Sem espaço para o habitual burburinho, a decisão de Daniel Lee em deixar a direção criativa da Bottega Veneta foi tornada pública hoje, 10 de novembro de 2021, três anos depois do designer britânico tomar conta das rédeas da marca italiana.
Sem espaço para o habitual burburinho, a decisão de Daniel Lee em deixar a direção criativa da Bottega Veneta foi tornada pública hoje, 10 de novembro de 2021, três anos depois do designer britânico tomar conta das rédeas da marca italiana.
Daniel Lee © Getty Images
Daniel Lee © Getty Images
Foi com surpresa que um email com o título “BREAKING | Daniel Lee to Leave Bottega Veneta”, do Business of Fashion, chegava à caixa de correio eletrónico e ao mesmo tempo Vanessa Friedman, do The New York Times, escrevia na sua conta de Twitter que Daniel Lee estava de saída da marca italiana. A decisão foi mutua, avança a Kering, o conglomerado de luxo que detém a Bottega Veneta.
“O meu tempo na Bottega Veneta tem sido uma experiência incrível”, declara Lee, num comunicado de imprensa lançado pouco tempo depois da notícia ter apanhado de surpresa a indústria. “Estou grato por ter trabalhado com uma equipa excecional e talentosa e estou para sempre grato a todos os que fizeram parte da criação da nossa visão. Obrigado ao François-Henri Pinault pelo seu apoio e pela oportunidade de fazer parte da história da Bottega Veneta.”
Apesar de uma passagem curta (a colaboração com a marca italiana iniciou-se em julho de 2018), Daniel Lee deixa o seu nome nos mais de 50 anos da Bottega Veneta. Lee foi o homem que repensou e moldou a marca italiana, dando-lhe assim um novo dinamismo e um novo allure. Durante a sua permanência, as proporções e as texturas estiveram em destaque, assim como o entrelaçado tão característico da Bottega Veneta. As carteiras foram um sucesso imediato, estando, hoje, nas páginas das revistas de Moda mais prestigiadas e nas mãos de todas as editoras de Moda e influencers. Foram três anos de um revivalismo criativo e comercial. De acordo com o Business of Fashion: “As vendas aumentaram 2,2 %, quase 1,2 mil milhões de euros em 2019 e conseguiram continuar a crescer em 2020, um ano em que a pandemia viu o mercado de luxo mais vasto cair 23%, segundo a Bain.”
Por esta dedicação Leo Rongeo, CEO da Bottega Veneta, afirma que: “Ele[Daniel Lee] deu à Bottega Veneta uma nova perspetiva e um novo sentido de modernidade, ao mesmo tempo que continuava a respeitar a herança de 50 anos da marca.” François-Henri Pinault, Chairmain & CEO da Kering, também não lhe poupa elogios e declarou que: “A sua visão singular tornou a herança da Casa relevante para os dias de hoje e colocou-a de novo no centro da cena da Moda. Gostaria de lhe agradecer pessoalmente pelo capítulo único que escreveu na longa história do Bottega Veneta.”
Desconhecem-se as razões pelas quais Lee tomou esta decisão. O Business of Fashion contactou uma porta-voz da Kering que se recusou a comentar. Só o tempo dirá se o designer se está a afastar da pressão que a indústria da Moda coloca nos criativos ou se uma nova oportunidade está na linha do horizonte.
No ar paira a questão: quem vai suceder Daniel Lee? A resposta está ainda guardada - a Kering não avançou com nenhum nome, ainda.
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