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Lupita Nyong’O junta-se a Michael Kors para a campanha solidária Watch Hunger Stop

01 Oct 2019
By Rui Matos

"Se o Watch Hunger Stop tem a capacidade de proporcionar uma refeição escolar pelo menos a uma criança, isso é uma mudança positiva da qual tenho orgulho de fazer parte", afirma Lupita Nyong'O.

"Se o Watch Hunger Stop tem a capacidade de proporcionar uma refeição escolar pelo menos a uma criança, isso é uma mudança positiva da qual tenho orgulho de fazer parte", afirma Lupita Nyong'O.

Food is Love. Este é o mote da Watch Hunger Stop 2019, a campanha solidária anual criada por Michael Kors, em parceria com o World Food Programme (WFP) das Nações Unidas, para erradicar a fome no mundo. Desde 2013, ano da primeira campanha, que mais de 18 milhões de refeições foram distribuídas em todo o mundo. “Apoiamos os programas de alimentação escolar da World Food Programe porque estão focadas em criar comunidades mais fortes e auto-suficientes. Temos orgulho em trabalhar em conjunto com a WFP em direção à erradicação da fome", afirma Michael Kors, embaixador global contra a fome do World Food Programme das Nações Unidas, em comunicado de imprensa.  

A 16 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Alimentação e, todos os anos, por esta altura, o designer norte-americano lança uma coleção especial que tem como objetivo angariar fundos para o World Food Programme. Este ano, a coleção desnehada pelo designer norte-americano assenta em duas t-shirts (uma branca e outra preta) e numa tote bag (de cor preta), sendo que nas três peças se pode ler a palavra Love. Tanto as t-shirts, que têm o custo de 40 dólares, como a tote bag, à venda por 59 dólares, estão desde hoje disponíveis em lojas Michael Kors selecionadas e na loja online e os lucros revertem na totalidade para o WFP.

Depois de Kate Hudson e Hailee Steinfeld, Lupita Nyong’O assume o papel de embaixadora da Watch Hunger Stop. “Estou muito orgulhosa de apoiar esta campanha porque é focada nas soluções dos problemas e incentiva as pessoas a agirem de forma individual”, afirma Lupita, no mesmo comunicado.E quem melhor do que Lupita para nos falar sobre este projeto? Exatamente, Lupita. 

Com tantas causas importantes, porque é que combater a fome é importante para si?A fome é uma questão muito pertinente para o nosso mundo e as mudanças climáticas estão a piorar o problema. Devemos trabalhar para mudar essa dinâmica. 

Que tipo de contributo acha que vai trazer para esta causa?Espero que o meu envolvimento seja uma boa maneira de cativar mais pessoas para assuntos como este.

A Watch Hunger Stop ajuda a financiar as refeições escolares. O que é que esta iniciativa tem de promissor?As refeições escolares são uma maneira muito inteligente de combater a fome, porque vincula a educação à nutrição, para que as crianças consigam obter múltiplos benefícios. O WFP compra comida localmente e investe para apoiar os agricultores locais, incluindo mulheres. Agradeço a ênfase dada no sentido de ajudar as pessoas, de maneira a que se tornem autossuficientes e, ao mesmo tempo, que suprimam as necessidades imediatas das crianças. 

O Michael é um designer de Moda e a Lupita nutre também uma paixão pela Moda. O que é que liga a Moda à filantropia?A Moda conecta e inspira pessoas, o que faz deste o espaço perfeito para projetos solidários. Para muitas pessoas, incluindo eu, a Moda é sobre auto-expressão e os assuntos pelos os quais nos inspiramos estão intrinsecamente ligados à maneira como nos exprimimos.  

Que mensagem passa a todos aqueles que se querem envolver neste tipo de projetos, mas que não têm a mesma plataforma que a Lupita?Para existir um coro, é preciso que uma única pessoa cante. É uma maneira querida de dizer que para haver ações é preciso uma pessoa que tome a iniciativa. Todas as ações contam. Seja como voluntário numa organização local ou usar a voz para chamar a atenção para uma causa importante. 

Acha importante que artistas e personalidades ligadas ao entretenimento abracem causas filantrópicas?Não. Acho importante que todas as pessoas abracem causas filantrópicas e que reconheçam que todos nós temos um papel importante em moldar o mundo em que vivemos. A intenção de abraçarmos causas solidárias deve começar por aprender a importarmo-nos com mais do que nós próprios. Os artistas e personalidades do entretenimento estão numa posição em que conseguem influenciar um grupo de indivíduos mais amplo, mas a responsabilidade humanitária deve ser partilhada por todos. 

A família da Lupita foi importante nesta sua aproximação a projetos solidários ?A minha mãe e o meu pai ensinaram-me que a filantropia é uma responsabilidade humana. E isso marcou-me desde muito cedo. Tenho vivido desde sempre com essa premissa, trabalhando em projetos como o Watch Hunger Stop e usando a minha voz para questões em que verdadeiramente acredito. 

A Lupita tem sido uma defensora ávida dos direitos das mulheres nos últimos anos. Como é que combater a fome se alia ao seu apoio para com as mulheres?Os direitos das mulheres são direitos humanos. A fome é um problema, um que também afeta as mulheres. O Michael Kors e o WFP estão a trabalhar para erradicar a fome ao arranjarem refeições escolares. Quando os estudantes podem comer, eles conseguem ter uma melhor performance na escola, o que acaba também por criar boas oportunidades na vida. Então, este programa está a proporcionar boas oportunidades para as mulheres e raparigas no dia-a-dia. 

Tem um livro infantil a ser lançado daqui a pouco tempo, o Sulwe. O que é que a fez querer falar diretamente para as crianças?Quero incutir a noção do valor próprio a crianças que ainda estão a formar a sua identidade, antes que a sociedade tenha oportunidade de lhes impôr qualquer valor. 

Há alguma pessoa, ou role model, que admire especialmente no que diz respeito ao ativismo?Vi a minha mãe a crescer enquanto ativista durante toda a minha vida. Ela é muito altruísta, apaixonada e dedicada às causas que assume. É também muito paciente e compreensiva. Ela age não pela gratificação pessoal, mas sim pela satisfação pessoal.

Relativamente aos desafios que o mundo enfrenta hoje em dia, diria que é mais otimista ou pessimista? Para ser sincera, oscilo entre o positivismo e o pessimismo. Sinto-me otimista quando contribuo para alguma coisa positiva e construtiva no meu trabalho como atriz, autora, produtora, irmã, filha, prima, amiga e ativista. Sinto-me otimista quando me envolvo no trabalho construtivo de pessoas que respeito e admiro, quando consigo sentir as forças positivas a fruírem e a multiplicarem-se no mundo. Mas há momentos em que também sou assolada pela destruição e pelo mal que existe no mundo e, nessas épocas, sofro em silêncio. Nesses momentos lembro-me sempre das palavras de Robert Bresson: “Torne visível aquilo que, sem ti, talvez nunca tenha sido visto”, e essas palavras renovam a fé que há em mim e a minha capacidade de mudar o mundo. Só porque não podemos resolver por completo os problemas maiores que existem no mundo isso não significa que não possamos fazer pequenas diferenças. Se o Watch Hunger Stop tem a capacidade de proporcionar uma refeição escolar pelo menos a uma criança, isso é uma mudança positiva da qual tenho orgulho de fazer parte. Acho que o otimismo vence no final do dia. 

 

Rui Matos By Rui Matos

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