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A próxima Semana de Moda de Londres vai ser digital e gender-neutral

21 Apr 2020
By Rui Matos

The show must go on. O digital é o caminho a seguir.

The show must go on. O digital é o caminho a seguir. 

Molly Goddard, outono/inverno 2020 © ImaxTree
Molly Goddard, outono/inverno 2020 © ImaxTree

O surto do novo coronavírus levou ao cancelamento de vários eventos culturais em todo o globo e as Semanas de Moda não foram exceção. Em Paris, a Semana de Moda Masculina e a de Alta-Costura, que iriam acontecer em junho e julho, foram canceladas. Em Milão, a Semana de Moda Masculina foi reagendada para setembro, coincidindo com a mostra das propostas femininas. A feira Pitti Immagine Uomo foi também agendada para setembro. Mas, enquanto as notícias sobre estes cancelamentos faziam as principais manchetes online no final de março, a Semana de Moda de Londres mantinha-se em pé, mesmo o seu cancelamento ser uma decisão quase inevitável.

Na manhã desta terça-feira, 21 de abril, o British Fashion Council anunciou que sim, a Semana de Moda de Londres vai a acontecer em junho. Mas num formato totalmente digital, unindo o menswear e o womenswear numa “plataforma sem género”. O evento vai decorrer entre os dias 12 de 14 de junho, nas mesmas datas em que a Semana de Moda de Londres Masculina iria acontecer. 

“Ao criar uma plataforma cultural da Semana de Moda, estamos a adaptar a inovação digital para atender da melhor maneira às nossas necessidades e a ajudar a construir alguma coisa para o futuro”, começou por dizer Caroline Rush, diretora executiva do British Fashion Council, em comunicado. “os designers vão poder compartilhar as suas histórias e, para aqueles que as têm, as coleções, com uma comunidade global mais ampla; esperamos que, além de perspetivas pessoais sobre este momento difícil, exista muita inspiração. É por isso mesmo que a Moda britânica é conhecida.”

O site Londonfashionweek.co.uk vai ser o palco deste evento e vai receber lookbooks, vídeos, entrevistas e podcasts com designers, shoowrooms virtuais e webinars. Seguindo assim a tendência da indústria que se está a aproximar da comunidade através de Instagram Lives, tutoriais no YouTube várias conversas no Zoom. Aliás, o Zoom tornou-se um sucesso de tamanha dimensão, que até recebeu a primeira parte das Vogue Global Conversations - uma série de conversas sobre o futuro da indústria da Moda com designers e diretores da Vogue. 

Transmitir os desfiles nas plataformas digitais é fazer a Moda mais inclusiva, uma ideia que Cédric Charbit partilhou com Nicole Phelps numa das talks das Vogue Global Conversations. A cada estação, a marca convida 600 pessoas para ver o desfile fisicamente, mas 8 mil pessoas assistem ao livestream no YouTube, 60 mil no Instagram e 300 mil fazem tweets, fazendo de cada desfile um evento inclusivo por chegar a um grande número de pessoas.

Este é um passo que pode mudar o futuro da Moda e uma oportunidade para se repensar a maneira como é feita.

Rui Matos By Rui Matos

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