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As oito magníficas: Amandla Stenberg

30 Aug 2019
By Mónica Bozinoski

São mulheres. São agentes de mudança determinadas a moldar o nosso futuro. Para melhor. Este é o perfil de Amandla Stenberg, atriz e artista.

São mulheres. São agentes de mudança determinadas a moldar o nosso futuro. Para melhor. Este é o perfil de Amandla Stenberg, atriz e artista.

Amandla Stenberg © Getty Images
Amandla Stenberg © Getty Images

Se pesquisar o nome Amandla Stenberg no Google, os resultados do clique vão-lhe apresentar uma série de títulos suficientemente explicativos. “Amandla Stenberg é um novo tipo de estrela de Hollywood.” “Amandla Stenberg é uma voz para o futuro.” “O efeito Amandla: como transformar o ativismo numa tendência.” “Existe algo que Amandla Stenberg não consiga fazer?” Não, a resposta é não — Amandla Stenberg pode, e vai, fazer tudo. O que é que esse tudo inclui? Dois reconhecimentos como uma das adolescentes mais influentes no mundo pela revista Time e os aplausos de ícones feministas como Oprah, Gloria Steinmen e Beyoncé — de tal forma que Amandla surge ao lado da cantora no seu álbum-visual de 2016, Lemonade. Uma voz que, nesse mesmo ano, escrevia uma carta aberta à Teen Vogue sobre ativismo jovem, na qual se podiam ler declarações como “a nossa geração é muito mais do que um hashtag”, “o ativismo jovem resulta porque a nossa geração ativista tem uma ferramenta que nenhuma outra geração teve: a tecnologia para agir instantaneamente” e “acredito que estamos a criar
uma mudança real através do ativismo online.”

Apesar de já ser um talento emergente na indústria do cinema, em grande parte graças ao seu papel como Rue no filme de 2012 The Hunger Games, foi com o vídeo Don’t Cash
 Crop My Cornrows, partilhado na plataforma Tumblr em 2015, que Amandla
 se começou a transformar numa voz para a sua geração. “Como seriam os Estados Unidos da América se gostássemos das pessoas negras da mesma forma que gostamos da cultura negra?”, questionava a atriz nos quatro minutos de debate virais sobre a apropriação cultural e a forma como esta era um insulto para a cultura negra. Passaram-se quatro anos desde então e a voz de Amandla Stenberg continua a soar tão alto como soou nesse primeiro manifesto de ativismo.

Do apoio a movimentos como Black Lives Matter, Time’s Up e #MeToo — um apoio que se tornou ainda mais visível depois do testemunho de Christine Blasey Ford contra Brett Kavanaugh, que inspirou a jovem atriz e ativista a partilhar o seu próprio depoimento de assédio sexual e a forma como lidou com o trauma numa carta aberta à Teen Vogue
 — Amandla Stenberg é, também, o símbolo da luta incansável por uma indústria cinematográfica mais inclusiva e representativa (uma luta inspirada na sua própria experiência e na dificuldade que sentia em encontrar papéis que representassem todas as nuances de ser uma jovem mulher negra) e uma verdadeira líder para uma geração de jovens que procuram construir uma sociedade onde tolerância, empatia e igualdade não são fugas à regra, mas antes a norma.

“Espero que o meu trabalho seja sempre um reflexo daquilo em que acredito”, disse numa entrevista ao The New York Times. “Se a arte não for pessoal, não me diz nada.” Dito e feito: The Hate U Give Us, um dos seus mais recentes projetos cinematográficos baseados na obra literária de Angie Thomas, conta a história de Starr Carter, uma adolescente negra que presencia o assassinato do seu melhor amigo pelas mãos de um polícia caucasiano. Numa era pós-Trump, não é segredo que um filme como The Hate U Give Us é uma imagem clara da brutalidade policial a que a comunidade negra está sujeita, fruto do racismo e do preconceito.

Apesar de a experiência enquanto jovem negra ser um dos pontos principais do protesto de Amandla, a sexualidade não é posta de parte. Em 2018, entrevistada por King Princess para a revista Wonderland, a jovem atriz assumiu-se com três palavras — “Yep, sou gay” — e transformou-se, também, num símbolo da comunidade LGBTQI+. Com uma voz que nunca será silenciada, Amandla Stenberg continua a navegar pelo mundo do ativismo com a consciência de que a sua influência importa. “Quero que as pessoas se sintam menos sozinhas, quero que se sintam representadas, quero fazer algo que nos traz de volta à nossa humanidade”, disse Stenberg numa entrevista à
 Vanity Fair. “Passei por períodos em que me sentia alienada e isolada, e desejava que existisse
 uma representação para pessoas que tinham uma experiência semelhante à minha, sejam pessoas queer ou pessoas negras. Eu posso falar sobre as coisas que compreendo, e fui abençoada com esta plataforma graças ao meu papel enquanto atriz.” Não, Amandla. Nós é que fomos abençoados.

Artigo originalmente publicado na edição de julho 2019 da Vogue Portugal.

Mónica Bozinoski By Mónica Bozinoski

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