Editorial Julho 2019
Editorial Setembro 2019
Editorial 5. 8. 2019
“The moment good taste knows itself, some of its goodness is lost” - C.S. Lewis
Praticamente toda a história da Arte, e da Moda, tem sido objeto de disputas sobre o gosto. Mas o que é o gosto, exatamente? É um assunto elusivo, já que é ao mesmo tempo um espelho e uma janela. A única certeza é que muda - às vezes, abruptamente. Com a explosão do consumismo em meados do século XIX, a noção de "bom gosto" passou a ser uma forma de codificar os costumes da classe média. Dois séculos depois, falar sobre o gosto tornou-se quase um tabu, já que os julgamentos feitos sobre roupas e costumes podem ser dolorosamente reveladores. Nesta edição, exploramos as diferentes atitudes e perceções em relação à moda, beleza, arte, design, gastronomia e, até, à forma como compramos, e concluímos que o gosto tem mais a ver com as boas maneiras, com a ética e respeito do que com as aparências; que "bom gosto" é mito e realidade; e esse gosto - bom ou mau - não tem nada a ver com estilo.
A nossa noção de gosto é tão central nas nossas vidas diárias que raramente paramos para pensar nisso e perceber que o nosso gosto não é, nem tem de ser, o gosto dos outros. Porque o gosto, como a ciência fundamenta, é tudo menos comum. É um processo neurobiológico altamente complexo influenciado por muitos fatores, incluindo genes, idade e experiência. Aquilo que repudiamos de forma imediata, por "uma questão de gosto" é exatamente o que nos levou ao tema desta edição. Não para discutir o que há de indiscutível no gosto, mas sim para discutir, e refletir, a forma como rotulamos o que é de "mau gosto".
Na gastronomia, por exemplo, a repulsa imediata por um sabor pode ter a sua explicação numa seleção natural e biológica que assenta na própria sobrevivência: o nosso código genético reconhece, antes do nosso cérebro, se determinado alimento ou nutriente nos pode fazer mal ou não. E o que me pode fazer mal a mim, pode ser o nutriente mais necessário e apetecido para a pessoa que está imediatamente ao meu lado. Logo, uma iguaria de que eu não goste não a cataloga como sendo de mau gosto, só a falta de qualidade com que é confecionada ou apresentada é que o podem fazer. Se, por um lado, a memória genética tem o controlo sobre o nosso gosto, num campo puramente estético, as memórias emocionais são quem dita maioritariamente o que gostamos ou não. Quem define o nosso próprio gosto, e consequentemente, tudo o que não gostamos, somos nós próprios, faz parte da nossa identidade, do que nos define como únicos. E isso é válido enquanto for genuíno e não enquanto um preconceito criado com base no que a maioria gosta ou não gosta. O gosto dos outros é para ser respeitado e não adotado, sob pena de nos transformarmos em nada. E se acabamos a concordar com o facto de que o gosto não se discute, já a falta dele é outra questão, seguramente discutível.
Naquilo que é uma identidade e um estilo único, a própria Vogue tem o seu, com uma imagem e linguagem muito próprias, que respeitam o ADN original, tratando da forma mais séria todos os assuntos, mas sem se levar demasiado a sério, até porque não seria de bom gosto. Diana Vreeland, diretora da Vogue US entre 1963 e 1971, dizia que demasiado bom gosto pode ser terrivelmente aborrecido, enquanto que um estilo independente pode ser muito mais inspirador. Já Picasso defendia que o bom gosto era o maior inimigo da criatividade. Se até o bom gosto pode ser considerado de mau gosto, achámos que este mês de agosto seria o ideal para mergulharmos nas águas nada serenas das questões de gosto, com todas as provocações, ironias e humor que o tema não podia dispensar.
Em meu nome e de toda a equipa, é com todo o gosto que desejamos boas férias.
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