E se a luz dos ecrãs fosse tão prejudicial para a pele como a luz do sol?
Mascne: tudo o que precisa de saber
Tendências 11. 11. 2020
Cada cabelo sua sentença. Pelo menos no que a tons diz respeito. E há quem o queira ter pintado de um muito incandescente azul.
Areferência mais óbvia chega-nos cedo: Simpson, Marge Simpson. O tamanho e o corte podem não ser os melhores (nem os mais fáceis de manter) mas a cor, essa, não fica indiferente a ninguém. Chama-se Cyan Cornflower Blue, e é reconhecida mundialmente, da Coreia do Sul a Berlim. O azul da farta cabeleira ostentada pela mulher de Homer entra-nos casa adentro sem pedir licença, e quase nos ofende, tal é o à-vontade, e o orgulho, que transmite com aquele look invulgar – um pouco à semelhança da maravilhosa Emma (Léa Seydoux) de Blue Is The Warmest Colour (2013), que passeia a sua rebeldia e o seu desassossego à boleia do seu minibob azul.
Podíamos continuar com uma lista semi-infinita, da popular estrela anime Sailor Saturn, da squad Sailor Moon, às igualmente famosas Katy Perry, Gwen Stefani, Nicole Richie, Kylie Jenner ou Cara Delevingne. Mas de onde é que vem este fascínio pelo cabelo azul, já que nenhum ser humano o tem naturalmente? Decidimos perguntar a Olga Ferreira-Hilário, art director do Slash e hairstylist com 15 anos de experiência. “Já havia algumas pessoas que experimentavam com azul roxo nos anos 20, mas foi nos anos 60/70, durante o movimento punk, que havia muita gente a pintar o cabelo de cores ‘fantasia’. Nessa altura não havia tantas opções de pigmento para cabelo, mas o azul era um dos mais usados," começa por nos contar.
© Getty Images
"Depois, nos anos 80, foi lançada uma marca chamada Manic Panic, que se focou só em cores ‘fantasia’ e na altura começou a haver mais variedades de tons. No outono/inverno 2007, Marc Jacobs fez um revival da tendência e pintou o cabelo das suas modelos de vários tons de azul. E depois, a partir daí, começámos a voltar a ver mais pessoas a pintar o cabelo de cores ‘fantasia’. Eu acho que o azul sempre acabou por ficar porque é uma cor que acaba por fazer uma boa ligação com a cor natural da maioria das pessoas e tem uma durabilidade muito longa em comparação com outros tons," continua. Tudo certo. As respostas batem com a nossa pesquisa.
Só que há coisas que apenas uma hairstylist pode saber. Como a primeira vez que alguém lhe pediu para pintar o cabelo dessa cor. “A primeira vez que pintei o cabelo a alguém de azul foi em 2009, quando ainda trabalhava em Londres. Na altura não tinha muitas pessoas a pedir esse tipo de coloração.” E atualmente, como é? “Hoje em dia, tenho várias clientes que pintam o cabelo de azul. Algumas fazem uma vez só para experimentar, mas outras adoram e acabam por manter essa cor durante imenso tempo.”
Imaginamos que a manutenção deve ser complicada. Confirma-se? “Se a coloração base para conseguirmos atingir o azul for bem feita, o azul pode chegar a durar dois/três meses sem precisar de ser retocado, desde que não se lave o cabelo todos os dias e se use um champô com pH neutro para ajudar a manter a cor. Para quem tem de lavar o cabelo todos os dias, há sempre a opção de usar uma máscara pigmentada em casa, uma vez por semana.”
Em que cabelos é que o azul assenta melhor? “O azul pode ser feito em todos os tipos e cores de cabelo. Para conseguirmos um azul bonito e brilhante, a base ideal de cabelo devia ser ‘virgem’ e temos sempre de descolorar.” Para fechar, a pergunta de um milhão de dólares: E a Olga, já teve o cabelo azul? “Sim, eu já tive o cabelo azul, em 2008. Na altura passei por uma fase superexperimental com o meu próprio cabelo e adorava os tons petróleo e as cores das penas de pavão, então fiz vários tipos de azuis.