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Kurt Cobain: um ativista em tempos de grunge

05 Apr 2019
By Rui Matos

Mais do que uma lenda do grunge, Kurt Cobain era o contrapeso de uma sociedade profundamente machista. Uma postura de I don’t give a fuck com princípio, meio e fim.

Mais do que uma lenda do grunge, Kurt Cobain era o contrapeso de uma sociedade profundamente machista. Uma postura de I don’t give a fuck com princípio, meio e fim. 

A passagem de Kurt Cobain na vida foi rápida, a sua ascensão foi fugaz e o seu fim trágico. Nas entrelinhas, escreveu músicas como Smells Like Teen Spirit, All Apologies e Heart-Shaped Box que ainda hoje servem de banda sonora para incontáveis fãs. Mas, se a grande maioria conhece a música e muitos dos detalhes insólitos de uma vida excêntrica, poucos lhe conhecem a faceta de ativista. 

Anos antes de movimentos como o #MeToo e Time’s Up marcarem a atualidade, já o vocalista-guitarrista-letrista dos Nirvana falava abertamente sobre a homossexualidade, o feminismo e a violação. “O problema com os grupos que trabalham as questões da violação é que tentam sempre educar as mulheres a defenderem-se. Mas o que é preciso fazer, é ensinar os homens a não violar,” afirmou Kurt Cobain, em entrevista à revista NME no ano de 1991.

Hoje, dia 05 de abril, assinala-se o 25º aniversário da sua morte e para assinalar a data, a Vogue reuniu cinco momentos em que Kurt Cobain foi o exemplo de que todos precisamos.

1. O apoio às minorias

“Se és sexista, racista, homofóbico, ou, basicamente, um idiota, não compres este CD. Não me importo se tu gostas de mim, eu odeio-te.” Esta mensagem estava escrita dentro de In Utero, o último álbum da banda a ser editado.

2. O apoio às mulheres

Na promoção do álbum Nevermind (1991), em entrevista à revista Siren, perguntaram a Cobain qual era a sua música favorita daquele álbum. Cobain respondeu: "Acho que gosto de Territorial Pissings. É uma ode às mulheres e ao apreço que tenho por elas… Como um todo, como pessoas. As mulheres merecem muito mais crédito.” Na música em questão, Kurt canta: “nunca conheci um homem sábio/ se sim, é uma mulher.”

3. Sobre a homossexualidade 

“Pensei em tentar ser gay por um tempo, mas sou sexualmente atraído por mulheres. Mas estou muito feliz por ter alguns amigos gay, isso salvou-me de me transformar num idiota, ou qualquer coisa do género.” Palavras de Kurt numa entrevista à revista The Advocate, em 1993. 

4. Uma vez mais, o apoio às mulheres, desta vez na música

“O Rock’n’Roll tem sido exaustivo. Mas isso é porque tem sido sempre o Rock’n’Roll masculino. Há muitos grupos femininos. The Breeders e Riot Grrrls todas têm uma mão nisso. As pessoas estão, finalmente, a aceitar as mulheres neste tipo de posições,” afirmou o músico norte-americano à revista Spin, em 1993. Mas Cobain não se limitou a expressar o seu apoio em palavras, enquanto grupo os Nirvana apoiaram publicamente bandas como Bikini Kill e Sonic Youth, ambas com mulheres a liderar. 

5. “Sou definitivamente um feminista.”

“Sou definitivamente um feminista. Estou cansado da maneira como as mulheres são tratadas. Estamos em 1993 e algumas pessoas continuam a pensar que estamos nos anos 50. Precisamos de progredir. É preciso haver mais mulheres na música, mais mulheres na arte, mais mulheres na literatura. Tudo é dominado pelos homens e eu estou farto disso.”

*drop the guitar*

 

 

Rui Matos By Rui Matos

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