Daria Svertilova
O primeiro desfile de Adrian Appiolaza para a Moschino realiza-se a 22 de fevereiro de 2024, em Milão.
A Moschino anunciou hoje que Adrian Appiolaza, nascido em Buenos Aires, é o seu novo diretor criativo. O renomado argentino, de 51 anos, mudou-se recentemente de Paris para Milão, com o objetivo de aperfeiçoar a primeira coleção que será apresentada sob o seu nome no final deste mês. A nomeação de Appiolaza para a Moschino faz dele o sucessor do designer italiano Davide Renne, que morreu repentinamente em novembro, apenas 10 dias depois de ter começado a desempenhar o cargo.
Massimo Ferretti, presidente executivo do Grupo Aeffe, proprietário da Moschino, declarou num comunicado: "Adrian traz consigo uma riqueza única pela sua experiência, criatividade e conhecimento da história da Moda que será fundamental para escrever um novo e magnífico capítulo na aventura da marca fundada por Franco Moschino."
No mesmo comunicado, Appiolaza acrescenta: "Estou profundamente grato a Massimo Ferretti por me ter permitido aceder ao mundo da Moschino, bem como entrar numa casa cujas paredes exalam uma história que estou ansioso por ouvir. Estou pronto para transportar a maison para um novo capítulo, com um toque teatral, no puro estilo Moschino."
Há muito que Appiolaza é apontado para liderar uma casa, depois de uma aprendizagem variada e distinta em diferentes cargos. O seu trabalho mais recente foi na Loewe, onde foi diretor de design de pronto-a-vestir durante 10 anos. Antes disso, trabalhou com Clare Waight Keller por dois anos durante a sua subestimada passagem pela Chloé, seguindo-se dois anos com Marc Jacobs na Louis Vuitton e quatro anos com Miuccia Prada na Miu Miu, à qual se juntou em 2006.
"Foi a Phoebe Philo que mudou o rumo da minha carreira", acrescentou Appiolaza numa nota. Enquanto trabalhava como designer júnior na Alexander McQueen e Miguel Adrover no virar do milénio, o jovem Appialoza estava também inscrito na Central Saint Martins. E acrescenta: "Ela viu a coleção com que me formei e convidou-me para me juntar a ela na Chloé em 2002." Quando Philo estava de licença de maternidade em 2005, Appiolaza estava entre a equipa que recebeu aplausos e ovações após a apresentação da coleção de outono desse ano. Appiolaza regressou à passerelle um ano mais tarde, após a saída de Philo e pouco antes da sua mudança para a Miu Miu.
Appiolaza nasceu em Buenos Aires em 1972 e diz ter passado grande parte da sua infância e adolescência na alfaiataria da sua avó. Foi a obsessão pela música, e não pela moda, que o inspirou a sair de casa e mudar-se para o Reino Unido. "Aena musical em Manchester estava a prosperar nesses anos, e isso incentivou-me a imaginar outro universo, aparentemente distante, onde me podia expressar como nunca antes", conta.
Para além da sua carreira de grande sucesso na área do design de moda, Appiolaza é também um notável colecionador de trabalhos de outros designers. A sua primeira obsessão foi a Comme des Garçons, mas as joias do seu arquivo incluem muitas peças raras de outros criadores, como Yohji Yamamoto, Jean Paul Gaultier, Martin Margiela, Vivienne Westwood e Issey Miyake. Na sua mensagem, acrescentou: "Franco Moschino esteve sempre entre eles. Ter acesso hoje a estas memórias; percorrer estes corredores repletos de história à espera de serem ouvidos; tocar em roupas que só tinha visto em revistas foi inestimável e servirá de bússola na viagem que acabei de iniciar".
O primeiro marco dessa viagem será atingido a 22 de fevereiro. Um dos desafios que Appiolaza enfrenta no caminho é o facto de, ao contrário dos seus antigos empregadores, com recursos abundantes, na LVMH e no Richemont Group, a Aeffe ser um navio relativamente pequeno; tem de ser operado com rigor para se manter à tona. No entanto, para um designer tão empenhado no potencial transformador da inovação através do design, esse fator pode ser tanto uma ajuda como um entrave.
Artigo traduzido do original, aqui.
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