

Lugar favorito para fazer uma terapia de compras, em Cannes?

Definitivamente Boulevard de la Croisette, esta rua à beira-mar é o lar de algumas das maiores casas de moda como Hermès, Chanel, Louis Vuitton, Celine.

Viu algum dos filmes? Quais mais gostou?

Estive na estreia de Three Thousand Years of Longing, que é uma sombria comédia dramática na vertente do fantástico realizada por George Miller. A Dra. Alithea Binnie (Tilda Swinton) chega ao mundo com um ceticismo saudável. Apesar disso, encontra um Djinn (Idris Elba) que lhe oferece três desejos em troca da sua liberdade. Eventualmente, ela pede um desejo que surpreende os dois. Eu gosto da história, mas para mim devia ter um final melhor, pois no ato final o filme parece definhar. De qualquer modo, gosto das anedotas do Djinn e da atenção aos detalhes. Na minha lista de desejos para ver depois do festival estão: Top Gun: Maverick e Triangle of Sadness.

Sabina Jakubowicz © Samir Hussein

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