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Paris Fashion Week: as 10 coleções que nos conquistaram

09 Mar 2022
By Mariana Silva

Foi tempo da capital francesa apresentar as suas propostas para a estação fria de 2022.

A Moda parisiense nunca desilude. De Chanel a Valentino, passando pelo génio artístico de Schiaparelli, há muito para destacar na edição de outono/inverno desta Paris Fashion Week. Aqui, falamos das dez coleções que nos conquistaram.  

Saint Laurent

Casacos, casacos e casacos: esta foi a palavra de ordem do desfile de outono/inverno de 2022 assinado por Anthony Vaccarello para a Saint Laurent. O designer belga inspirou-se no movimento artístico Art Déco para criar um universo clássico e elegante, caracterizado por linhas simples e materiais luxuosos. O pelo foi um dos materiais que mais sobressaiu, sendo que, em setembro do ano passado, a marca anunciou, através da sua empresa mãe Kering, que passaria a usar apenas pelo falso - algo que se verificou na presente coleção. A paleta de cores foi maioritariamente sóbria, com o preto a dominar o desfile. E ainda que o minimalismo tenha funcionado como a principal linha condutora, uma grande parte dos coordenados foi complementada por acessórios metalizados, com destaque para as pulseiras estilizadas em grande número, com formas e cores variadas. 

Os destaques: casacos de pelo, vestidos longos, pulseiras maximalistas, ombros largos, power suits, preto.

© ImaxTree
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Dries Van Noten

Foi numa pitoresca casa francesa que Dries Van Noten apresentou a sua coleção para a estação fria que se adivinha. Mais uma vez, Van Noten deixou de lado o modo tradicional de pensar a Moda e apostou numa exibição talhada à sua personalidade. “Esta maneira de apresentar cria proximidade; o facto de poderes explicar as coisas, tocar nas coisas, ver as coisas. Podes montar tudo de forma a contar mais histórias do que num desfile de moda,” disse o designer em entrevista. E muitas histórias contou Dries Van Noten com a sua apresentação, nomeadamente a de Carlo Mollino: um arquiteto italiano de quem, após a sua morte, foram encontradas fotografias de mulheres nuas e seminuas, e que vierem a inspirar o trabalho do criador belga para o outono/inverno 2022. A sensualidade dos casacos de pelo, dos padrões animais, das botas de cano alto e das correntes traz um pouco dos clássicos dos anos 70 e transforma-os em algo desejado pela mulher contemporânea.

Os destaques: casacos estruturados, padrão animal, ombros largos, correntes, mistura de cores e padrões.

© ImaxTree
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Chloé

Com Gabriela Hearst ao leme da maison, a sustentabilidade estará sempre na ordem do dia. E a coleção de outono/inverno de 2022 não foi exceção. Ao seguir-se pelas nuances do conceito de rewilding - isto é, o processo através do qual fauna e flora são restauradas - a diretora criativa da Chloé fez do seu desfile uma verdadeira homenagem à Natureza. Do local de exibição, que se deu numa estufa, aos materiais utilizados na criação das suas peças, entre fibras naturais e recicladas, ou até nos padrões cujo propósito, nas palavras da designer, passava por “visualizar o sucesso climático”, todos os detalhes giravam em redor da derradeira missão de Hearst: fazer da Moda não o problema, mas a solução.

Os destaques: sustentabilidade, pele, folhos, franjas, motivos naturais, conjuntos de malha, acessórios.

© ImaxTree
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Hermès

Para a estação fria, muitas das inspirações equestres da maison francesa voltaram a ver-se traduzidas na passerelle, mas, desta vez, recorrendo a um twist ousado. “É uma questão de perceber como se traduz o classicismo, a sofisticação e a elegância para a ideia de uma mulher que assume a sua feminilidade? O facto do sexo ser okay - de não ser nada sobre o qual devemos ter vergonha,” explicou Nadège Vanhee-Cybulski, diretora criativa da Hermès. E sensualidade é, sem dúvida, uma das principais palavras-chave desta coleção de outono de 2022. As formas que abraçam o corpo, as transparências por onde espreita a pele, as botas de cano alto que alongam as pernas, ou até mesmo a própria paleta de cores, que se conjugou na perfeição com os materiais rígidos apresentados, cada detalhe mostrou como é possível elevar o look equestre a um novo nível. 

Os destaques: silhuetas justas, transparências, riscas, calções, botas e meias até ao joelho, preto, bege, pele. 

