"Life is the art of drawing without an eraser." - John W. Gardner
Há uma arte subtil em viver bem, e não tem nada a ver com luxo, mas com intenção. Há quem pense que viver é uma questão de sorte. Eu prefiro acreditar que é uma questão de estilo, uma composição cuidadosa entre o que se escolhe, o que se sente e o que se deixa ir. The Art of Living não é um manual, é um exercício contínuo de atenção: a forma como olhamos o mundo, como o habitamos, e como, com alguma graça, tentamos fazer dele um lugar mais bonito.
É o gesto de escolher com delicadeza, de estar presente, de olhar o quotidiano com olhos de quem sabe que a beleza, às vezes, sussurra. The Art of Living é essa coreografia entre o essencial e o encantamento: o prazer de descobrir o extraordinário dentro do comum.
Viver com arte é afinar o olhar. É perceber como a luz muda a cada hora, como um tecido pode transformar um espaço, como o silêncio também pode ser uma forma de música. É ter tempo para reparar naquilo que não grita, o movimento lento das sombras, o perfume da chuva, o conforto silencioso de um lugar que nos pertence. O verdadeiro luxo é esse: sentir o mundo com todos os sentidos despertos.

Ben Massarenti
Sam Spence
Viajar é talvez o ato mais generoso dessa arte. É sair para nos encontrarmos na desordem dos mercados, nas ruas que não conhecem o nosso nome, no sabor imprevisto de algo que nunca provámos. Cada viagem é uma nova paleta: de cores, de aromas, de formas de pensar. É um convite à reinvenção, à leveza, à curiosidade. Porque o mundo, quando o olhamos com atenção, é a melhor escola de estética e de humanidade.
E depois há o regresso — o reencontro com o nosso próprio território. O lar, com a sua geografia íntima, é o palco onde se desenha a continuidade do que aprendemos lá fora. O design, longe de ser mero adorno, é uma extensão do nosso estado de espírito: o equilíbrio das linhas, o toque dos materiais, o modo como a luz e as sombras pintam uma parede. Há poesia na harmonia de um espaço que reflete o que somos — e o que aspiramos ser

Anastasia Koval
Jamie Nelson
Viver bem é compreender o ritmo das coisas: quando é tempo de partir e quando é tempo de repousar; quando mudar o cenário e quando simplesmente mudar o olhar. É vestir o conforto e não a pressa, habitar o tempo como quem habita uma casa. É de tudo isto que fala esta edição: The Art of Living é a capacidade de transformar o quotidiano em delicadeza, de fazer da vida uma experiência estética, sensorial e profundamente humana.
Porque, no fim, a verdadeira elegância não está no que mostramos, mas na forma como sentimos o mundo — e em como deixamos que ele nos transforme, suavemente, todos os dias.

Ben Massarenti
Sam Spence
Publicado originalmente na edição The Art of Living da Vogue Portugal, de novembro 2025. For the english version, click here.
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