Inspiring Women  

Women of Hope: Ruth Bader Ginsburg

19 Sep 2020
By Ana Murcho

Em 2011, Beyoncé lançou uma canção que se tornou icónica, cujo refrão lança uma pergunta que há muito borbulha dentro de todos nós: “Who run the World?/Girls”. O mundo pode ainda não ser governado por mulheres, mas algumas delas, espalhadas pelos cinco continentes, estão em posição de o colocar no rumo certo. Escolhemos seis que nos fazem acreditar num amanhã mais justo, mais promissor e mais igualitário.

Em 2011, Beyoncé lançou uma canção que se tornou icónica, cujo refrão lança uma pergunta que há muito borbulha dentro de todos nós: “Who run the World?/Girls”. O mundo pode ainda não ser governado por mulheres, mas algumas delas, espalhadas pelos cinco continentes, estão em posição de o colocar no rumo certo. Escolhemos seis que nos fazem acreditar num amanhã mais justo, mais promissor e mais igualitário. E hoje apresentamos Ruth Bader Ginsburg.

© Getty Images
© Getty Images

Em finais do ano 2000, alguém disse que existiam três ícones pop no planeta: Cristiano Ronaldo, Beyoncé e Barack Obama. Esqueceu-se de acrescentar à lista Ruth Bader Ginsburg, juíza, magistrada do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América e veterana na defesa dos direitos das mulheres. Aos 87 anos, a advogada (começou por estudar na Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, onde obteve o bacharelato, e foi aí que conheceu o marido, Martin D. Ginsburg, e acabou por se matricular na prestigiada Faculdade de Direito de Harvard, em 1956, onde era uma das nove mulheres num curso com 500 homens) é uma das pessoas mais poderosas do seu país, tanto pelo seu trajeto exemplar como por sempre se ter mantido fiel aos seus princípios – e uma das mais acarinhadas, já que o seu nickname, Notorious RBG, um trocadilho com o nome do falecido rapper Notorious B.I.G., aparece estampado em canecas, t-shirts, pins, e demais souvenirs.

Em 2018, as cineastas Betsy West e Julie Cohen realizaram um documentário sobre a sua vida, apelidado, precisamente, RBG, que acabou por ganhar prémios como o BAFTA para Melhor Documentário. Mas de onde vem, afinal, este fascínio? Podíamos começar pelo esforço que Ginsburg fez para concluir o seu curso, mesmo após o reitor de Harvard supostamente perguntar às (poucas) alunas mulheres “Como justifica ocupar uma vaga que deveria pertencer a um homem qualificado?” Ou então puxar pela sua persistência, em prosseguir a sua educação e manter o seu casamento – além das aulas, tinha a seu cargo uma bebé de 14 meses, a sua primeira filha, e quando o marido foi contratado para um emprego na Big Apple, Ruth transferiu-se para a Faculdade de Direito de Columbia, onde finalmente se formou, em 1959.

No início da sua carreira, foi rejeitada várias vezes pelo seu género, apesar de possuir inúmeras recomendações de professores. Só que a fibra de RBG, filha de imigrantes judeus, nascida a 15 de março de 1933 em Brooklyn, não era, nunca foi, a dos desistentes. Foi ativista, professora associada, fundou projetos inovadores na luta pelos direitos das mulheres no seio da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e, como advogada, nunca se recusou a aceitar casos “perdidos” – os chamados casos “sem precedentes”, que não têm termo de comparação com outra ocorrência do passado e, de certa forma, diminuir as possibilidades de vitória – que pudessem significar um avanço na luta pela igualdade entre homens e mulheres.

Em 1993, o presidente Bill Clinton nomeou-a para o Supremo Tribunal dos EUA, onde se destacou, entre outras coisas, por ter sido o primeiro membro daquela organização a manifestar-se abertamente a favor da legalização do aborto. Maravilhosamente à frente do seu tempo, RBG, cuja imagem de marca é um pequeno rabo de cavalo na nuca, uns óculos de massa grossos, e grandes golas que sobressaem sobre a toga, e que apesar da saúde frágil se mantém no ativo, é uma feminista orgulhosa. Uma das frases que mais aprecia é da autoria da sufragista americana Sarah Grimké: “Não peço nenhum favor para o meu sexo. Tudo o que peço aos nossos irmãos é que retirem os pés dos nossos pescoços.”

Há mais Women of Hope para ler na Vogue Portugal de setembro, nas bancas e em vogue.pt/shop.

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