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Sonhos cor-de-rosa

06 Sep 2018
By Mónica Bozinoski

O cor-de-rosa será o tema central de Pink: The History of a Punk, Pretty, Powerful Color, a nova exposição do Museum at FIT que conta com sangue português em dose dupla.

Carregada de simbolismo, do Cinema à Televisão, pintou inúmeras criações que se tornaram tão icónicas e intemporais como o próprio tom que lhes deu vida. Na política, foi a cor escolhida por Hillary Clinton para a primeira conferência de imprensa como primeira-dama, e deu mote à manifestação Women's March em 2017, sob a forma dos famosos pussy hats. Agora, o cor-de-rosa será o tema central de Pink: The History of a Punk, Pretty, Powerful Color, a nova exposição do Museum at FIT que conta com sangue português em dose dupla.

©The Museum at FIT; Storytailors

Corria o ano de 1994. Diretamente da Casa Branca, Hillary Clinton dá a sua primeira conferência de imprensa enquanto primeira-dama dos Estados Unidos da América. O momento histórico ficou registado como "a conferência de imprensa cor-de-rosa", ou ainda "a conferência de imprensa pretty-in-pink", graças ao coordenado em tons de cor-de-rosa suave escolhido pela então primeira-dama do país. 

Não nos chega como uma surpresa que o conjunto tenha sido algo controverso - carregado de simbolismos, mas vulgarmente associado ao lado mais cute e playful da mulher, à aura fútil e comercializada de Barbie Girl ou à noção mais vazia e frágil de feminilidade, o cor-de-rosa não seria, na mente de tantos, a escolha mais apropriada para uma ocasião tão séria como aquela. Esta ideia, contudo, não poderia estar mais longe da verdade.

Foi durante o final da Segunda Guerra Mundia que, pela visão de Christian Dior, o cor-de-rosa invadiu o mundo da Moda como uma lufada de ar fresco contra a opressão vivida na época, transformando-se num sinónimo de estilo feminino através do espírito romântico e contemporâneo do New Look imaginado pelo criador francês. Durante os anos 40 e 50, o tom de rosa pálido tornou-se, lado a lado com o cinzento, num statement frequentemente visto nas suas criações - mas, ao contrário daquilo que se possa imaginar, não era usado com o intuito de evocar a suavidade feminina. "Sou um homem moderado, mas tenho gostos violentos", declarou Christian Dior a um jornalista da LIFE depois da apresentação da sua coleção primavera 1948. 

Pelas mãos de Elsa Schiaparelli, que acreditava que o cor-de-rosa era um tom "brilhante, impossível, descarado, vistoso e cheio de vida, como se toda a luz, todos os pássaros e todos os peixes fossem um só", nasceu a nuance que hoje conhecemos como "shocking pink", imortalizada pela criadora italiana com a embalagem vibrante do perfume de 1937, Shocking. Para Schiaparelli, a cor rosa era "chocante, pura e forte". 

Mónica Bozinoski By Mónica Bozinoski

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