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Notícias 8. 6. 2022
A pintora morreu com 87 anos, deixando para trás um extenso legado como uma das mais importantes artistas da cultura portuguesa.
Paula Rego, que completou 87 anos em janeiro, morreu esta manhã em Londres, acompanhada pela família mais próxima. A artista nasceu em Lisboa, em 1935, e demonstrou desde criança um prodígio artístico. Foi aos 17 anos que se mudou para Londres para estudar na aclamada Slade School of Fine Art, uma decisão que, como a artista revelou, não foi sua, mas sim consequência da falta de controlo que, enquanto mulher, tinha sobre a própria vida. Foi na capital britânica que a artista conheceu o seu marido, Victor Willing, e para onde, na década de 70, se mudou permanentemente. Com visitas frequentes a Portugal, Rego nunca se separou da sua identidade cultural, mantendo-se íntima do panorama artístico português. Foi também em terras lusitanas que a artista estabeleceu a sua Casa de Histórias, o museu dedicado ao seu espólio artístico.
A artista portuguesa não se contentava em produzir arte meramente estética, imbuindo esta de uma forte perspetiva feminista. Quer através das suas interpretações de contos de fadas ou das suas memórias de infância, Rego instrumentalizou a sua arte como forma de questionar diversos fenómenos políticos e sociais. A artista portuguesa explorou o quotidiano de mulheres, assim como a forma como este se intersecta com temas como depressão, aborto e até violência sexual. Neste sentido, uma das suas coleções mais influentes foi uma ponderação sobre o referendo do aborto de 1998, em que, como resposta direta ao resultado deste, produziu uma série de pinturas. Como muita da sua arte, estas são viscerais, representando destemidamente os perigos associados a este tipo de decisão política. Ao longo destas pinturas observam-se mulheres sozinhas em espaços domésticos, frequentemente com expressões faciais que representam nojo ou dor, à medida que se alude a métodos de aborto improvisados.
Paula Rego é o cânone de artista que, através das suas expressões artísticas, influencia o panorama político e cultural. Como a própria revelou em entrevista à Vogue Portugal, “sou uma mulher e conto as minhas histórias”, foi devido a esta capacidade de imbuir a sua história de vida na sua arte que alcançou um nível de sucesso inédito para uma artista plástica portuguesa. Paula Rego tornou-se sinónimo de arte portuguesa no estrangeiro, angariando medalhas e honras, como o Prémio Turner, a Medalha de Mérito Cultural e até o grau de Oficial na Ordem do Império Britânico, dada pela Rainha Isabel II pela sua contribuição artística.
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