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Livro de história: Ingrid Bergman

29 Aug 2017
By Vogue Portugal

Um retrato vivo de beleza, o expoente máximo de feminilidade clássica, a personagem de um dos romances mais icónicos da sétima arte. Esta é Ingrid Bergman: o ícone, a atriz e a mulher que protagonizou uma história real que enche o imaginário de cada um.

Um retrato vivo de beleza, o expoente máximo de feminilidade clássica, a personagem de um dos romances mais icónicos da sétima arte. Esta é Ingrid Bergman: o ícone, a atriz e a mulher que protagonizou uma história real que enche o imaginário de cada um.

Corria o ano de 1915, e o mundo olhava atento para o desenrolar da Primeira Guerra Mundial, quando Ingrid Bergman passou a chamar casa a Estocolmo, na Suécia. Cedo ganhou a independência que a iria acompanhar uma vida: perdeu a mãe ainda era criança e na adolescência tornou-se órfã. Diz ter cuidado de si mesma, numa jornada de crescimento que se fez solitária: “Trabalhei, ganhei dinheiro e aos 18 anos era independente”.

Foi com este atingir da maturidade que Ingrid iniciou a sua carreira profissional com a estreia no filme Monkbrogreven, em 1934 – tinha participado em inúmeras peças durante os anos de escola e trazia consigo a bagagem das aulas na Royal Dramatic School. O engenho e o talento valeram-lhe o papel no drama romântico Intermezzo (1936) e, três anos depois, lançava-se no cinema americano quando David O. Selznick lhe propôs o papel no remake para inglês do mesmo filme.

Confessava que havia sido a profissão que a escolhera e não o contrário. Uma escolha que se provou de sucesso quando, pouco tempo depois, assinava um contrato multimilionário nos Estados Unidos, se estreava na Broadway em 1940 e conquistava Hollywood em inúmeras produções – entre elas Quando Fala o Coração, em 1945, altura em que se tornou musa de Hitchcock e presenteava o público com aquela que é considerada, por muitos, uma das suas melhores interpretações.

Contudo, talvez o papel mais aclamado tenha sido mesmo o de Ilsa Lund – a icónica mulher dividida entre o amor de dois homens, no filme Casablanca, onde contracenou com Humphrey Bogart. Uma parte da ficção que pareceu cruzar-se com a realidade: a vida amorosa de Ingrid valeu-lhe momentos conturbados criados pelo olhar de escrutínio de um público que insistia em vê-la como o alvo máximo da pureza, como a mulher perfeita. Casou três vezes, teve três filhos (uma delas, a atriz Isabella Rossellini) e diz ter passado de ótima à pior mulher possível durante este período da sua vida.

Mas se o engenho a acompanhava, o talento era inerente e a beleza a cartada perfeita, Ingrid não iria ao tapete sem dar luta. Na verdade, o regresso à ribalta foi impressionante, numa resposta silenciosa, mas altiva a todos os que haviam criticado as suas escolhas e questionado o seu papel como mulher. O retorno triunfante em Anastasia em 1956 valeu-lhe o segundo Óscar e a certeza de que ela tinha vindo para ficar. Confessou, nesta altura, sentir-se mal com a intrusão de que era alvo a sua vida pessoal e de como “gostava que as pessoas separassem a atriz da mulher”.

Em 1974, ganhava novamente o Óscar da Academia pelo seu papel em Assassinato no Expresso Oriente, a adaptação da obra de mistério de Agatha Christie. Continuaria a sua carreira até 1982, altura em que encerra o ciclo profissional com um Emmy e a sua jornada de pessoal de vida, aos 67 anos, com a derrota contra o cancro mamário com o qual lutou durante oito anos.

Ingrid Bergman deixou para trás um legado de extraordinárias interpretações em mais de 50 filmes e o lugar de embaixadora da beleza máxima, da independência e da força feminina.

“Não tenho arrependimentos. Não teria vivido a minha vida da forma que vivi se me preocupasse com aquilo que as pessoas iriam pensar” – era assim Ingrid, a beldade sueca que rejeitou a monotonia de um caminho aborrecido e tomou as rédeas da sua própria vida. E tal, como Ilsa Lund, terá sempre Paris, nós sempre teremos a imagem deste ícone cuja beleza e talento são tão apaixonantes e sedutores como a história de amor de Casablanca.

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