Inspiring Women  

#LetsTalkAboutIt: Natalia Vodianova une forças com a ONU

19 Sep 2018
By Ellen Burney

A Vogue encontrou-se com a supermodelo Natalia Vodianova para discutir o seu mais recente projeto e a sua vontade apaixonada de quebrar as barreiras e os estigmas da sociedade, da menstruação à saúde sexual.

A Vogue encontrou-se com a supermodelo Natalia Vodianova para discutir o seu mais recente projeto e a sua vontade apaixonada de quebrar as barreiras e os estigmas da sociedade, da menstruação à saúde sexual.

Natalia Vodianova 

A supermodelo e filantropa Natalia Vodianova uniu forças com a UNFPA (Fundo das Nações Unidas para a População) para quebrar os preconceitos relacionados com a saúde, escolhas e direitos das mulheres. A conferência Let's Talk! 2018 acontece durante dois dias na cidade de Antalya, na Turquia, a 25 e 26 de outubro. 

"Já temos convidados incríveis e as coisas estão a começar a acontecer, mas continuamos a pensar, 'O que podemos fazer para acelerar o processo e fazê-lo soar ainda mais alto?'", pergunta a mãe de cinco - numa blusa estampada e pérolas Chanel - à Vogue, durante o chá das cinco, em Londres, nos momentos que antecedem o desfile da Burberry. 

O evento, que terá como palco o Maxx Royal Resorts Kemer e será celebrado em parceria com a plataforma digital de caridade Elbi, segue o projeto Let's Talk! com a app menstrual Flo, para o qual Vodianova filmou uma série de discussões com diversas modelos - incluindo Izabel Goulart e Emily Ratajkowski -, com o objetivo de consciencializar a população sobre o ciclo menstrual. Nesta edição, os convidados da supermodelo vão incluir oficiais do governo, personalidades influentes no mundo da política e ativistas, com uma agenda que irá discutir diversos assuntos, das necessidades especiais à violência doméstica. 

Natalia Vodianova 

O envolvimento dos Special Olympics - um movimento desportivo global para pessoas com incapacidades inteletuais -, foi muito importante para Vodianova. "Também queremos trazer a inclusão a esta conversa. Por vezes, quando o assunto é pessoas com necessidades especiais - no que toca à saúde reprodutiva de mulheres e homens -, é outro nível. Há muitas opiniões que seguem esta linha de, 'Estas pessoas não deviam casar-se, ou estas pessoas não deviam ter filhos', e é muito triste para famílias como a minha ouvir algo assim". (A irmã de Vodianova, Oksana, tem autismo e paralisia cerebral). 

A pobreza menstrual e o estigma que envolve a menstruação são dois temas pelos quais a modelo é verdadeiramente apaixonada. Até à data, a sua publicação de Instagram com mais interações é uma fotografia sua com um penso higiénico - "um dos limpos" -, como forma de apoio a Arunachalam Muruganantham, o pioneiro indiano da saúde menstrual, conhecido como Pad Man. "Nunca tive tantas interações na minha vida. Dois por cento das pessoas reagiam com um, 'Muito bem, devíamos falar mais sobre isto'. Mas noventa e oito por cento respondia com algo como, 'Qual vai ser a tua próxima selfie, tu sentada na sanita?'"

As reações levaram a supermodelo a estudar os dados estatísticos. "Setenta e cinco por cento das mulheres empregadas em fábricas não trabalham durante o período menstrual, o que pode representar dez dias para algumas de nós, um terço do tempo em que poderias estar a ser paga". Vodianova continua. "Quarenta e cinco por cento das raparigas na Índia acabam os seus estudos no sexto ano, quando têm a menstruação pela primeira vez, visto que algumas famílias preferem que as raparigas fiquem em casa, agora que são vulneráveis. Mas, na maioria dos casos, esta atitude é por vergonha. Dez por cento das raparigas na Índia acreditam que, quando têm a menstruação, algo está errado com elas porque nunca tiveram uma conversa aberta sobre isso com ninguém". 

"Estamos a lutar pela igualdade de género, como é claro, mas estamos a esquecer-nos deste grande elefante na sala, que é igualmente importante: aprender a comunicar com os nossos parceiros, e com as nossas crianças, sobre a natureza feminina", defende Natalia Vodianova. "Estamos presos a ideias antigas de quem somos e de como nos devemos comportar. Os nossos corpos são naturais e são capazes de criar novas vidas. Este projeto é muito importante para a humanidade". 

Ellen Burney By Ellen Burney

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