O mundo pode ainda não ser governado por mulheres, mas algumas delas, espalhadas pelos cinco continentes, estão em posição de o colocar no rumo certo. Escolhemos seis que nos fazem acreditar num amanhã mais justo, mais promissor e mais igualitário. E hoje apresentamos Kamala Harris.
Em 2011, Beyoncé lançou uma canção que se tornou icónica, cujo refrão lança uma pergunta que há muito borbulha dentro de todos nós: “Who run the World?/Girls”. O mundo pode ainda não ser governado por mulheres, mas algumas delas, espalhadas pelos cinco continentes, estão em posição de o colocar no rumo certo. Escolhemos seis que nos fazem acreditar num amanhã mais justo, mais promissor e mais igualitário. E hoje apresentamos Kamala Harris.
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Joe Biden escolheu-a para ser o seu braço direito, o seu número dois, caso venha a ocupar a tão desejada Sala Oval da Casa Branca. “Comprometo-me a escolher uma mulher para a vice-presidência”, afirmou o candidato pelo Partido Democrata, em março, antes do debate final frente a Bernie Sanders. A promessa foi cumprida.
Agora, meses depois de inúmeras apostas sobre quem seria a eleita, Kamala Devi Harris, natural de Oakland, na Califórnia, onde nasceu a 20 de outubro de 1964, tornou-se um fenómeno de popularidade à escala global. Não que o seu percurso, ou o sucesso dele, dependesse desta decisão. Há quatro anos, foi aclamada por ser a primeira mulher negra eleita senadora pelo seu Estado, e a primeira descendente de indianos com assento no Senado. Harris, que sempre foi vocal no que às suas raízes diz respeito, não teme o futuro próximo. “A minha mãe sempre soube que a sua pátria adotiva nos consideraria raparigas negras e estava determinada a garantir que fossemos mulheres negras, confiantes e orgulhosas”, escreveu na sua autobiografia The Truths We Hold: An American Journey, publicada em 2019.
Kamala Harris é licenciada em Direito, pela Universidade da Califórnia, em 2003 tornou-se procuradora distrital de São Francisco e, em 2010, procuradora-geral da Califórnia, cargo para o qual foi reeleita em 2014. Dois anos depois chegou ao Senado, onde sempre assumiu uma postura crítica em relação ao governo de Donald Trump. Considerada uma “estrela em ascensão” pelos seus pares, foi graças à sua determinação e à sua postura de lutadora incansável que se tornou numa das candidatas preferidas para a nomeação democrata das presidenciais de 2020. Em janeiro de 2019, Harris acabou por anunciar oficialmente que entrava na corrida, apresentando ideias-chave como legislação para prevenir a violência com armas de fogo, o combate ao aquecimento global, a redução de impostos para a classe média ou a criação de um sistema de saúde universal a partir do já existente Medicare – programa de saúde gerido pelo governo, destinado às pessoas de idade igual ou superior a 65 anos.
Amplamente apoiada pelas bases, viu que as sondagens a colocavam numa posição desfavorável e, após enfrentar dificuldades em arrecadar apoios (monetários), formalizou a sua desistência, em dezembro de 2019. Menos de um ano depois, e tendo-se conseguido manter trending topic pelas suas posições irredutíveis em relação aos desvarios de Trump, foi das primeiras a dar o seu endorsement a Biden, algo que viu agora recompensado. Quando no início de agosto surgiram juntos pela primeira vez, num ato de campanha, Kamala Harris não teve meias palavras: “Sinto-me incrivelmente honrada e pronta para trabalhar.”
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