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A queda dos Anjos

16 Jul 2021
By Joana Rodrigues

De modelos a ícones de beleza, as Victoria 's Secret Angels tiveram uma história longa, mas mesmo o que é (mais ou menos) bom tem de ter um fim.

De modelos a ícones de beleza, os anjos da Victoria's Secret tiveram uma história longa, mas mesmo o que é (mais ou menos) bom tem de ter um fim.

Victoria's Secret Fashion Show 2016 © Getty Images
Victoria's Secret Fashion Show 2016 © Getty Images

Como Ícaro, que voou alto demais, também os anjos de Victoria’s Secret não resistiram à exposição pública a que se sujeitaram durante mais de duas décadas. O título remonta a 1997, quando cinco modelos, incluindo Tyra Banks e Stephanie Seymour, apareceram num anúncio da marca, todas a usar um par de asas cor de marfim. A Victoria’s Secret criou então a nova função, cujo cargo era assumidamente superior ao de uma mera modelo. Uma VS Angel tinha o privilégio de, todos os anos, desfilar com o ambicionado Fantasy Bra na passerelle do Fashion Show. Muitas das Angels levavam para casa cheques milionários: em 2018, Gisele Bündchen terminou o ano com 30 milhões de dólares, e Adriana Lima com 10 milhões. Apesar de nunca terem sido divulgadas as especificidades do contrato de uma Angel, não foram poucas as que rescindiram o acordo por haver incompatibilidade com outras aspirações, como Karlie Kloss, que queria voltar a estudar. A partir daí, foram mais de 50 as modelos que ganharam as cobiçadas asas. Em 2010 foram contratadas Candice Swanepoel, Lily Aldridge e Chanel Iman, e talvez as mais célebres continuem a ser Heidi Klum, Miranda Kerr e Alessandra Ambrosio. A única com cidadania portuguesa é Sara Sampaio, que continua a trabalhar com a marca.

As VS Angels, apesar de terem alguma diversidade entre si, não escaparam à controvérsia. Não é preciso ser especialista para perceber que todas as modelos da marca tinham o mesmo tipo de corpo, tendo sido acusadas de perpetrar um exemplo de beleza inatingível. Numa tentativa de atenuar as críticas, a marca contratou Barbara Palvin, cuja figura já se distinguia das outras modelos. Mas as condenações em praça pública não pararam por aí. Numa entrevista de 2018, o antigo CEO Ed Razek admitiu que a marca não iria incluir modelos transgénero e plus size. A partir daí, all hell broke loose. Cerca de um ano depois das declarações explosivas, a marca anunciou o fim do icónico Victoria’s Secret Fashion Show. Agora, os cancelamentos continuam a vir. As vítimas seguintes foram as Angels, que foram despojadas do seu status. A marca de lingerie anunciou o fim do conceito de "anjo" no passado mês de junho, bem como o lançamento de uma nova marca, mais inclusiva e diversa.

VS Collective é descrita como um grupo de pessoas “com passados, interesses e paixões únicos”, cujo objetivo comum é “criar conteúdo inspirador” e apoiar causas feministas. Estão incluídas a modelo Adut Akech, a jornalista Amanda de Cadenet, a atleta Eileen Gu, a futebolista Megan Rapinoe, a modelo Paloma Elsesser, a atriz Priyanka Chopra e a modelo transgénero Valentina Sampaio. 

Com o novo estatuto, não podemos deixar de nos questionar se isto significa o retorno do mais icónico desfile de lingerie. Mas, mais importante ainda, por aqui queremos voltar a ver o glamour e o luxo que marcaram os vinte anos de Victoria’s Secret Angels, mesmo que seja numa versão (esperamos nós) melhorada. 

Joana Rodrigues By Joana Rodrigues

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