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Notícias 10. 3. 2022
Neste mês da endometriose, procurámos responder às perguntas que ainda existem sobre esta doença.
Cada vez mais ouvimos falar nela, mas sabemos verdadeiramente o que é? O facto é que não é tão raro quanto possamos imaginar: estima-se que uma em cada dez mulheres entre os 15 e 49 anos sofra de endometriose. Os sintomas afetam profundamente o bem-estar e o dia-a-dia de quem é diagnosticada e é preciso prestar-lhes atenção para que possamos encontrar formas de os aliviar. A Vogue Portugal falou com João Alves, ginecologista-obstetra no Hospital da Luz, para desmistificar as dúvidas acerca da endometriose.
Antes de mais, é preciso perceber o que é esta doença de que tanto se fala. O ginecologista explica que se define por “glândulas endometriais e estroma endometrial [que estão] fora da cavidade uterina, onde normalmente se encontram, e com inflamação associada a este tecido”.
João Alves diz que os principais sinais de alerta para esta condição são “dor intensa com a menstruação, dor pélvica todos os dias, dor com relação sexual profunda, dor ao evacuar e a urinar com a menstruação, dificuldade em engravidar”. Para além disso, “o inchaço abdominal aquando da menstruação é uma queixa frequente, assim como um grande cansaço” nesta altura. É “quando a dor afeta a qualidade de vida e impede de trabalhar ou ter uma vida normal” que devemos recorrer a um especialista para uma avaliação, “não só para excluir a doença, mas também para trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade de vida”.
Para que uma mulher seja diagnosticada com endometriose, é necessário proceder ao levantamento “da história clínica com pesquisa cuidada dos sinais e sintomas relevantes. Com um exame ginecológico podemos suspeitar ou mesmo confirmar o diagnóstico”, explica o especialista. Há ainda outros exames que se podem fazer para acompanhar a doença, como “a ecografia ginecológica e a ressonância magnética pélvica”.
“A dor faz com que muitas mulheres não consigam viver a sua vida sem pensar na doença, levando a muitas idas à urgência para controlo da dor e faltas ao trabalho”. Também “a vida íntima é prejudicada pela dificuldade em ter relações sexuais”, que se tornam experiências dolorosas e ansiosas. Já a fertilidade “é reduzida com a endometriose”. Aliás, “nos casais com infertilidade, até 50% das mulheres terão [este diagnóstico]”. Apesar de, hoje em dia, os tratamentos para a fertilidade serem “muito avançados”, o ginecologista explica que “só o facto de saberem que têm endometriose e de poderem ter dificuldades em engravidar causa stress e ansiedade”.
“Na maior parte das mulheres, passa pela pílula contínua”, diz João Alves, já que esta “permite não só ter menos menstruações e, desta forma, menos períodos de dor intensa, mas também um menor risco de progressão da doença”. Ainda no que diz respeito a métodos contracetivos, o “dispositivo intrauterino com progestativo” é uma alternativa”, já que “permite a grande parte das mulheres ficar sem menstruar”. Para além disso, refere “a cirurgia laparoscópica”, em que são feitas “pequenas incisões de 5 milímetros”. Estas intervenções têm, segundo o especialista, “maior precisão e delicadeza com as estruturas, melhor recuperação pós-operatória e mais estética para as doentes, porque as incisões são mínimas e abaixo da linha do biquíni”.
“Apesar de nós médicos nos sentirmos mais confortáveis com o tratamento com pílulas ou cirurgias”, o ginecologista confessa que “nos últimos anos percebemos que a mudança de estilo de vida pode ajudar muitas mulheres de forma complementar ou mesmo principal a melhorar a qualidade de vida a longo prazo”. Algumas das alterações que podem ser feitas são, por exemplo, “para uma alimentação anti inflamatória, fazer fisioterapia do pavimento pélvico, recorrer a apoio psicológico, fazer exercício físico regular e acupunctura”.
João Alves confessa que “infelizmente não, mas, na maior parte das mulheres é possível que se esqueçam da doença. Ou seja, consigam controlar os sintomas (sem dor) e planear uma vida reprodutiva sem que a endometriose as impeça de viver uma vida plena e feliz”.
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