© ImaxTree
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Balenciaga

Diz-se que é depois da tempestade que vem a bonança, mas Demna mostrou-nos como as duas podem chegar em conjunto. Foi no meio de um verdadeiro nevão que o designer apresentou as propostas de outono/inverno da Balenciaga, mas não sem primeiro fazer uma homenagem a um povo que lhe é tão próximo. Nos lugares dos que assistiram ao desfile, encontravam-se pousadas t-shirts pintadas em tons de azul e amarelo e, antes da exibição começar, Demna apareceu para recitar um poema em língua ucraniana. Só depois se deu luz verde para começar o desfile, este que inicialmente estava pensado para ser uma crítica às alterações climáticas, algo que transpareceu não apenas no ambiente recriado, como nos elementos da coleção. Sacos do lixo, fitas amarelas, e todo um conjunto de materiais que nos mostra como, enquanto sociedade, passávamos a priorizar tudo o que seja descartável.

Os destaques: conjuntos bodycon, capas, casacos oversize, preto, acessórios e silhuetas de esqui. 

© ImaxTree
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Valentino 

O mundo cor de rosa de Valentino tomou conta da Semana de Moda parisiense. Pierpaolo Piccioli, designer criativo da casa de luxo, ensinou-nos a olhar para o “lado cor de rosa da vida”, elevando o conceito de monocromia a um novo nível. Na sua coleção para a estação fria, todos os conjuntos eram totalmente rosa, ou totalmente pretos. E essa foi a maior constante, pois, de resto, foi-nos oferecida uma imensa variedade de silhuetas e materiais, que tanto iam dos vestidos babydoll e silhuetas peplum aos fatos oversize, fortes e estruturados, que, pelo meio, foram complementados por transparências, cut-outs, e bordados com motivos florais. 

Os destaques: preto, rosa, monocromia, transparências, bordados e motivos florais, mangas balão, cut-outs. 

© ImaxTree
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Schiaparelli

Maximalismo e exuberância já são aquilo que esperamos de coordenados com assinatura de Daniel Roseberry e as propostas para o outono/inverno de 2022, unidas sobre o título The New Schiaparelli, vieram mais uma vez comprová-lo. Schiaparelli voltou a jogar com partes do corpo, desta vez seguindo uma abordagem estilo Eduardo Mãos de Tesoura, que não só foi interpretada de forma literal num dos conjuntos, como de forma mais subtil em acessórios como luvas. Os chapéus estiveram presentes numa grande maioria dos coordenados e os ombros foram muitas vezes pontos de focos, ora com mangas balão, ora com silhuetas dos anos 80. 

Os destaques: maximalismo, acessórios (chapéus, luvas, brincos), detalhes metalizados e brilhantes, silhuetas justas.

© ImaxTree
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Louis Vuitton

Coordenados formais, but make it teenager. Foi assim que Nicolas Ghesquière, diretor criativo da Louis Vuitton, pensou as suas propostas para a estação fria. “Poderia ser uma espécie de fantasia de adolescente, uma certa ideia estilística da adolescência,” escreveu o designer numa nota relativa ao desfile. Assim se proporcionou um tom de liberdade e rebeldia aos típicos fatos e conjuntos que muitas vezes vemos associados à vida de escritório. Naturalmente, as silhuetas tornaram-se oversize e os padrões surgiram numa paleta diversificada, ainda que retratos do fotógrafo David Simms tenham aparecido em abundância.

Os destaques: descontração, silhuetas oversize, mistura de padrões, sobreposição de casacos, gravatas, formas balão. 

© ImaxTree
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Chanel

Nunca esteve completamente fora de cena, mas o tweed voltou em grande nesta coleção de outono/inverno de 2022. Virginie Viard, diretora criativa da maison, quis assim prestar uma sentida homenagem: “Dedicar uma coleção inteira ao tweed é um tributo.” Um tributo, claro está, a Gabrielle Chanel, que fez deste material um staple da marca. Viard, por sua vez, trouxe a inovação de não se limitar relativamente ao que cobre de tweed. O vestuário? Claro. Mas também os acessórios, como as malas, e até o próprio convite do desfile e até o próprio local do evento. Não haveria melhor forma de deixar a marca de Chanel por todo o lado.

Os destaques: tweed, matching sets, sobreposição de colares, cintos de corrente, botas de borracha. 

© ImaxTree
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Miu Miu

Dizem que não se mexe em equipa vencedora, e talvez essa tenha sido a lógica por detrás da nova coleção da Miu Miu, que manteve muitos dos essenciais que tornaram viral a sua apresentação da passada primavera. As micro-minissaias, os crop-tops, os blazers oversize, todos os nossos novos favoritos, que agora aparecem ao lado de casacos biker, vestidos transparentes e peças em xadrez que captam na perfeição o inverno de Miuccia Prada. 

Os destaques: estilo preppy reinventado, micro-minissais, crop-tops, transparências, padrões xadrez, bordados. 

Mariana Silva By Mariana Silva

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