#CNILux Dia 2: Simone Rocha sobre a construção

Suzy Menkes fala com Simone Rocha sobre o que alimenta a sua criatividade e identidade.

© Indigital/CNI Luxury

Simone Rocha cresceu a faltar às aulas para assistir aos desfiles do pai, John Rocha, que a ensinou a costurar dando-lhe tarefas como fazer umas meias em crochet para a sua coleção de primavera/verão de 1994. Avançamos para 2010 e a marca Simone Rocha nasceu. A sua estética de maria-rapaz, mas feminina, e silhuetas volumosas que jogam com as proporções estão todas enraizadas na energia criativa que a rodeou enquanto crescia (a sua mãe geria o lado de negócio da john Rocha) e valeram-lhe uma mão cheia de aplausos da indústria ao longo do caminho, incluindo os prémios New Establishment Award, em 2014, e o Womenswear Designer of the Year nos British Fashion Awards, em 2016.

Na Condé Nast International Luxury Conference, a joia de origem irlandesa da London Fashion Week conta a Suzy menkes sobre combinar o pessoal com o poético para criar histórias e roupas que falem para as mulheres.

Menkes questionou Rocha sobre a sua herança excepcional, que inclui um avô chinês e raízes portuguesas através de Macau, e o modo como isso influencia o seu design criativo, bem como é que Rocha construiu o seu negócio e como vê a sua marca: "Seja a olhar para a minha herança ou para as paisagens irlandesas para influenciar o fabrico e os materiais, seja ao estar num sítio [como a Ásia] e sentir-me uma alienígena com os meus sentidos apurados, para mim, tem que ser pessoal para ser sincero, novo e autêntico."

O trabalho de Rocha é poético, e as suas roupas são sobre contar histórias, com cada desfile dedicado a uma personagem que criou. Isto apenas se exponenciou quando foi mãe: "É muito cansativo", riu-se. "[A minha filha] influenciou-me de forma literal, mas também me ensinou a redirecionar o foco e a usar o meu tempo.". Viagens ao hospital traduzidas em vestidos inpirados nos uniformes de enfermeiras e tecidos dos cobertores de bébes fizeram parte das suas mais recentes coleções.

Tem uma mente liberal no que diz respeito à produção - daí, a sua mais recente ligação a Portugal, onde descreve os artesãos como sendo "muito abertos e compreensivos a novos desafios" - e tem uma relçaãocom cada uma das lojas que vendem a sua marca. "Penso na lista de revendedores constantemente, tens que ser específica relativamente à compra - grande ou pequena -, porque eles têm que compreender a marca. É isso que lhe dá prazer e solidariedade".

A quarta edição da conferência anual Condé Nast International Luxury Conference em Lisboa acontece nos dias 18 e 19 de abril. Para mais informações, visite www.cniluxury.com/2018.