Lifestyle   Tendências  

O cinema LGBTQIA+

17 Jun 2020
By Rui Matos

O que têm em comum estas obras cinematográficas? Amor sem rótulos.

A sétima arte desempenha um papel importante, e muitas vezes imperativo, no quotidiano do comum mortal e, as longas-metragens subordinadas à temática LGBTQIA+, por exemplo, têm como premissa revelar pontos de vista diferentes e realidades distintas da bolha social em que estamos inseridos.

São história de amor que prendem até ao último segundo, mesmo que o final não seja feliz. Há personagens que nos envolvem pela dedicação à arte. Argumentos inspirados em histórias reais. Testemunhos de realizadores, argumentistas ou meros desconhecidos. Mas, acima de tudo, são narrativas que nos educam a aceitar a realidade dos outros sem a questionar.

No Pride Month, a Vogue Portugal reuniu os filmes que retratam experiências queer em diferentes facetas. 

Moonlight, 2016 - Barry Jenkins

Um filme delicado e deslumbrante mas ao mesmo tempo doloroso e violento, foi talvez esta dualidade que fez esta obra cinematográfica ser premiada com o Óscar para Melhor Filme. Nesta adaptação de um projeto universitário, In Moonlight Black Boys Look Blue, Jenkins contou a história de Chiron através de três fases da sua vida: a infância, adolescência e os primeiros anos da vida adulta. A procura pela sua identidade está no cerne deste jovem que enfrenta o racismo, o tráfico de droga e a perseguição aos miúdos oriundos do bairro pobre onde nasceu.

Carol, 2015 - Todd Haynes

Os anos 50, nos Estados Unidos da América, nunca foram tempos de liberdade sexual e a história de amor entre estas duas mulheres foi vivida numa linha muito ténue. Carol está descontente com o seu casamento e pelo caminho encontra Therese, a mulher que desperta o amor há muito adormecido.

Call Me By Your Name, 2017 - Luca Guadagnino

Diz-se que o primeiro amor nunca se esquece e foi através desta premissa que Guadagnino desenvolveu este filme, uma adaptação do livro homónimo de André Aciman. A história de Elio e Oliver conquistou tudo e todos, talvez pela simplicidade da história e pela interpretação sumptuosa de Timothée Chalamet e Armie Hammer. 

Quando se tem 17 anos, 2016 - André Téchiné

  

A repulsa e a atração entre Damien e Thomas fazem a história deste filme. O realizador voltou às suas origens e às peculiaridades da vida adolescente quando decidiu mostrar como é viver o amor quando ainda não se tem certezas de nada.

120 Batimentos Por Minuto, 2017 - Robin Campillo

Act Up é o grupo ativista que intensifica as suas ações para chamar atenção do governo francês e da sociedade para a importância da prevenção e tratamento do HIV. Esta história pode desenvolver-se no início dos anos 90, contudo não é um filme de época. Passaram-se mais de três décadas desde a descoberta desta doença, mas o tema continua mais atual do que nunca. 

Paris 05:59: Théo & Hugo, 2016 - Olivier Ducastel e Jacques Martineau 

Apaixonam-se num clube de sexo, decidem sair e explorar as ruas da capital francesa, que durante a madrugada estão desertas, o cenário ideal para um casal recém-apaixonado. A história é linear, mas a mensagem que pretende passar é electrizante. 

Freeheld, 2015 - Peter Sollett

A diferença de idades entre Laurel e Stacie não é o ponto central desta trama, afinal o amor não escolhe idades. O não reconhecimento de um relação lésbica dificulta é sim o problema que dificulta a vida deste casal. Inconformada, Laurel decide lutar até ao fim para que esta lei seja alterada e a sua cara-metade receba aquilo a que tem direito. 

A vida de Adèle, 2013 - Abdellatif Kechiche

A materialização do amor à primeira vista foi transportada para este drama que conta a mudança de Adèle, passando de adolescente a mulher adulta, tudo por causa de Emma, a miúda de cabelo azul que lhe apresenta uma realidade diferente daquela a que está habituada.  

Milk, 2008 - Gus Van Sant

O ativista e político Harvey Milk foi o primeiro homossexual a assumir um cargo público no estado da California, um homem que lutou pelos direitos das minorias. Fê-lo através de campanhas nacionais pelos direitos gay, recebendo inclusive apoios dos políticos mais conservadores. 

Tom à la ferme, 2013 - Xavier Dolan

Tom visita a família de Guillaume quando este morre, mas o que não se sabe é que a relação entre estes dois era mais do que pura amizade. Era amor. Para não dar um desgosto à mãe de Guillaume, o irmão mais velho obriga Tom a inventar uma história para camuflar a relação destes dois.

Una Mujer Fantástica, 2017 - Sebástian Lelio

Marina é uma mulher transsexual reijatada pela sociedade latina, onde este assunto ainda é um tabu, mas vê em Orlando um refúgio que a incentiva a perseguir os seus sonhos. Quando Orlando morre, e isto não é um spoiler, a perda não é só pessoal, é também o fim da esperança de uma vida 'normal'. Lelio podia ter caído na caricatura mas esta longa é norteada por um tom discreto e muito introspetivo. Uma história que levou para casa o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2018.

La Mala Educación, 2004 - Pedro Almodóvar

Revolta católica, preconceito e necessidade de expressão. Três palavras-chave que descrevem na perfeição este filme. É sem medos e pudores que Almodóvar levou para o grande ecrã a história de dois personagens que se conheceram nos anos 60 num colégio religioso e que duas décadas depois, na movimentada Madrid dos anos 80, reencontram-se. Um reencontro marcado por grandes mudanças. Num limbo de muitas críticas à sociedade, o realizador mostra o lado apaixonante e belo de uma relação homossexual.

Rui Matos By Rui Matos

Relacionados


Moda  

Open Call | Shades of Doubt

26 Jul 2024

Pessoas  

As celebridades mais bem vestidas do prelúdio dos Jogos Olímpicos de 2024

26 Jul 2024

Curiosidades  

Nos Jogos Olímpicos de Paris, as mulheres portuguesas fazem história

25 Jul 2024

Moda   Compras   Tendências  

Trend Alert | Recortes

25 Jul 2024