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O outrora cronista de supermodels fez nome nos anos 80 e 90, mas as suas imagens parecem particularmente relevantes numa altura em que tanto se critica o Photoshop.
Peter Lindbergh, que faleceu na terça-feira, 3 de setembro de 2019, com 74 anos, será sempre recordado pelas suas imagens das top models que dominavam os eighties e os nineties. Como a Nadja Auermann e a Tatjana Patitz – ambas alemãs, como o próprio Lindbergh. Junte-se Cindy Crawford, com o seu sorriso de menina bonita; uma sisuda, a nórdica Helena Christensen; a poster girl do Wonderbra, Eva Herzigova; e Karen Alexander, com a sua cintilante pele escura, sempre tão cativante, tanto quanto se mostra naquela foto de Peter numa t-shirt branca, corria o ano de 1988. Para uma vida de Moda, a visão fotográfica de Lindbergh não tinha verniz. Ele manteve-se firme quando a pós-produção se começou a afirmar como a nova ferramenta do mercado atual da Beleza ao compor cabelos, suavizando e removendo rugas via computador. A indústria chamou-lhe “realidade melhorada”, mas recusar vergar-se à perfeição polida era a marca de água de Lindbergh – a essência das imagens que olhavam para a alma não-retocada de cada pessoa, independentemente de ser familiar ou famosa.
“Muitos atores retocam-se – mas é só a fachada que muda”, disse-me Lindbergh em 2015. “Quando os vês no dia em que os fotografas, não são eles. Mas tu não captas a arquitetura de uma pessoa – captas o que te transmitem, de dentro.” Recentemente, trabalhou com a Duquesa de Sussex no número de setembro 2019 da Vogue britânica - – que editou como convidada da publicação –, fotografando 15 nomes inspiradores que (a ex-atriz) Meghan Markle escolheu a dedo. A infância do fotógrafo teve o mar como cenário, quando passava férias com os pais, fugindo da industrial cidade alemã de Duisburg que dizia ser “tão feia que faz parecer que tudo o resto é lindo”. “O meu ponto de vista da Beleza é, provavelmente, um pouco mais rude por causa disso”, afirmou Lindbergh. “Se eu viesse de Veneza, seria diferente. Não?”
Apesar das relações próximas com criadores, enquanto fotógrafo, Lindbergh preocupava-se pouco com quem criava os fatos e focava-se antes em encontrar a essência da personalidade das modelos que os envergavam. O seu trabalho e visão foram colocados sob o olhar académico, em 2016, durante uma exposição no Museu Kunsthal em Roterdão, com curadoria de Thierry-Maxime Loriot, a quem foi dada carta branca para explorar os arquivos eficientemente organizados do fotógrafo. Todos os detalhes, do cliente à location, estavam listados metodicamente – exceto a definição dos looks propriamente ditos. Loriot, por isso, teve de assumir o ónus de fazer a pesada pesquisa para atribuir nomes às peças. “A ideia era contar a história através das imagens do Peter – mas não era uma exposição de Moda, era anti-Moda”, disse o curador.
Lindbergh, que parecia um menino de coro traquina escondido por detrás da barba, começou a sua carreira com o sonho de ser um pintor e seguiu os passos de Van Gogh comprando uma casa em Arles. As imagens do fotógrafo não são, claro, nas tonalidades vibrantes do seu herói, mas maioritariamente a preto e branco. “Estive a ver a série de imagens que fez para a Vogue Itália. Metade das fotos são clássicos instantâneos que provavelmente verás em 20 ou 30 anos.”, disse Loriot sobre a sua pesquisa. “Ele é de facto um personagem fascinante. Acho que é a sua abordagem humanista que mais nos agrada. Ele não finge ser algo que não é.” Franca Sozzani, que faleceu em dezembro de 2016 e que, enquanto diretora da Vogue italiana, juntou as supermodelos em mais de 20 páginas para a edição de setembro 2015, explicou-me, na altura, que o “Peter começa nas mulheres.”
Lindbergh era intransigente no que aos atores que se “retocavam”, com o propósito de “alterarem a sua fachada”, diz respeito. “As estrelas que aparecem com os representantes, agentes e o seu guarda-roupa” não o inspiravam, confessou. Não ficava de todo impressionado quando abordava uma jovem artista e “em vez de responderem, olham para o agente”.
Será que a obsessão com o Photoshop atingiu o seu zénite, tornando uma visão atual da moda madura o suficiente para fomentar a mudança – ou um regresso aos valores de Lindbergh?
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