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Junho, o mês do orgulho

08 Jun 2020
By Ana Catarina Machado

Em junho celebram-se anos de pelos direitos civis e pela busca contínua da igualdade de justiça para com os membros da comunidade LGBTQIA+. Um trabalho que precisa de se continuo e não se deve restringir a um mês por ano

Em junho celebram-se anos de pelos direitos civis e pela busca contínua da igualdade de justiça para com os membros da comunidade LGBTQIA+. Um trabalho que precisa de se continuo e não se deve restringir a um mês por ano.

Desfile do orgulho gay no 25º aniversário dos motins de Stonewall. 28 de junho de 1994, no Stonewall Inn, em Greenwich Village. © Getty Images
Desfile do orgulho gay no 25º aniversário dos motins de Stonewall. 28 de junho de 1994, no Stonewall Inn, em Greenwich Village. © Getty Images

Há cinco décadas que no mês de junho se celebra o orgulho. Ao longo deste mês, são realizadas comemorações direcionadas especialmente para a comunidade LGBTQIA+, com o objetivo de reconhecer a influência e o impacto histórico que estes membros tiveram (e continuam a ter) e ainda relembrar o caminho que ainda falta por percorrer. Além de ser uma celebração, este mês é uma oportunidade para se protestar e sensibilizar todas as pessoas para as questões que a comunidade enfrenta.

Mas porque é que junho é o mês do pride? A história remonta-nos para o ano de 1969, em Greenwich Village, Nova Iorque. Na madrugada de 28 de junho, vários agentes da polícia invadiram o Stonewall Inn - um bar popular gay - prendendo os funcionários por venderem bebidas sem licença e agredindo os que mostravam resistência. Nas ruas, uma multidão inquieta e revoltada assistia ao que seria mais um conflito de abuso policial, bastante frequente para com os membros da comunidade LGBTQIA+. Já fartos da brutalidade policial e da discriminação contra os homossexuais, a multidão não se deixou ficar indiferente perante esta situação, manifestando-se espontaneamente contra a polícia durante uma semana naquela rua.

A revolta e a atitude corajosa dos cidadãos presentes fez-se espalhar pela cidade, pelo meio de acontecimentos que ficaram conhecidos como a revolta de Stonewall e, não menos importante, pelo nascimento do movimento dos direitos dos homossexuais.

Stonewall Inn © Getty Images
Stonewall Inn © Getty Images

É de realçar que na altura era ilegal, para a comunidade LGBTQIA+ ser vista a beber ou a dançar com pessoas do mesmo sexo. Face às respetivas proíbições, foram vários os bares a não autorizar a entrada a pessoas da comunidade, com receio de posteriores multas aos proprietários dos bares e a condenações para com os clientes que os frequentassem.

Ainda no ano de 1969, foi proposta a ideia de uma marcha em resposta aos acontecimentos em Stonewall, durante a Conferência Regional do Leste das Organizações Homófilas, em Filadélfia. A marcha ficou programada para o dia 28 de junho de 1970 – data em que seria o primeiro aniversário daqueles motins. Apesar de ter sido proposta a palavra “poder” como slogan para o desfile, chegou-se à conclusão que o movimento ainda não teria sido debatido politicamente, mas que os membros da comunidade sentiam orgulho na sua identididade sexual. E assim ficou decidido que a palavra orgulho serviria como tema para a primeira marcha, e para todas aquelas que dela resultaram até aos dias de hoje.  

Os motins de Stonewall foram o ponto de viragem para o movimento de libertação gay, não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro. E é desde então que o mês do orgulho é celebrado em junho, marcando o aniversário dos motins de Stonewall e a reunião, ano após ano, de uma comunidade que marcha em conjunto pelo orgulho e pela igualdade de direitos.

Ana Catarina Machado By Ana Catarina Machado

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